domingo, 27 de agosto de 2017

As bromélias brasileiras e suas muitas utilidades no passado


Não há quem conheça uma bromélia em flor e não se apaixone por esta família. Sua graça está na diversidade das cores e formas de suas flores.. Como as orquídeas têm a sua diversidade de colecionadores, fotógrafos, adoradores e ilustradores. As ilustrações mais antigas deste vegetal são de Piso e Macgraf, holandeses que primeiro ilustram a flora brasileira, depois foi a vez de Frei Veloso que em preto e branco no bico de pena ilustrou uma diversidade enorme de bromélia. Porém nada em beleza se iguala a coleção de ilustrações de Margaret Mee. Naturalista inglesa que esteve por vários anos nas matas pelo Brasil ilustrando com singularidade as nossas bromélias.
Aqui, no entanto, vamos falar da utilidade destas plantas para os brasileiros do século XIX através do trabalho dos farmacêuticos Theodoro e Gusta Peckolt.
O Caroatá habitava terrenos desérticos no vale do São Francisco e no Ceará.
Gravatá
Os indígenas extraiam das folhas uma fibra forte que servia para o fabrico de redes. Este gênero foi estudado pela primeira vez pelo botânico Gustave Johannes, que publicou seu trabalho em 1772 e depois Karlskrona, um botânico da Escandinávia, publicou uma evolução do primeiro trabalho em 1811.
A espécie popularmente conhecida como Barba de Velho ou Crina vegetal era usada para encher almofadas e colchoes. Para os pássaros, Papa-moscas, eram úteis para fazer os ninhos.
A planta verde era usada em cozimento contra problema do fígado; fervida com, banha é usada como anti-hemorroida, já a planta amassada era usada contra hérnia.
Na medicina popular, os frutos do Caroatá é usado no preparo de xaropes e chás contra gripe, tosse e pneumonia]
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).



domingo, 20 de agosto de 2017

O Ananás como planta medicinal no século XIX

O químico Adet foi que analisou por primeira vez os princípios ativos do Ananás e achou: ácido cítrico, acido tartárico, acido málico, açúcar, pequena quantidade de albumina e diversos sais.

A parte lustrosa que existe na casca do fruto, semelhante a um verniz, é proveniente de uma substância corante cerácea, que serve para proteger o fruto contra a umidade; nesta casca um princípio aromático agradável que é própria da família dos ananás.
A abacaxi e o ananás vermelho são frutos muito apreciados pelo sabor doce e agradável que tem a parte carnosa, e são tidos como muito saudáveis, facilitam a digestão e são considerados muito úteis para quem tem cálculos na bexiga, porém muito prejudiciais nas afecções cutâneas.
O suco obtido do fruto maduro é usado aos cálices como diurético e emenagogo e do fruto verde é usado em pequenas doses como antielmintico e desobstruente, em grandes doses é tido como abortivo.
Os indígenas preparavam por fermentação com suco do fruto maduro uma bebida alcoólica, que muito apreciada. Também por fermentação do fruto é obtido o vinho de ananás, usado como estomacal usado contra vômitos.
As folhas do ananás fornecem uma boa fibra, em 1830 a incansável naturalista, Arruda Camara mostrou as vantagens e utilidade destas fibras que para sua preparação só precisavam de um dia.
Na China, o ananás é cultivado em grande escala com o fim de extraírem de suas folhas as fibras que servem para o fabrico de um tecido branco muito apreciado, e que imita a cambraia que se chama Nunn.
O suco do ananás bravo é irritante e corrosivo, pois irrita fortemente a mucosa gastro intestinal.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).



domingo, 13 de agosto de 2017

Cará e inhame são alimentos antigos na culinária nacional.

