Em 1888 Carl Koller era assistente no Hospital Oftalmológico
de Utrcht, na Alemanha. Terminado o prazo de seu contrato ele resolveu montar
uma clínica própria, e para campo de ação escolheu a cidade de Nova York.
Antes da mudança de Koller para a América já os doutores
americano vinham descobrindo as grandes coisas possíveis com a cocaína. Haviam
começado o estudo da droga semanas antes da reunião de Heidelberg, e ao cabo de
alguns meses tinham realizado descobertas.

“Passando apenas cinco minutos”, relatou, “fiz uma
profunda incisão de polegada e meia de comprimento, sem que o paciente desse
qualquer sinal de dor”.
O Dr. Burke havia descoberto um importante truque de
anestesia local- o sistema de injetar a cocaína num nervo tronco, de modo a
bloquear as mensagens da dor mandadas aos centros capitais. Poucos dias mais
tarde R.J.Hall e William Stewart Halsted, de New York, descobriram de novo essa
mesma técnica. Injetando cocaína no nervo na parte superior da perna,
verificaram que o pé ficava insensibilizado. O Dr Hall plantou mais um marco na
solução do problema quando escreveu: ”esta tarde, tendo de obturar um dente e
estando com a dentina em extremo sensível, induzi o DR.Nash, Da Rua 31, a
experimentar o efeito da cocaína...”
A anestesia local penetrou na clínica dentária.
Ainda em New York, Leonard Corning fez duas descobertas significativas
para o problema da anestesia local.
A princípio, quase que apenas por mera curiosidade vadia,
injetou ele uma dose de cocaína em seu próprio braço, e notou que a anestesia
durava vinte minutos. Injetou depois uma dose igual, mas amarrou bem apertado o
braço na parte acima da injetada, e a anestesia durou quase cinco horas.
Corning ia inaugurar um novo tipo de anestesia. Começou
uma série de experiências “... com o fim de determinar se era possível a
anestesia local da corda espinal”... Entre duas vértebras dum cachorro injetou
uma gota de cocaína, em pouco minutos toda a parte traseira do animal estava
insensível – patas, ancas, cauda.
“Seja lá o que for disto”, escreveu ele, “o fato merece
consideração”.
O que saiu daquilo foi o desenvolvimento da anestesia
espinal.
Bibliografia:
Mágica em Garrafas, A história dos Grandes Medicamentos – Milton Silverman –
tradução de Monteiro Lobato – Cia Editora Nacional 1943.
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