Lophophytum
mirabili, Schott e Endl, é planta parasita que vegeta sobre as raízes
das árvores, em lugar sombrio e um tanto úmido, de preferencia sobre as raízes das
leguminosas. De seu rizoma hipógeo saem os espiques florais oblongos, cônicos,
de 10-17 centímetros de altura sobre 4 a 8cm de grossura, cobertos quando novos
de escamas pardacentas e depois de flores monoicas afila, assemelhando-se a uma
longa espiga de milho privada da palha, tendo na parte inferior as flores
femininas reunidas em capítulos globosos, de 4-6mm de diâmetro, de cor
amarelo-clara, levemente pardacenta sobre o centro; o fruto e um cariopse.
Os rizomas tuberosos atingem desde o tamanho de uma
laranja até o de uma melancia sendo este último mais raro. São de conformação
irregular, em geral oblonga, arredondada, achatados de um lado, de cor parda e
cobertos de numerosas excrescências verrugosas; a sua casca tem 4-5 cm de
grossura.
A parte interna deste rizoma é carnosa, de cor pardacenta
listada de vermelho; o seu sabor é desagradável, adstringente, o seu aroma é
sui generis.
Habita quase todos os Estados do Brasil com especialidade
os de bioma de Mata Atlântica.
Os índios consideram esta planta milagrosa e dizem que,
quem como os capítulos florais, a parte inferior da haste sem ser visto por
outra pessoa, é sempre querido das donzelas, e os que comem a parte superior da
haste, são felizes na caça e tornam-se vitoriosos na guerra.
O cozimento da haste floral é considerado afrodisíaco; os
curandeiros usam o cozimento da haste e da raiz tuberosa em banhos nas
orquites.
A raiz tuberosa, seca e reduzida a pó, é usada na dose de
2-4 grs contra a epilepsia, para ser tomada na lua minguante e a noite ao deitar, de 3 em 3
dias, duas vezes ao dia.
Na icterícia emprega-se o pó na dose de 50grs, três vezes
ao dia.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do
Brasil (1888-1914).
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