É a chamada
manacan, gerataca ou camgamba, e denominada mercúrio vegetal no Pará. Piso
menciona a mesma planta com aquela primeira denominação e Sprengel Schwenkfeldia cinerca. A planta, no entanto, pertence a outra ordem, às
Myoporinas, e foi pela primeira vez cientificamente ilustrada e descrita pelo
meu amigo. Dr. Pohl.
Gerataca |
A planta toda
tem sabor amargo, nauseabundo e picante, e que mais se acentua na raiz e é um
dos mais enérgicos drásticos que o Brasil oferece.
Produz,
quando ingerida em doses elevadas, simultaneamente vômitos violentos, e era
usada pelos índios, segundo reza a tradição, como antídoto das mordidas de ofídios,
pois que originaria evacuações críticas e consideráveis, expulsando assim do
corpo o veneno.
No Pará
considera-se a mesma como o mais eficiente medicamento contra a lues inveterata,
tumores venenosos pertinazes, ostealgias, doença mercurial, etc.
Aplica-se externamente
a erva esmagada, a raiz e os ramos novos em compressas quentes e frias.
Internamente utiliza-se preferencialmente infuso aquoso frio. Para isto se
raspa a raiz limpa, põe-se em água fria que fica durante 24 horas exposta ao ar livre, côa-se
o todo, e abandona-se o líquido coado novamente por um dia. Durante este tempo
precipitam-se fécula de sedimento e outras substâncias, e o líquido decantado é
bebido em pequenas doses, ½ - 2 onças, duas a três vezes ao dia. Desde que haja
impureza no corpo, o doente experimentará violenta excitação, particularmente
insuportável formigamento sobre a pele. Em geral são até ocasionadas
febricitações que perduram, permanecendo até as substâncias impuras terem sido
eliminadas, o que acontece pela urina, transpiração, evacuações e, como já foi
mencionado, pelos vômitos quando as doses forem mais elevadas.
Os índios do
Pará temem, enquanto se submetem a esta cura, de aliás pouca duração, apanhar
todo e qualquer resfriado ou excitações, assegurando que, em virtude disto, são
as vezes ocasionadas as mais perigosas febres e convulsões. Por causa da
importância que atribuem a cura pelo manacan, pode ser comparada a “cura pela
fricção”. O fisico-mor do Pará Dr. Corrêa de Lacerda me participa que sempre
continuará a fazer observações clinicas com este medicamento, e que irá divulgar
oas resultados oportunamente na academia.
Bibliografia:
MARTIUS, Von – Sobre Algumas Drogas Brasileiras – Revista da Flora Medicinal –
1936 – Tradução do farmacêutico Oswaldo Riedel
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