domingo, 24 de junho de 2012

Carás do Brasil


Cará pé de anta
 Esta é apenas uma variante  do Cará da Guiné, por isso assemelha-se muito a Cará da Guiné, mas distingue-se do da Guiné por ter ramagem de cor verde mais clara. As batatas é que são muito maiores, devido talvez ser a fórma mais cultivada: pesando em média 4 a 5 kg nõ raro atingem 10 kg de peso. Planta-se em agosto e eleva um ano para se desenvolver totalmente, de modo que se vai colher em agosto ou setembro do ano seguinte. Bem guardada conserva-se no máximo meio ano.
Também é espécie importada, talvez já pelos holandeses no Pernambuco.
Cará inhame
Cará Inhame (Dioscorea alata, Linn) é um cará de forma oval alongada, do comprimento de um palmo com quase metade da grossura. O peso varia de 2 a 5kg. O interior é branco puro; cortado faz brotar um líquido viscoso que logo toma uma cor bruna, tal qual como inhame (Calocasia antiquorum) e daí o seu nome.
Requer terra boa e só dá bem em clima quente: planta-se do mesmo modo como a espécie precedente, em agosto, podendo ser colhida em junho, 10 meses.Como todas as espécies de cará, não deve ser desenterrada com tempo de chuva. Conserva-se menos tempo, isto é 5 a 6 meses. Por não ser dos caras mais saborosos, é empregado mais para fazer “pão de cará”: ralado e misturado com farinha de milho.
Cará amarelo (Dioscorea batatas, Deca) originário da Índia é muito cultivado no Japão, foi importado para o Brasil vindo das Antilhas. É espécie muito espalhada que não se conseguiu aclimatar na Europa . As batatas são um pouco achatadas nos lados, com as quilhas arredondadas, tendo aí ligeiros entalhes como que como que indicando seguimentos; as barbadinhas são escassas e curtas. O interior é amarelo claro, viscoso; ao secar bem como cosinhado perdem essa cor. Regulam pesar 800 a 900grs. Conquanto seja muito saboroso, este cará é pouco cultivado, porque temos outras espécies mais produtivas. Acultura é a mesma que a mesma que a do cará barbado.
Bibliografia: Alamanaque Agrícola Brasileiro – 1923 – pág 237 e 238.    

domingo, 17 de junho de 2012

Os Carás no Brasil


Cará da Guiné.

Ainda que um ou outro agricultor saiba da existência das diversas qualidades de carás é quase certo que a grande maioria não conhece nossa diversidade de tipos de cará. Temos no Brasil para mais de 18 espécies cultivadas desde rival das batatas e da mandioca. E digamos o cará está longe de alcançar a popularidade que bem merece como substância alimentar, quer como prato de fino sabor e aroma.
“Cará” é segundo Martius palavra tupi; assim os índios do norte do Brasil chamavam aos tubérculos das plantas da família Dioscoreae, monocotyledoneos  próximos as Amaryllidaceas, cujos gêneros são Discorea e Rajahia, Também na África e na Ásia há espécies do primeiro nestes gêneros e algumas das mesmas já foram aclimatada entre nós nos tempos coloniais.
No que diz respeito analise do valor alimentício do Cará, utilizamos do trabalho do Dr. Theodoro Peckolt (1885) onde também se encontram informações sobre a cultura deste vegetal (Cultiviert Cará-Artur Brasilens. Em Zeitschr dês allgem österr.  Ipotheker-vereines 1885, n 3)
Cará da Guiné é uma espécie importada da África no primeiro século. A planta se dá melhor em clima quente, de forma que não convém para o Brasil na sua região sul.
As batatas são grandes, pesando até 1 kilos; a casca ou película é coberta de pequenas excrescência; o interior é amarelado-alaranjado muito viscoso.
Quando estiver grelada, corta-se a batata em vários pedaços conforme buraco, em o número de olhos e plantam-se em terra boa, dois gomos em cada buraco, em distância de mais ou menos 40 centímetros. Quando começar a crescer a ramagem é preciso fincar varetas, pelas quais as plantas precisam trepar para que as batatas se desenvolvam bem. Nas Antilhas costuma plantar este cará do seguinte modo: no fundo da cova deita-se um pedaço de tronco de bananeira, depois se cobre com terra e colocam-se as batatas quase na superfície, apenas cobertas por ligeira camada de terra.
No Rio de Janeiro usam por pó de café no fundo da cova.
Colhe-se daí a nove meses. Tendo cuidado ao desenterrar, de modo a não ferir as batatas, pode-se conservá-la longo tempo, mesmo por espaço de um ano, em lugar seco e ventilado. As batatas machucadas é preciso consumir logo, porque apodrecem.

Bibliografia: Almanque Agricola Brasileiro 1923 pág 238.

domingo, 10 de junho de 2012

Cebola Cecem é muito cultivada no Brasil.


Em nosso país existe uma planta bastante cultivada nos jardins, devido a beleza de suas flores, a qual pode perfeitamente substituir a Scilla Maritima, quanto a sua ação destruidora dos terríveis roedores e aos seus efeitos medicinais, por possuir as mesmas propriedades e conter princípios ativos semelhantes. Essa planta que possui um grande bulbo ou cebola, pertence a família das Amaryllidaceas e é conhecida vulgarmente como cebola cecem, e cientificamente por  Crinum asiaticum, erubescens Alt, variedade Majus e Brasiliensis.

