sábado, 26 de julho de 2014

Cará Sapateiro

Sinomia científica: Dioscorea bulbífera, Lin Dioscorea tamifolia,  Salesb  Umbium bulliferum, Mirb.
Sinomia Vulgar: Batata de rama, Cará de espinha, Cará do ar, Cará de São Tomé.
Esta espécie é oriunda da índia Oriental, mas foi introduzida entre nós pelos holandeses que as trouxeram da ilha de S. Tomé, tendo-se vulgarizado de tal maneira que pode ser considerada brasileira.
Tem a caule liso, ramoso, arredondado, muito extenso e trepador; com folhas ovais arredondadas, cordiformes e aguçadas, raiz tuberosa atingindo o tamanho desde o de uma manga, até o de um coco da Bahia; oval arredondada, achatada dos lados; tem uma casca grossa com excrescências verrugosas, de cor pardacenta coberta de radículas muito finas e curtas, com a parte carnosa amarelada, muito mucilaginosa e de sabor particular; pesa geralmente desde 150grs até 2kg.
Germinação de Cará Sapateiro
Nas axilas das folhas fporma-se uma excrescência verrugosa que pouco a pçouco transforma-se em uma tubera arredondada ou oval, um pouco s achatada em um dos lados, atingindo o comprimento de 5 a 10cm, mais ou menos coberta por uma película fina, Liza, lustrosa, de cor cinzenta azulada exteriormente e na parte interna, de cor arroxeada, com a parte carnosa de cor amarela alaranjada; pesam muitas vezes desde 120 até 200grs.
Estas tuberas aéreas são usadas cozidas e preparadas de diversas maneiras como alimento, sendo muito nutritivas que as raízes tuberosas; estas são aplicadas como medicamento, no estado cru, possuem ação muito diurética, sendo empregada nas afecções que exigem um enérgico diurético sem , produzir irritação alguma.
O suco das mesmas é dado na dose de uma colher de sopa de 2 em 2 horas como diurético.
As tuberas aéreas raladas servem para fazer cataplasma que são usadas com proveito, para resolver os furúnculos.


Bilbiografia: Plantas Medicinais e Úteis do Brasil – Gilberto e Theodoro Peckolt.

domingo, 20 de julho de 2014

MUTAMBA

Nome Científico :  Theobroma guazuma L.
Família: Esterculiáceas
Sinomia: Pojó, Camba-acã, Camacã, Ibixuma, Ibixuna, Ubixuma, nabombo, Olmeiro-piramidal-da-martinica, Mutombo, Mutambo, Mucongo, Cambáaçã.
Características: Árvore de tamanho médio, ramosa, copa larga. Madeira branca. Folhas ovais, recortadas nos bordos. Fruto, é redondo e de cor negra, contém uma substância mucilaginosa e é comestível. O líber (floema) fornece fibras para a cordoaria e para a fabricação de tecidos.
Theobroma guazuma, L.
Habitat: Na mata de várzea alta.
Valor Terapêutico: O decocto da entrecasca é adstringente, depurativo, antisifilítico, desobstruente do fígado e bom contra as dermatoses.
O mercado da entrecasca tem aplicação contra a queda do cabelo e as afecções parasitárias do couro cabeludo.
O decocto da casca é vulnerário: serve para lavar feridas velhas.
Em xarope, a entrecasca é eficaz nos casos de bronquite, asma tosse, pneumonia e outras afecções das vias respiratórias.
O cozimento da casca é usado contra as afecções do fígado e, externamente, no tratamento de feridas e úlceras. Servem também as cascas para combater as tosse, bronquites, asma, pneumonia.
Bibliografia: A Flora Brasileira na medicina doméstica – A. Balbach – pág 1037 e 1038

