quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A diluição e a ação terapêutica dos medicamentos

É comum para o leigo achar que muito medicamento e pouca água, álcool, ou soro, significa maior eficiência do medicamento. Mas isso não é verdade. Vejamos o que diz o Dr. Antonino Ferrari sobre o assunto.
Uma grama de quinina em cem centímetros cúbicos de soro fisiológico revelava efeitos terapêuticos superiores aos da mesma dose diluído em 5 c.c.

Em relação a sífilis o mesmo fenômeno se observa, podendo citar numerosos exemplos. No moderno método de tratamento da sífilis em cinco dias se comprova este princípio.
Mostrei que cinco gotas de tintura de noz vômica diluída em trinta gramas e a mesma diluída em trezentos gramas de água produzem efeitos diferentes, mais extensos na maior diluição.
Já a tintura de acônito a dose de cinco gotas em trinta gramas e a mesma dose em trezentas gramas também provoca no organismo efeitos mais extensos.
Na primeira diluição, tomada duma vez, os efeitos que se notam são apenas diuréticos a mesma dose da tintura diluída em trezentos gramas de água, tomada em dez doses, seus efeitos são diuréticos e sudoríficos.
Poderia citar números outros casos, porém, o objetivo, desta nota é dar meu testemunho de apreço a ilustrada redação da “Revista Brasileira de Farmácia”, cujo amigo Dr. Brandão Gomes eu tive oportunidade de referir casos particulares de minha clínica que mereceram sua atenção, sugerindo-me dar nota a revista.
Em relação a ação anestesiante da cocaína, curare e outros produtos anestésicos, a maior diluição da mesma dose produz efeitos mais demorados, de mais longo prazo, o que aproveitará muito a cirurgia do futuro.
A lei vira certamente, orientar a terapêutica fisiológica no sentido de evitar as doses tóxicas, porque se pode obter ótimos efeitos terapêuticos, com doses suficientes, mediante maior diluição do medicamento. O mesmo nos confirma numerosas experiências de laboratório em relação aos coloidais.

Bibliogragia: Revista Brasileira de Farmácia, junho de 1945 – Dr. Antonino Ferrari.


domingo, 23 de agosto de 2015

Catalogo de Extrato Fluido do Laboratório Silva Araujo

Alcaçuz
Glycyrrhiza glaba, Linneo
Glycyrrhiza glaba, Linneo , Leguminosa, Papilionacea

Parte Usada: raiz 

Propriedades medicinais: Diurética, emoliente e bechicas. Empregado nas moléstias inflamatórias, tosses, bronquites, anginas e rouquidão. Incorporado ao mel é um eletuário emoliente. A raiz em natureza é empregada para adoçar as tisanas. Nos laboratórios farmacêuticos usa-se o pó de alcaçuz para dar consistência as pílulas, assim como conservá-las. É muito conhecido o extrato em bastões que tem a propriedade de conservar a boca sempre húmida. O seu suco é utilizado para colorir cerveja. Entra na composição de alguns dentifrícios.

Composição química: Glycyhizina ( substancia amorfa denominada açúcar de alcaçuz). Sacarose, glicose, manita, amido, aspargina, tanino, albumina, substância corante amarela, traços de óleo etéreo.

Preparações oficinais: extrato e pó

Extrato fluído: Dose 1 c.c. (20 gotas), 3 vezes ao dia (24hs), em xarope ou chá.

Aletris farinosa (Linneo) Liliacea

Parte usada: Rizoma

Aletris farinosa, Linneo
Propriedades terapêuticas: Tonico amargo (mais amargo que o aloés e que a quassia) dotado de propriedades tônicas uterinas. Em pequenas doses é diurético e em elevadas é emético-catárquico e mesmo narcótico. Empregado na clorose e dispepsia. Aconselhado na hidropsia, reumatismo crônico, amenorreia, dismenorreia, menorragias, congestão dos ovários.

Preparação oficinais: Extrato e Tintura.

Extrato fluido – Dose: 1 a 3 c.c. ( 20 a 40 gotas por vez) em 24 horas.

Alga da corsega
Fucus helminthocorton Furn. Alga

Partes usadas: Sumidades floridas

Fucus helminthcorton, Furn.
Propriedades terapêuticas: Estimulante, carminativo, sudorífico e diurético. Aconselhado nas moléstias da bexiga, da uretra e dos rins.
Conhecemos diversos casos de cura de afecções dos brônquios, demonstrando a importância deste vegetal, alias digno de atenção.
Registram-se resultados admiráveis de seu emprego na coqueluche, nas tosses nervosas, na dispneia e tosse dos asmáticos e na tuberculose, em que foram observados dois casos de hemoptise com resultado surpreendente.
Aconselhado nas menstruações difíceis
Empregado em banhos, para o reumatismo.

