quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O naturalista Hermann von Hering

Hermann von Ihring
Formou-se em filosofia natural por vocação e em medicina porque seu pai queria que o filho tivesse um diploma capaz de render mais do que o misero subsídio como qual se tem de contentar os filósofos. Seus primeiros estudos fizeram-no antropólogo, por influência do seu querido mestre Virchow, e por isso seu pequeno gabinete na casa paterna foi enchendo de crânios e tíbias humanas. O material que não tinha mais interesse ia para o lixo, mas foi um escândalo publico na pequena cidade de Giessen quando a polícia com seu faro aguçado descobriu que da casa do notável advogado, pai do naturalista, saiam esqueletos humanos indícios de quiçá quantos crimes. Foi difícil repor os Sherloks na pista verdadeira. O Dr. Hermann passou a ser professor, mas satisfeita esta pequena vaidade, não achou muita graça na cátedra e preferiu ser estudante a vida inteira, aprendendo nos livros abertos da natureza. Foi atraído pelos trópicos, o Brasil de onde Fritz Muller relatava maravilhas zoológicas. Casou-se e embarcou. No Rio de Janeiro grassava a febre amarela, mas o Dr. Hering precisava demorar-se na corte, a fim de legalizar seu diploma de médico estrangeiro.
Hospedou-se no hotel da Tijuca onde não havia mosquitos; logo no primeiro passeio encontrou um belo caramujo, raríssimo nas coleções de Berlim e Paris. Para poder observá-lo detidamente, antes de matar, guardou-o sob um copo do lavatório e foi ao beija-mão do imperador, não sem antes recomendar à esposa que vigiasse o precioso molúsculo. Mas D. Clara distríu-se, um momento e logo depois não havia mais caramujo debaixo do copo.
Como reclamá-lo da arrumadeira do hotel, se o idioma do país ainda lhe era tão difícil. Em fim, rebuscando o dicionário, surgiu a frase salvadora, repetida com ênfase a negra perplexa: “Meu, marido é, um caramujo!”

Bibliografia: Almanak Agrícola Brasileiro 1920 pág 131

domingo, 18 de dezembro de 2011

Usos das Emabúbas

Embaúba Vermelha

O caule fistuloso das Embaúbas fazem na carecer calhas para condução de águas, cujo serviço é bastante resistente, mas seu maior emprego, próximo aos povoados, consiste na fabricação de carvão para pólvora, posto que se atrbua esta aplicação apenas a Cecropia carbonária M e Miq. Não tenho, porém a menor duvida de que na indústria do papel está o seu futuro industrial.
A parte interna da casca das Embaúbas , epecíficamente das árvores novas, fornece tecido filamentoso composto de células muito longas e dispostas de modo a permitirem a extração das folhas de líber com alguns metros de comprimento. Sua tenacidade é variável, conforme as espécies, mas os filamentos de todas elas são úteis na cordoaria ; sobretudo para as cordas grossas e cabos, considerados de grande residência à ação da água do mar.
As Embaúbas são úteis para celulose e feltro, posso assegurar ser excelente, baseado em numerosas experiências de laboratório feito sobre amostras.
Dizemos que a madeira e a casca juntas devem fornecer boa pasta química e por sua abundância é um grande auxiliar da indústria de papel. Estou tão convencido disto, que deixo de ser mais extenso a respeito.
Da particularidade de ser fistuloso o caule da Embaúbas derivam casos interessantes p\ra a ciência, os quais, posto que ligeiramente, devo referir aqui. Del quando cortado, corre um líquido pouco abundante considerado antiofídico e também útil na cura da diarréia dos tuberculosos; freqüentes vezes encontram-se nos internódios depósitos de cera, que ainda não pode averiguar se é produto da própria planta ou de alguma abelha, cera esta reconhecida como eficaz no tratamento de úlceras crônicas.
O caule é ainda interessante pela simbiose com a árvore e a formiga Asteka Mulleri Emery que quase sempre é nele encontrado. Esta formiga retribui o agasalho, defendendo as embaúbas do ataque das saúvas, que atendendo ao exíguo número de folhas e á facilidade de marcha que lhe oferece a superfície irregular da epiderme da casca e dos galhos, em poucas horas destruiriam um indivíduo, levando-lhe os órgãos essenciais da respiração e transpiração, folhas.
Outros naturalistas atribuem a existência de formigas nos caules das Embaúbas ao fato delas vegetarem em terrenos inundáveis o que eleva aquelas a procurarem abrigo seguro.
As preguiças apreciam muito estas árvores pois nelas de preferência vive e se alimenta de seus renovos que constituem sua principal alimentação. Estes renovos, reconhecidos úteis no tratamento das bronquites e afecções das vias respiratórias, fornecem por compressão um suco que se acredita um eficaz como peitoral em também cura das gonorréias e leucorréias, quando misturado ao leite
Bibliografia:                                                           
Almanaque Agrícola Brasileiro – 1915 – pág 236

