No século XIX a planta da Araruta achava-se espalhada por
todo o território nacional, onde
era considerada silvestre. Era cultivada principalmente pelos índios da tribo
Aranaulles, nas margens do Amazonas. Estes indígenas chamavam a planta de
Acontiguepe ou Agutiguepo-obi, assim como denominavam a farinha da raiz da
planta de arú ou arú-ar-u de onde deriva-se a palavra araruta.
Maranta arundinacea, Linn |
Araruta também pode designar farinha fina de mandioca,
mas aqui falaremos da planta Maranta
arundinacea, Linn
Segundo, o botânico e naturalista, Von Martius o termo
vulgar de arú-arú deriva-se a palavra araruta. Esta era usada pelos índios para
combater o veneno das flechas ervadas.
Huges em seu estudo sobre a ilha das Barbadas, em 1750,
descreve a araruta como uma planta muito útil e diz que o seu suco misturado
com água é considerado como preservativo contra todos os venenos os corrosivos
e que da raiz se obtém um bom amido, preferível ao do trigo .
Patrick Bronne, em 1756, menciona as diversas
propriedades da Maranta cultivada nos jardins da Jamaica; Lunan em seu Nortus
Jamaicensis, em 1814, cita a Maranta
arundinacea como um bom contra veneno.
Raiz de Maranta arundinacea, Linn |
As batatas de araruta contem mais amido e substancia
azotada que a batata inglesa. Porém, seu uso na culinária, como batata, não é
aconselhado já que tem um sabor não muito agradável. Seu principal uso é para a
extração do amido.
Para extrair o amido a planta deve ser arrancada da terra
logo após a inflorescência. Separa-se os rizomas carnosos, lava-se bem tira-se
a casca e espreme em cilindro ou ralado em ralador comum. Separa-se a polpa que
é lavada em água corrente em cima de uma peneira bem fina, assim o polvilho
passa para um recipiente, onde deve permanecer em repouso para que se deposite
totalmente. Depois se tira a água de cima e seca a fécula ao sol ou em calor
branco.
Esta fécula é pouco solúvel em água fria no fogo forma
uma geleia meio transparente, não tão espessa quanto a do amido de mandioca.
Esta araruta é excelente mingau para as crianças, sendo
de fácil digestão, também é recomentada para as doenças das vias respiratórias,
e sua cataplasma é emoliente.
Na confeitaria a araruta é usada para fabricar biscoitos,
bolos e pudins.
A raiz assada na brasa é usada pelos índios como
alimento. Já os pajé usam a raiz contra febres intermitentes. Eles também usam
a raiz fresca para combater a picada de insetos venenosos.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do
Brasil (1888-1914).
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