É comum para o leigo achar que muito medicamento e pouca
água, álcool, ou soro, significa maior eficiência do medicamento. Mas isso não
é verdade. Vejamos o que diz o Dr. Antonino Ferrari sobre o assunto.
Uma grama de quinina em cem centímetros cúbicos de soro
fisiológico revelava efeitos terapêuticos superiores aos da mesma dose diluído em
5 c.c.
Em relação a sífilis o mesmo fenômeno se observa, podendo
citar numerosos exemplos. No moderno método de tratamento da sífilis em cinco
dias se comprova este princípio.
Mostrei que cinco gotas de tintura de noz vômica diluída
em trinta gramas e a mesma diluída em trezentos gramas de água produzem efeitos
diferentes, mais extensos na maior diluição.
Já a tintura de acônito a dose de cinco gotas em trinta
gramas e a mesma dose em trezentas gramas também provoca no organismo efeitos
mais extensos.
Na primeira diluição, tomada duma vez, os efeitos que se
notam são apenas diuréticos a mesma dose da tintura diluída em trezentos gramas
de água, tomada em dez doses, seus efeitos são diuréticos e sudoríficos.
Poderia citar números outros casos, porém, o objetivo,
desta nota é dar meu testemunho de apreço a ilustrada redação da “Revista
Brasileira de Farmácia”, cujo amigo Dr. Brandão Gomes eu tive oportunidade de
referir casos particulares de minha clínica que mereceram sua atenção,
sugerindo-me dar nota a revista.
Em relação a ação anestesiante da cocaína, curare e
outros produtos anestésicos, a maior diluição da mesma dose produz efeitos mais
demorados, de mais longo prazo, o que aproveitará muito a cirurgia do futuro.
A lei vira certamente, orientar a terapêutica fisiológica
no sentido de evitar as doses tóxicas, porque se pode obter ótimos efeitos
terapêuticos, com doses suficientes, mediante maior diluição do medicamento. O
mesmo nos confirma numerosas experiências de laboratório em relação aos
coloidais.
Bibliogragia:
Revista Brasileira de Farmácia, junho de 1945 – Dr. Antonino Ferrari.
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