domingo, 25 de março de 2018

A Jalapa do Mato é purgativa de uso antigo


Mirabilis Jalapa, L. é o nome científico de Maravilha, Jalapa comprida, Boa noite, Bonina, Purga de nabiça.
Mirabilis jalapa, L.
É uma planta de caule tetrágono nodoso articulado, forquilhoso-ramoso, delgado, peluginoso, com folhas opostas, ovais cortiformes, agudas e lisas, de inflorescência terminal, com as flores reunidas de 3 a 6, as vezes solitárias. As flores são de coloração variável ora vermelho vivo, amarelo claro, escuro ou branco, ou levemente rosado, inodoras.
O fruto é uma caryopse de forma elíptica, um tanto anguloso, preto, rugoso e engrossado na base.
Habita quase todos os estados do Brasil, principalmente Bahia, Espirito santo e Rio de Janeiro.
Sua raiz é espessa, fusiforme, carnuda e suculenta é usada como medicamento drástico brando e quando seca é conhecida na Europa como falsa Jalapa. Esta raiz contem uma resina mole purgativa usada entre 1 a 2 grs.
Nos estados do Norte usa-se o polvilho da raiz como laxativo para as crianças e segundo Manso é da raiz desta planta que se obtém o produto denominado Resina de Batata. Segundo Von Martius Resina de Batata se obtém de Operculina das Convulaceas.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

domingo, 18 de março de 2018

O afrodisíaco mais poderoso da Flora Brasileira.


Lophophytum mirabili, Schott e Endl, é planta parasita que vegeta sobre as raízes das árvores, em lugar sombrio e um tanto úmido, de preferencia sobre as raízes das
leguminosas. De seu rizoma hipógeo saem os espiques florais oblongos, cônicos, de 10-17 centímetros de altura sobre 4 a 8cm de grossura, cobertos quando novos de escamas pardacentas e depois de flores monoicas afila, assemelhando-se a uma longa espiga de milho privada da palha, tendo na parte inferior as flores femininas reunidas em capítulos globosos, de 4-6mm de diâmetro, de cor amarelo-clara, levemente pardacenta sobre o centro; o fruto e um cariopse.
Os rizomas tuberosos atingem desde o tamanho de uma laranja até o de uma melancia sendo este último mais raro. São de conformação irregular, em geral oblonga, arredondada, achatados de um lado, de cor parda e cobertos de numerosas excrescências verrugosas; a sua casca tem 4-5 cm de grossura.
A parte interna deste rizoma é carnosa, de cor pardacenta listada de vermelho; o seu sabor é desagradável, adstringente, o seu aroma é sui generis.
Habita quase todos os Estados do Brasil com especialidade os de bioma de Mata Atlântica.
Os índios consideram esta planta milagrosa e dizem que, quem como os capítulos florais, a parte inferior da haste sem ser visto por outra pessoa, é sempre querido das donzelas, e os que comem a parte superior da haste, são felizes na caça e tornam-se vitoriosos na guerra.
O cozimento da haste floral é considerado afrodisíaco; os curandeiros usam o cozimento da haste e da raiz tuberosa em banhos nas orquites.
A raiz tuberosa, seca e reduzida a pó, é usada na dose de 2-4 grs contra a epilepsia, para ser tomada na  lua minguante e a noite ao deitar, de 3 em 3 dias, duas vezes ao dia.
Na icterícia emprega-se o pó na dose de 50grs, três vezes ao dia.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

quinta-feira, 8 de março de 2018

O Jaborandi era usado como afrodisíaco no passado.

