A maioria dos botânicos estão de acordo que a pátria da
cana de açúcar é a China e a Índia pois é de lá que vem as noticias mais
antigas sobre a sua cultura nestes países, ainda que outros profissionais defendam que a pátria da planta e a Oceania e
América. Certo mesmo é que a cana não foi encontrada no Novo Mundo, originalmente, mas foi trazida no correr da
conquista e colonização.
A palavra Saccharum vem, segundo os etiologistas, do sânscrito.
Já Dioscorides menciona o açúcar com o
nome de Saazaron, e Plínio de Sacharon; mas pela descrição que estes
naturalistas fazem é de supor-se que ele diferia do que é hoje usado.
Os índios do Brasil não conheciam antes da descoberta a
cana de açúcar, mas depois que foi introduzida pelos estrangeiros eles a
dominarão. Primeiro chamaram Tacoorá-cem . Denominação dada pelo povo Tacomarê,
depois denominaram Ubá, que se refere a uma planta da mesma família, e que
tinha muita semelhança com a cana de açúcar hoje conhecida.
Na Europa o açúcar ficou muito conhecido no tempo das
guerras de Alexandre o Grande, e já desde de muito séculos ele era usado no
Ocidente como medicamento. No tempo das Cruzadas era levado pelos venezianos do
oriente para a Europa setentrional, tornando-se em 996 um comercio muito
rentável, pois o consumo do produto foi se generalizando, neste século o
consumo era restrito a Arábia, Siria e Egito.
No século XII a cana
de açúcar foi plantada na Cicília, Itália, em Provença e em Portugal; já nos
meados do século XIV a planta estava bem espalhada por todo o Mediterrâneo, mas
foi abandonada devido ao clima. A sua introdução na ilha da Madeira em 1420,
pelo infante D. Henrique que ordenou o seu cultivo na ilha. Neste local a
planta encontrou clima apropriado para o seu desenvolvimento espalhando-se para
as Canarias, para a Ilha de São Thomé e na Espanha para as ilha de Andaluzia
depois para Valença e Granada.
Com o descobrimento do Novo Mundo, por Cristovão Colombo,
em 1506 Pedro de Arrança levasse a cana de açúcar para a Ilha Espanhola hoje
conhecida como São Domingos, América central. Nesta ilha o desenvolvimento foi
progressivo, em 1518 já existe nesta ilha 28 usinas de açúcar, tornando-se tão
fabulosos os rendimentos dos impostos sobre este gênero, que os majestosos palácios
mandados construir por Carlos V em Madrid e em Toledo, foram pagos com os
impostos da cana de açúcar.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do
Brasil (1888-1914).
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