Freire de Aguiar, primeiro fabricante de medicamentos no
Brasil, venceu todas as batalhas pela sua fabricação da “Água Inglesa
modificada”, voltou ao Rio de Janeiro e fundou outro laboratório na Rua General
Câmara, mais tarde mudou seu estabelecimento para a rua Conde de Bomfim. Neste novo
estabelecimento cedeu aos insistentes convites do seu colega e amigo
farmacêutico o Barreto e organizou, em 1890 a “Companhia Química Industrial da
Flora Brasileira”, da qual ficou apenas com o cargo técnico.
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Numa série de artigos publicados em jornais do Rio de
Janeiro, moveu honesta campanha contra produtos falsificados, nacionais e estrangeiros.
Tinha por hábito exibir farta documentação provando suas afirmações. Em análise
realizada nos laboratórios oficiais, e pessoalmente, provava a iniquidade de vários
produtos importados, entre os quais o Elixir Alimentício de Ducro, que não
continha nenhuma substância alimentar. Chapoteaut, farmacêutico francês,
fabricou um preparado em que deveria entrar a pepiona; pelo exame realizado por
Freire de Aguiar, na presença de médicos, farmacêuticos e jornalistas, provando que o elixir, que chegavam as prateleiras nas nossas farmácias, não possuía nem
sombra de carne.
Em outra ocasião em sua farmáia, uma senhora pediu um
vidro de xarope de Forget, o qual foi vendido. Momentos depois, essa senhora
voltou muito aflita, porque sua filha estava envenenada. Examinando o
medicamento, verificou que continha alta dose de cloridrato de morfina. Não
deixou de comentar o ocorrido com as autoridades da Inspetoria de Higiene e tão
pouco voltou a comprar o dito remédio importado.
Todos os seus produtos, entre os quais a “Àgua Inglesa
modificada”, Xarope de Rabana iodado, Elixir Alimentício, Magnásia fluida,
entre outros, tinham ótimo conceito na classe médica e o elixir de Jurubeba,
mereceu do Dr. Domingos Freire, um parecer honroso, pois conseguiu regularizar
de modo científico a preparação de jurubeba que sempre tinha irregularidade no
preparo..
No governo de Prudente de Morais, sendo Ministro da
Fazenda, Bernardino de Campos, (1897), Freire de Aguiar, manifestou-se pedindo
proteção pra indústria farmacêutica nacional, que nesta época estava longe de
ter um número grande de estabelecimentos, evitando a importação de remédios,
que podiam ser produzidos no pais com toda a garantia de qualidade.
Bibliografia
:
Revista Brasileira de Farmácia 1944/45
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