Jaborandi do Rio

Muitas são as plantas conhecidas pelo nome de Jaborandi. A maioria destes vegetais pertence a família das Piperaceas, outros a das Rutaceas e, segundo autores, também a das Scrophularias.
O Jaborandi do rio é um arbusco de 3-4 metros de altura de ramos verrugosos, grabras, membranáceas, coriáceas e pontuadas ou agudas, na base muito desiguais, arredondadas.  O arbusto é alto, mas o caule, ainda que grosso, as vezes é tão débil que se apoia sobre outros como se fosse um arbusto trepador, geniculado junto aos ramos que rebentam para o vértice, é roliço e glabro.
A raiz é muito usada em infusão de 45 grs em ½ l de água fervendo, como sudorifico, aos cálices, e como afrodisíaco; em tintura como estimulante na paralisia, internamente na dose de 8 a 20 gotas e externamente em fricção.
As folhas tem aroma devido ao óleo essencial de cor verde clara, de sabor ligeiramente picante, cujo aroma s assemelha um pouco \o da hortelã-pimenta, são empregadas em infusão como sudorificas e afrodisíacas; as raízes e bem assim as folhas são usadas em gargarejos contra as dores de dentes, empregando-se também para este fim os talos novos da planta e os amentilhos que são mascados na ocasião.
O principio ativo conhecido da planta no século XIX era a piperina. Seu produto é o aroma muito usado na perfumaria.
Não existia o estudo fisiológico do extrato da piperiona. Entre 10 e 20 grãos produzia uma sensação de ardor na faringe, no estomago e no reto, bem como vermelhidão nos olhos em torno do nariz e lábios. Era usada em frebre intermitente de efeito mais brando.
Das folhas de Jaborandi se extraia um alcaloide que denominaram Arthantina.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

quinta-feira, 1 de março de 2018

Carapiá, um rizoma santo remédio que liga ossos


Dorstenia brasiliensis, Lam ; Dorstenia fícus, Velloso, Dorstenia cyperus, Velloso. Sinomia vulgar: Trapiá da mata, Lila-liga, liga osso, Serpentária do Brasil, Caapiá, Contra erva, Cayaapiá, Capa homem, Capiá, Contra erva de folha comprida.
Dorstenia brasiliensis, Lam.
O caule é muito curto, rasteiro, e muitas vezes conserva-se em baixo do solo, a semelhança de um rizoma; é um pouco carnoso, estipulado, tendo as folhas longamente pecioladas, de diversas conformações, cortados ovais, oblongas, obtusas, crenuladas de cor verde escura, luzidias na face superior e de cor mais pálida na inferior e muito ásperas.
A inflorescência num receptáculo carnoso em forma de A, elíptico; as raízes são muito finas e partem de um caule subterrâneo, escamoso.
Esta planta é a mais comum no gênero encontrada em toda a Mata Atlantica.
O caule de Carapíá é empregado vulgarmente em uma infinidade de moléstias, tais como na atonia do canal digestivo, nas afecções gangrenosas, nas febres tifoides, na clorose, nas diarreias crônicas, nas disenterias, nas febres intermitentes e como emenagoga. Em doses elevadas é vomitiva.
Os sertanejos apregoam este vegetal como o melhor antidoto de veneno das cobras; rizoma bem contuso com água é dado para beber ao mordido, aplicando o bagaço do rizoma sobre a ferida.
Os índios usam este vegetal para curativo das feridas produzidas pelas flechas envenenadas. Os índios estão tão seguros das virtudes medicamentosas deste vegetal que dizem ser infalível.
A infusão preparada com 10 partes dos rizomas contusos para 100ml de água fervente, é usada diariamente em xícaras, principalmente para combater as febres. Externamente é empregada em banhos nas orquites; o pó do rizoma é aconselhado como tônico e antifebril na dose de 0,50 a 4grs por dia.
A tintura é feita com 1 parte do caule para 5 de álcool, é usado na fricções no reumatismo.
A infusão de 30grs do caule para 240ml de água fervendo é usada na dose de um cálice de hora em hora contra a supressão da mestruação.
A raiz fresca contusa com azeite até formar uma pasta homogênea é empregada pelo povo como um emplastro para acelerar a consolidação dos ossos nas fraturas. Por isso o nome de liga-liga ou liga-ossos.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).