O Cangussu preto produz o sono letárgico, já o Cangussu branco anula a ação da outra.
Quando se deseja durma, por dois ou três dias, o chá é Cangussu preto, pra ela acordar é o Cangussu branco.
Estudando o Cangussu preto, reconheci que esta planta é a espécie Buchnera rósea H.B. et K, da família das Scrophularinaceas, espécie bem descrita na Flora Brasileira de Martius.
Buechnera oficinalis. |
As suas folhas são estreitas, pubescentes eretas, com cinco nervuras muito salientes na face inferior do limbo. As flores são róseas; na planta seca, porém, parecem negras, como também são quase negras as outras partes da inflorescência.
Pode crescer até um metro de altura.
O tom negro que tem a inflorescência do Cangussu preto é apresentado por quase todas as espécies do gênero Buchnera. Interessante é que, nos frutos, o cálice já não é preto, e sim esverdeado.
Cangussu branco pertence a família das Amaranthaceas, e não havia sido ainda classificada botanicamente.
O seu estudo mostrou-se dever ser ela colocada no gênero Gomphrena, a que já pertence uma planta medicinal muito conhecida a Gomphera officinalis, chamada Paratudo.
Pelas suas notáveis propriedades, recebeu o nome Gomphrena anti-lethergica.
É como o Cangussu preto, também uma planta dos campos. Pode crescer até dois metros de altura. A sua raiz é tuberosa, dura, lenhosa; as folhas são linearilanceollladas, agudas, pubescentes e a inflorescência em espigas sesseis ou pediceladas, situadas nas axilas de folíolos bracteiformes dos ramos e do caule, na par terminal.
A planta toda é clara, sendo, portanto, bem adequado o nome que lhe deram.
Em ambas as plantas as propriedades são antagônicas, as partes usadas são raízes.
A Buchnera rósea, si bem que descrita botanicamente na Flora Brasiliensis de Martius, não é citada ali nem em outras obras que conheço, como possuidora da propriedade de produzir letargia
Bibliografia: Almanak Agricola Brasileiro – 1923 – Alvaro Silveira.