Crinum erubescens,Ait
Na Índia, é cultivada nos jardins do Crinum asiaticum, variedade toxicarium, Herbert (C. toxicarum, Roeb) devido á bela coloração alba de suas flores, servindo também para a substituição e falsificação da Scilla marítima.
Porém, dentre as plantas tóxicas empregadas para o extermínio dos raos, destaca-se uma pertencente a exuberante flora do nosso majestoso país, conhecida vulgarmente por Erva de rato e pertencente á grande família das Rubiaceas: refiro-me às plantas do gênero Palicuria e particularmente a Palicuria Macgravii, St Hil. Ou Psychotria Marcgravii, ols, Spreng, bastante espalhada no nosso vasto território. Esta planta cresce abundantemente de preferência á margem dos córregos e rios, ou nos brejos e lugares sombrios e úmidos das matas, e é encontrada geralmente nos Estados de Minas, S. Paulo, Rio Goiás, Bahia , Pernambuco, Pará, Espírito Santo. É encontrada mais abundantemente em sua variedade minor. Essa planta alcança dois metros mais ou menos de altura, os seus ramos são liso e as suas folhas novas, ligeiramente pubescente; as suas folhas chegam a atingir de nove a doze centímetros de comprimento sobre três a seis de largura, são geralmente opostas e oblongo-ovais. A inflorescência é em panícula corimbosa de 3 a 5 cm de comprimento sendo as flores de cor azulada sobre o vermelho, porém, de ápice vermelho rubro. O fruto é uma pequena baga com cerca de 6mm de comprimento sobre uns 6mm  de largura.
Além dessa, existem ainda outras plantas denominadas Erva de Rato, tais como a Palicuria Velutina. Schlechtend, variedade pubescens St. Hil. Conhecida vulgarmente por Erva de Rato do Mato Virgem, sendo as suas folhas bastante pilosas; é muito tóxica para o gado, ratos e demais mamíferos. A Herva de Rato de Flores Amarelas, Psychotria Tabacifolia, Mull. Arg, encontrada geralmente no estado do Rio de Janeiro, na Serra da estrela e também nos Estados de Minas. São Paulo, Espirito Santo, etc. Erva de Rato de Flores azuis, Psychotria sclerophylla, Mull, Arg. Encontrada abundantemente no estado do Espírito Santo , crescendo a margem do rio Jacu e considerada pelos sertanejos bastante perigosa para o bovinos, que poucas horas resistem a sua ação tóxica.

Bibliografia: Chácaras e Quintais – Jul 1920 pág 33 a 35 Dr. Gustavo Peckolt

domingo, 3 de junho de 2012

Scilla mata animais domésticos.


Scilla Marítima, L.

A Scilla geralmente, mata com rapidez os animais domésticos e todos os mamíferos, sendo os camelos são muito sensíveis a sua ação tóxica, morrendo poucas horas após a sua ingestão. É um violento veneno narcótico-acre, de efeito emeto-catartico, que ativa principalmente sobre o sistema nervoso.
Além desta Scilla, mais conhecida pelo nome de Scilla vermelha e Scilla macho em alguns países, ou Scilla de Espanha existe uma variedade denominada Scilla branca, Scilla fêmea ou Scilla da Itália, a qual possuem as escamas do bulbo cor branca e cuja ação tóxica é bastante reduzida, sendo por este motivo, pouco empregada.
A Scilla pode ser cultivada em nosso país, em qualquer terreno, mesmo no arenoso; a sua propagação pode ser feita pelas sementes ou por pequenos rebentos. A sua colheita resume-se no aproveitamento dos bulbos, dos quais são rejeitadas as suas camadas externas, geralmente secas e bem assim, as centrais, de cor branca e pouco ativa. As camadas internas dessa cebola são vermelhas e possuem ação eminentemente toxica, o seu suco é acre, ligeiramente viscoso e inodoro. Separadas das outras camadas da cebola, são cortadas em pequenas tiras e secas ao sol ou na estufa e guardadas ao abrigo da humanidade para evitar o bolor. Elas encerram matéria corante amarelo avermelhada, tanino, substâncias gomosas, glicose e dois princípios ativos, um amargo, a Scilla Tina e o outro acre a Skuleina, ambos glicosídeo, contêm ainda traços de iodo, sais e etc.
A Scilla é muito empregada para matar ratos, sob a forma de pó, e na Grécia, é utilizada para o fabrico do álcool, fazendo-a fermentar e depois submetendo a destilação os seus bulbos.
Em nosso país, existe uma planta bastante cultivada nos jardins, devido à beleza de suas flores, a qual pode substituir a Scillas marítima, quanto a sua ação destrutiva dos terríveis roedores e aos seus efeitos medicinais, por possuir as mesmas propriedades e conter princípios ativos semelhantes. Esta planta que possui um grande bulbo á cebola, pertencente a família das Amarillideas e é a Scilla marítima, L.

Bibliografia: Chácaras e Quintais 15 de julho de 1920.