Usos da Árvore da Preguiça

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O caule fistuloso das Embaúbas fazem na carecer calhas para condução de águas, cujo serviço é bastante resistente, mas seu maior emprego, próximo aos povoados, consiste na fabricação de carvão para pólvora, posto que se atrbua esta aplicação apenas a Cecropia carbonária M e Miq. Não tenho, porém a menor duvida de que na indústria do papel está o seu futuro industrial.
A parte interna da casca das Embaúbas , epecíficamente das árvores novas, fornece tecido filamentoso composto de células muito longas e dispostas de modo a permitirem a extração das folhas de líber com alguns metros de comprimento. Sua tenacidade é variável, conforme as espécies, mas os filamentos de todas elas são úteis na cordoaria ; sobretudo para as cordas grossas e cabos, considerados de grande residência à ação da água do mar.
As Embaúbas são úteis para celulose e feltro, posso assegurar ser excelente, baseado em numerosas experiências de laboratório feito sobre amostras.
Dizemos que a madeira e a casca juntas devem fornecer boa pasta química e por sua abundância é um grande auxiliar da indústria de papel. Estou tão convencido disto, que deixo de ser mais extenso a respeito.
Da particularidade de ser fistuloso o caule da Embaúbas derivam casos interessantes p\ra a ciência, os quais, posto que ligeiramente, devo referir aqui. Del quando cortado, corre um líquido pouco abundante considerado antiofídico e também útil na cura da diarréia dos tuberculosos; freqüentes vezes encontram-se nos internódios depósitos de cera, que ainda não pode averiguar se é produto da própria planta ou de alguma abelha, cera esta reconhecida como eficaz no tratamento de úlceras crônicas.
O caule é ainda interessante pela simbiose com a árvore e a formiga Asteka Mulleri Emery que quase sempre é nele encontrado. Esta formiga retribui o agasalho, defendendo as embaúbas do ataque das saúvas, que atendendo ao exíguo número de folhas e á facilidade de marcha que lhe oferece a superfície irregular da epiderme da casca e dos galhos, em poucas horas destruiriam um indivíduo, levando-lhe os órgãos essenciais da respiração e transpiração, folhas.
Outros naturalistas atribuem a existência de formigas nos caules das Embaúbas ao fato delas vegetarem em terrenos inundáveis o que eleva aquelas a procurarem abrigo seguro.
As preguiças apreciam muito estas árvores pois nelas de preferência vive e se alimenta de seus renovos que constituem sua principal alimentação. Estes renovos, reconhecidos úteis no tratamento das bronquites e afecções das vias respiratórias, fornecem por compressão um suco que se acredita um eficaz como peitoral em também cura das gonorréias e leucorréias, quando misturado ao leite

Bibliografia:                                                           
Almanaque Agrícola Brasileiro – 1915 – pág 236

domingo, 11 de dezembro de 2011

Arvore da Preguiça

Arvore da Preguiça.

As Imbaúbas, vulgarmente conhecidos também pelos nomes de Ambaíbas e Árvores da preguiça, pertencem a família das Moraceas.
Neste artigo o nosso colaborador botânico Manuel Pio Corrêa ocupa-se mais especialmente da imbaúba, Cecropia Pochystchia de Trec, como planta fibrosa:
“Árvore de caule mais ou menos reto fistuloso, e lactescentes, dividido por septos disciformes e com os galhos apenas na extremidade; folhas grandes, peltadas, palpavelmente nos Estados das, fendidas em 9-10 lobos oblongo-obtusos, pecíolos, partidos e cilindros; flores pequenas, em espigas umbelíferas, pendulas, sésseis, oblongo-obtusas, crassas, com invólucro coriáceo.
É vegetal muitíssimo comum no Ceará, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e provavelmente nos Estados intermediários e creio que também no do Rio Grande do Norte. Prefere as terras de boa qualidade e úmida, mas ér freqüente nas de qualidade regular e até nas ordinárias.
“O tecido lenhoso desta espécie, bem como o de varias outras, todas as quais vegetam em grupos, parece-me susceptível de idênticas aplicações industriais, hipótese para cuja averiguação se fazem necessário novos estudos.
Extremamente leve e com as camadas de fibras muito visíveis, apresenta coloração diversas, (branca, avermelhada, amarelo-publea, etc...) e uma composição aparentemente muito uniforme.
Bibliografia:
Almanake Agrícola Brasileiro 1915.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O chá das Folhas de cafeeiro