Extrato fluído: Dose: 5C.c.c. (1colher das de chá) em água bem açucarada 2 a 3 vezes ao dia (24hs)

Bibliografia; Catálogo de Extratos Fluídos dos Laboratórios Silva Araujo

Rio de janeiro - 1930

sábado, 15 de agosto de 2015

Extratos Fluídos do Laboratório Silva Araujo

Adonis – Adonis vernalis, Linneo Ranunculacea

Partes usadas: Toda a planta
Adonis vernalis, Linneo
Propriedades medicinais:É um cardiocinético. Propriedades hidragogas. Sucedaneo da digitalis. Aumenta a tensão arterial. Aconselhado nas afecções valvulares do coração, miocardite, artimia, palpitações, degenerescência gordurosa do miocárdio, dispneia, edema, hipertrofia simples e compensadora, hidropsia e asystolia.
Empregado em 1879 por Bubnow, no tratamento das afecçõescardíacas. Atua no coração como a digitalis regularizando a ação deste órgão e aumentando a pressão arterial. É diurética e faz triplicar a quantidade de urina emitida. Não se acumula no organismo.
Composição Química: Suas propriedade são devida ao principio ativo , a glycoside adonidina. Acido adonidico e berberina.
Preparações oficinais : Infuso, Extrato, Tintura, Xarope
Extrato Fluído: Dose 2 a 4 c.c. (1 colher de chá) em 12 horas.

Aconito – Aconitum napellus , Linneo , Ramunculacea

Partes usadas: Folhas e Raiz
Aconitum napellus, Linneo
Propriedades medicinais: Sedativo analgésico, nevralgias e tics dolorosos, pelo seu alcaloide, diaforético e anticongestivo pelo acônito somente. Emprega-se no tratamento de gripe e reumatismo. Encarando as suas associações sinérgicas, a sua esfera de ação é muito vasta.
Composição química: Mannita, açúcar de cana, clorofila, albumina, cera, goma, ácidos aconítico e málico, finalmente, alcaloide aconitina, Além desta última, extrai-se também do bulbo, da raiz, e  na ordem decrescente, das flores, das sementes, dos frutos  e das folhas, a napelina e a aconitina amorfa. A aconina, a benzoilaconina, a picroaconitina, são antes derivados da aconitina cristalizada.
Preparações oficinais: Tintura, Xarope, extrato mole
Extrato fluido (raiz): Dose 8 gotas em 24 hs
Extrato fluido (folhas): Dose: 30 gotas em 24hs

Bibliografia; Catálogo de Extratos Fluídos dos Laboratórios Silva Araujo
Rio de janeiro - 1930

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Extratos Fluídos do Laboratório Silva Araujo

Açafrão, Crocus sativus , L. Iridaceas

Parte usada – Estigmas

Flor de Açafrão
Propriedades terapêuticas – Atua como excitante, cordial estimulante, difusivo, emenagogo, carminativo, um pouco narcótico, anti-espasmódico e sedativo. Aconselhado na hipocondria, melancolia, histeria, asma, coqueluche e metrorragias. Usado para combater gastralgias, fenômenos histéricos, cólicas nervosas e também , para certos indivíduos como afrodisíaco.
Entra na composição de xaropes . Usados para tirar a dor das gengivas dentição.
Composição química: Óleo essencial volátil, uma substância corante glicosídica, crocina picrococina. O óleo essencial foi isolado um terpeno.


Extrato fluido- dose: ½ C.C. (10 gotas) em 120 c.c. veículo, às colheres, durante o dia (24 horas)



Alcalypha indica , Euphorbiacea

Partes usadas - Raiz, renovos e folhas

Alcalypha indica
Propriedades terapêuticas – O pó é empregado como vermífugo para crianças e do mesmo modo o decocto das folhas. O decocto da raiz é purgativo. Segundo a farmacopeia da Índia, o suco das folhas é empregado como um emético seguro na medicina das crianças. Como a ipeca, atua sobre o intestino, produz depressão notável e aumenta as secreções dos órgãos pulmonares. Os naturais daquele lugar fazem singular emprego da planta. Nas dores congestivas de cabeça, eles saturam um fragmento de algodão no suco e introduzem nas fossas nasais. Atua como descongestionante, provocando hemorragia nasal. Na asma e bronquite das crianças, diz Langley ter empregado com sucesso. Esta planta acha-se descrita farmacopeia dos EUA.

Extrato fluído – Dose 5 c.c. ( 1 colher das de chá) em 24 horas

Bibliografia; Catálogo de extratos fluídos dos Laboratórios Silva Araujo
Rio de janeiro - 1930