Dicionário das plantas úteis do Brasil – 2º edição – G.L. Cruz pág 467

domingo, 13 de julho de 2014

Passifloras e Curcubitaceas como plantas medicinais

As Passifloraceas, cuja ação se assemelha a da morfina. Algumas são tidas como anthelminticas e outras como antiescorbúticas.
Flor de Passifloraceas
Das Curcubitaceas, queremos mencionar a Nhandiroba ou Jabotá, que é infalível contra perturbações gástricas e o reumatismo. As diferentes Cayaponias, que atuam como drástico e a não menos importante Luffa, que serve como antelmintico. Aliás, a “Cayaponina”, princípio drástico contido nas sementes e frutos de muitas espécies de gêneros diversos é, na opinião judiciosa de alguns clínicos, o purgante ideal, porquanto produz efeito forte com a dose mínima. Os Tayuyás são depurativos e diuréticos. Mas com o emprego das Curcubitaceas sem pré precisamos ter cuidado com a dose.
Das Phytolaccaceas são eméticas e drásticas as dos gêneros Phytolacea e Pircunia. As representantes da Petiveria são silagôgas, vermicidas, antigonorréicas e próprias para curar as dores de dentes. Os frutos da Rivinia tintoria, próprios para pintar os lábios e as faces das meninas faceiras, mormente porque é totalmente inofensiva e de uma coloração mais fiel ao natural que as tintas químicas.
As Malvaceas contem muitas espécies indígenas, que são emolientes e estomáquicas. Da mesma forma as Tiliaceas e as Sterculiaceas. Mas, destas ultimas há também muitas que são reputadas depurativas.
As Rutaceas igualmente importantes na cura das febres e moléstias do estomago e as sementes Meliaceas do gênero Melia, servem para substituir as da “Chaulmoogra” na extração do óleo oficinal.
Planta de Pariparoba
As gramíneas, as Pteridophytas, as Commeliaceas e todas as demais Mono e Dicotiledoneas, muito teríamos ainda a fazer. Para formarmos um juízo da diversidade existente entre as virtudes atribuídas aos diferentes vegetais, bastam estas famílias enumeradas.
Os botânicos e clínicos estrangeiros acreditam que nenhuma flora do mundo é mais rica de espécies medicinais do que a nossa e nós afirmamos sempre o mesmo, mas sem bem sabemos o que estamos dizendo.
O índio prepara remédios colhendo os elementos nas selvas sombrias e nos campos agrestes. Geralmente são misturadas diversas raízes ou diferentes folhas que lhe fornecem a base para os mesmos. Mas, a manipulação deste material, a época de sua colheita, bem como o modo de misturar e a maneira de fazer decoctos são coisas que também merecem atenção.

Bibliografia: Boletim de Agricultura – 1929 – Os Vegetais na Terapêutica – F. C. Hoehne


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Famílias decorativas do Brasil

Menos importantes na medicina, mas mais decorativas, são as representantes das Acanthaceas, Bignoniaceas e Campanulaceas. Mas, precisamos recordar as espécies do gênero Tecoma, da segunda família, a que o povo xdenomina “Ipê”, cujas entrecascas e serragem têm grande fama como úteis nas moléstias do estomago e fígado.
Casca de anta
As Umbelíferas, que contem as espécies úteis dos gêneros Fernula, Archnagelica, Angelica, Meum, Foeniculum, Pimpinella, Ammi, Peucedaneum, Pastinaca, Thapsia, Daucus e outros que contribuem com grande porcentagem para o material oficinal, tem poucos representantes mais importantes em nossa flora indígena.
Lembramos, porém, que muitas poderiam ser cultivadase produzidas aqui com vantagem. Delas já experimentamosespecies de Coriandrum e Seseli, obtendo não pequena produção de sementes no Horto “Osvaldo Cruz”.
Indigenas dignas de menção seriam também a Centellaasiática, as espécies do gênero Eryngium e outras.
Dignas de especial menção são as nossas Menispermaceas. Muitas, altamente tóxicas, têm encontrado emprego na medicina, aplicadas em doses  pequenas e repetidas com largos intervalos. Citamos apenas a “Calumba”, a “Raiz Pereira”, a “Bútua”, a “Parreira Brava” o “Cocculos”, que tem bem merecida fama como estomáquicas, antirreumáticas, antifebris, diuréticas e diaforéticas.
As Myristicaceas, a que pertencem a nossa “Ucuúba”, a “Bicuiba” e outras sementes aromáticas, têm fama como estimulante e como uteis para combater as câimbras e as disenterias crônicas.
As Magnóliaceas, que no Brasil tem apenas dois tipos representativos, valem menção por serem as mais estomáquicas que conhecemos. A fama da “Cataya” ou “Casca de Anta” é bem merecida. Afirmam ainda que cura o escorbuto e as úlceras estomacais.
Das Dilleniaceas destacamos as que o vulgo denomina “Çambaiba”, “Cipó Carijó” e “Capa Homem”, pelo valor que tem como fortemente adstringente no combate as orquites e as disenterias.
Bicuíba
Das Droseraceas, de que a nossa flora possui diversas espécies, destaca-se a virtude diurética. Mas elas servem para curar a hidropsia, as moléstias dos olhos, e são também consideradas toxicas para os carneiros e fornecem uma tinta encarnada utilizável nas indústrias.
As Violaceas indígenas prestam serviços como eméticas. Combatem as erupções cutâneas e agem como antifebris.
Das Flacourtiaceas, temos a celebre “Chaulmoogra” da Índia e uma porção de similares na flora brasílica. Delas ocupa atualmente a atenção dos clínicos a “Sapucainha”, Carpatroche brasiliensis, cujas propriedades medicinais, na destruição dos lepromas da morfea, equivalem bem as das sementes vindas da Índia, pelo nome supramencionado. As folhas de algumas “Guassatungas” agem também como anticético e anestésico.


Bibliografia: Boletim de Agricultura – 1929 – Os Vegetais na Terapêutica – F. C. Hoehne