Muito consumido no Norte e Nordeste do Brasil, o cará apresenta tamanho médio para grande, lembra muito a batata inglesa, tem casca lisa e interior branco. Já o inhame é pequeno e redondo, possui casca com mini raízes que lembram pelos, os quais formam linhas, e seu interior fica entre o cinza e o bege depois de cozido. 
Dioscorea bulbifera
No século XIX os caras foram estudados por Gustavo e Theodoro Peckolt e publicados suas histórias no livro História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil. Neste livro a Dioscorea bulbifera, Linn, Conhecida popularmente como batata de rama, Cará sapateiro, cará de espinhos, cará do ar ou cará de São Tomé.
Esta espécie é oriunda da Índia Oriental, mas foi introduzida no Brasil pelo holandeses que a trouxeram da ilha de São Tomé, tendo se vulgarizado de tal forma que pode ser considerada planta nativa.
Dioscorea aculeata
Eram usadas cozidas no preparo de diversos alimentos. Suco de cará cru é diurético em enérgico. Ralando as batas se faz cataplasma para resolver furúnculos.
Dioscorea aculeata, Linn vulgarmente conhecido como inhame da costa ou cará da Guiné é planta originaria da Índia, sua verdadeira pátria. Porém vegeta naturalmente na Oceania.
Cará roxo, Dioscorea purpúrea, Roxb . Planta introduzida no Brasil pelo Conde de Nova Friburgo. Hoje muito consumida na Amazônia.

 Dioscorea purpúrea
Em termos nutricionais, Tanto os caras como os inhames são consideradas bastante calóricas, possuem grande quantidade de vitaminas do complexo B, principalmente B5 (Niacina) e B1 (Tiamina), estimulando o apetite e auxiliando no processo digestivo. São ricos ainda em fibras solúveis, cálcio, ferro e potássio. O seu consumo é indicado também para pessoas que sofrem de gastrite e úlceras, por ser um alimento de fácil digestão e absorção. Só é preciso tomar cuidado com o seu consumo, pois 100 gramas do produto trazem cerca de 78 kcal. 

domingo, 6 de agosto de 2017

O Coco de Dendê é perfeitamente adaptado no Brasil

Esta palmeira é considerada oriunda da África tropical, e conforme Von Martius, não existem dados positivos sobre a sua introdução no Brasil, mas é quase certo que foram os escravos que introduziram o cultivo e adaptação da planta

O Dr. O. Drude considerada o Dendê indígena das regiões tropicais e equatoriais da América do Sul e crê que os seus frutos fossem levados desde épocas remotas, pela correnteza do mar ou por outro qualquer meio, para a Costa da Guiné onde, achando clima e tempo apropriados, se desenvolveu em toda a sua plenitude, não tendo sido até hoje encontrado propriamente em estado selvagem na região africana, mas somente cultivado nos lugares habitados.
Este sábio botânico é também de opinião que no Brasil deve existir uma ou mais espécies do gênero Elvis que mais se aproxime do Coco de Dendê, a não ser o Elais melanococa.
O coqueiro de dendê é cultivado em quase todos os estados tropicais do país.
O Coqueiro de dendê cresce muito lentamente e para o seu caule alcançar de 8 a 10m de altura são precisos uns 25 anos mais ou menos.
O seu caule trás na base as folhas, tendo em parte o pecíolo da mesmo ereto; é coroado na parte superior por 10-20 folhas de quase quatro metros de comprimento com os pecíolos armados de espinhos.
A inflorescência parte do meio das folhas em espádices ramosas as vezes em numero de 8, tendo as flores masculinas e as femininas separadas em 2 regimes diferentes, sendo cada um deles protegidos pro uma dupla espata; o cálice e a corola tem 3 divisões, as estaminas são em número de 6 e o ovário tem 3 lojas, achando-se duas obliteradas.
Por vários séculos o óleo de dendê foi falsificado, porque custava muito caro e havia grande falta de óleo no país; apesar da culinária africana e brasileira usar cada vez mais o óleo para o preparo de muitas iguarias. Hoje já temos produção nacional.
O óleo de dendê , recentemente fundido e introduzido em recipiente para conservação e cheio completamente, e depois fechados hermeticamente, conserva-se por tempo indefinido, não perdendo a cor amarelada, nem o seu aroma, e nem as outras propriedades, mas  ao ficar em contato com pequena quantidade de ar, altera-se descorando, rancificando pouco a pouco.
Essa transformação dá lugar à produção de uma certa quantidade de glicerina que segundo Pelouse e Boudet, diminui a proporção que o óleo torna-se mais rançoso, visto a glicerina se decompor e formar acido sebáceo.
Na medicina popular o azeite de dendê é usado para fricção, contra o reumatismo e também contra doenças de pele.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).