Esta palmeira, que é uma das mais vulgares da província do
Ceará, habita também as províncias da Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do
Norte, mato grosso, Pernambuco e Maranhã.
![]() |
Carnaubeira , Copernicia cerifera, Mart. |
Este vegetal resiste tanto as grandes inundações como as
mais rigorosas secas.
Na província do Ceará, que é quase sempre flagrada pela
seca, desaparecendo campos verdejantes e até as matas espessas, as florestas de
carnaubeiras são as únicas que se conservam em seu belo estado.
A madeira do tronco é fibrosa, muito dura, leve, de cor
pardacenta riscada de preto. É madeira é usada na construção civil.
Da medula do tronco extrai-se uma fécula amelace
semelhante ao sagu é muito branca.
O pedúnculo floral, antes de completo desenvolvimento,
extrae-se um suco adocicado que serve de bebida e pela fermentação fornece um
liquido alcoolico semelhante ao vinho e de sabor agradável.
O palmito é muito saboroso e apreciado na culinária.
As folhas fornecem um pó escamoso muito leve e de cor
cinzenta amarelada.

Para purificar a cera bruta fundem-se so misturado com
água, depois coam e deixarão esfriar.
Cada palmeira regula ter 6 a 10 folhas novas, mas que não
devem todas ser cortadas ao mesmo, tempo, para que a planta não morra, deixando
sempre as mais novas; mas, como o seu desenvolvimento é rápido, podem cortar as
folhas duas vezes por ano.
A cor de carnaúba que existe no comercio é em massa
compacta, dura, quebradiça e de cor amarelada lustrosa.
As folhas da palmeira, além de fornecerem cera, servem
para cobrir casas, para o fabrico de cestos, leques, chapéus, esteiras,
vassouras e papel.
Os frutos verdes, depois de fervidos em água até
tornarem-se moles e aquecidos com leite, servem de alimento. Quando maduros,
tem uma parte polposa, de sabor adocicado e no tempo das grandes secas servem
de alimento ao gado.

Torras as amêndoas são usadas em infuão como café.
O óleo é de cor esverdeada, tema consistência do sebo.
As raízes da Carnaubeira são cumpridas de 5mm de diâmetro,
cor pardacenta avermelhada na face externa, e , na interna, ligeiramente
fibros, e de cor acinzentada.
Estas raízes assemelham-se as japecanga e são usadas em
vez de salsaparrilha contra as afecções cutâneas, artríticas e sifilíticas. O
cozimento é feito na proporção de 60 grs de raízes para 1 litro de água que é
usado na dose de 3-4 cálices por dia.
Os indígenas e os sertanejos extraem das cinzas da raiz
um sal, que é empregado da mesma maneira e para os mesmos fins que o sal de
cozinha.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do
Brasil (1888-1914).
Nenhum comentário:
Postar um comentário