O mau gosto primitivo das folhas do cafeeiro pode-se atenuar submetendo-a a uma infusão de água fervendo ou elevando o calor a que são submetidas durante a tostação, até que se experimente um certo grau de torrefação. Sob a impressão do calor, que no começo não deve exceder de 60 a 80 graus as folhas crispam-se diminuem de grossura e tomam uma cor mais carregada deixando transpirar um suco que dá a sua superfície um aspecto untuoso. Durante esta operação de torrefação, as folhas deverão ser continuamente mexidas por meio de ferros ou de preferência, quando a temperatura da chapa permitir, por meio das mãos. Acabar de enrolar imediatamente e esfregá-las entre os dedos ou sobre esteira de junco ou cano para lhes tirar uma parte de substâncias adstringentes da qual estão cobertas.
Estas sucessivas operações de tostação e enrolamento fazem-se quanto a cinco vezes ou mais, até que as folhas completamente secas mostrem um princípio de torrefação.  

Bibliografia:
Anuário Agrícola Brasileiro 1921 - 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

As pessoas e a Teína

A Teína está em maior quantidade no chá.

A descoberta feita por nós do uso das folhas do chá de cafeeiro em alguns lugares no interior do Pará, prova a verdade dos conceitos do grande sábio alemão Liebig, quando externou a opinião de que há na constituição da natureza, um instinto irresistível de incorporar a si, de unir comigo digamos melhor, certa quantidade de tônico, e que levou certamente os chineses a consumir o chá, o malaio o betel, o americano o fumo, o africano o cânhamo, o paraguaio o mate, etc. è o mesmo Liebig que diz: “Nunca talvez cheguem  a descobrir com certeza como foi que os homens chegaram a adotar o uso da infusão quente das folhas de certos arbustos , chá, ou da decocção de certas sementes torradas, café. “Alguma coisa uma lei deve necessariamente existir, a qual explicará como este costume se tonou uma necessidade de vida para nações inteiras”. É porem de certo, mais notável ainda que o efeito benéfico de ambas as plantas na saúde pode ser atribuído a mesma substância cuja presença nos dois vegetais, pertencentes a famílias naturais completamente diferentes e sendo os produtos de partes do globo distantes uma da outra, havia sido presumido apenas pela mente a mais ativa e corajosa.
Todavia ensaios recentes têm mostrado, e a ninguém permite mais duvidar que a cafeína, o princípio peculiar do café e a teína, o do chá, são todos os idênticos.
Ora, isto é uma grande verdade e só assim poderemos explicar a causa porque o chá da China, os grãos de café, as favas de cacau, são aceitos por toda a humanidade em forma de bebidas. Contendo um princípio excitante e nutritivo a que os químicos chamam de teína agradam, apesar do seu esquisito e amargo sabor. Fora dessas substâncias nenhuma outra produção, a não ser o mate e o guaraná, é conhecida como tendo teína. Voltemos, porém às folhas do cafeeiro. Foi o dr Gardner o primeiro químico que descobriu a teína nas folhas do arbusto do café. As folhas do cafeeiro simplesmente seco têm desagradável sabor vegetal, o que torna imbebível semelhante infusão. O mesmo, porém, aconteceria com o uso imediato das folhas do chá da Índia. É preciso o tratamento. Os chineses, esses grandes bebedores de chá, que fazem em grandes chaleiras e o bebem a toda hora, possuem varias formas de tratamento capaz de formar todas as variedades de chá e tornando aceitáveis as folhas da mesma planta pelos mais exigentes paladares.
Apesar de todo o inconveniente do paladar a preferência foi sempre para o chá, o café e o mate.  T. Canto Lievig e Pfatte, alemães; Dumas, Peligot e Payen, Todos atribuem o nitrogênio comum as três substâncias acima.


Bibliografia:
Almanaque Agrícola Brasileiro 1921 - Bartholomeu Dias