sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Plantas e Essências Nacionais e Importadas


ALMANAQUE AGRÍCOLA BRASILEIRO 1915
Sassafrás albino
Entre os muitos vegetais do país aclimatados e importados para fazer essa indústria surgir entre nós podemos citar: como plantas riquíssimas de perfume em seus diferentes órgãos: o resedá, a murta, o jasmin, a rosa-chá, a baunilha, a esponjeira, a magnólia, a flor do café, diversos Hedychinus, a laranjeira, a fava tonka ou crumarú, o pau cravo, o rosmarinho, a lavanda, o cinamomo, diversas mirtáceas cheirosas e leguminosas varias, a glicínia, a kananga, a robinia pseudo acácia, o pelargonium, o Ylang-ylang, a hesperidia, o cravo da Índia e diversos cravos (Dianthus); as gardênias, a cardamoma, o cipó cheiroso, a pripirioca, o puchuly, o cumaru, o mais perfumado dos vegetais da Amazônia, riquíssimo em essências deliciosas; o vetiver, a cascarilha, a drymis, o pau de aloés, o sândalo, o cardo, o eucaliptus, a palma rosa, o patchouly, o anis,  a canforeira, o guaco, o olibano, a caneleira, o estoraque, a jurema, a umburana, o sassafrás o outras plantas.
Em 1888 Bauer tirou privilégio de um processo para fabricação artificial derivado de um corpo denominado, Toluene, extraído do alcatrão de hulha.
Durante todo o tempo do privilégio, foi este almíscar artificial vendido a razão de cerca de doze contos ao cambio atual por quilo; terminado porém o prazo da garantia, começou o processo a ser explorado por todos baixando o preço.
Em 1808 depois de perseverantes trabalhos conseguiram os Srs. Theman & Kruger obter um novo corpo o, Inone, composto que participa ao mesmo tempo do cheiro da, Iris, e da violeta e com o qual se fabricam hoje todos os perfumes baratos de Violeta que se vende em vidrinhos.
A química ainda conseguiu mais produzir outro corpo com composição estritamente igual à Baunilha e a Anilina, tão em moda na perfumaria.
A essência de cravo, Eugenia Aromática, fornece um composto procuradíssimo denominado Eugenol, oxigenando-se este composto com o auxílio de uma segunda reação consecutiva, produzem-se dois compostos importantes: o Eugenol e a Anilina, o primeiro dos quais de um cheiro agradável, e inebriante de cravo.
Extrai ainda a Anilina do guaiacol tirado az, essa preciosa do alcatrão da faia.
A essência de heliotropo artificial é obtida do safrol, extraída do óleo de cânfora e do sassafrás, essa preciosa essência também. 

domingo, 21 de agosto de 2011

O Segredo das Selvas 1


Pelo Dr. J.R. Monteiro da Silva da Sociedade Nacional de Agricultura-Almanaque Agrícola Brasileiro 1915

Sabonete de Tayuyá
A abobora d’Anta em xarope e em tintura faz prodígios nas ulceras, feridas e outras moléstias da pele.
Junto às rochas observamos o Tayuyá ou Tomba (Trianosperma Tayuyá, Mart) de raízes grossas como tubérculos, muito amargas de gosto nauseoso e quando fresca fortemente drástica.
É um poderoso depurativo, tendo a útil vantagem de despertar as funções gastrointestinais, estimulando a digestão e regularizando as evacuações. As moléstias da pele encontram no tayuyá um poderoso recurso terapêutico.
E combinado com o cipó suma, também cura as moléstias de garganta, da faringe, da boca, do ouvido, do nariz e dos olhos. Da mesma forma por que atua sobre a pele, age sobre as mucosas, curando as granulações e irritações.
E o carapiá que vegeta também pelas margens das estradas, nos pontos mais sombrios, tornando-se abundante por toda parte
Pertence a família das urticaceas (Dorstenia multiformis, Miq) o seu rizoma é a parte empregada, é um grande remédio para favorecer e regularizar a mestruação.
Atua também como um ativo expectorante e estimulante nas febres típicas, como sucedâneo da serpentaria da Virginia, um excelente diaforético a ponto de o povo dizer que “faz suar até os ossos”. A diamenorreia ou mestruação difícil e dolorosa tem na raiz do carapiá o seu remédio curativo, usando-se a sua infusão preparada com 20 partes do rizoma e 200 pates de água fervendo, que se toma as xícaras durante o dia.
A árvore Buranhem ou casca doce (Chrysóphylum buranhem, Riedel), cuja casca lisa, quebradiça, de gosto, adocicado e adstringente, constitue um poderoso remédio para tratamento das enteritesde qualquer natureza. O seu extrato seco conhecido por “monesia”, já gozou de merecida fama terapêutica das moléstias intestinais e tornou-se um artigo de exportação para a Europa.
A Brauna (Myranoxylon braúna, S.Clott), de lenho duro como o ferro, de casca negra e grelada que dá boa tinta, que Ra aproveitada pelos antigos fazendeiros para tingir as roupas dos escravos. Dentro do tronco dessa utilíssima árvore é comum encontrar-se uma seiva de cor negra, adstringente de mais conhecida por selva de Muyraúna, que é melhor remédio para desinterias e diarréias.
O pé de calunga (Simaba ferrugínea, St. Hill), tirando alguma casca do caule subterrâneo, de cor amarelada, que é um excelente estimulante de órgãos digestivos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os Segredos das Selvas


J.R. Monteiro da Silva da Sociedade Nacional de Agricultura-Almanak Agricola Brasileiro 1915

Repare aquela ervinha raquítica e rasteira, quase sempre em grupo, que parece um escárnio perante tanta pujança, a poaia, Urogoga ipecacuanha, Balil, de tanta ação medicamentosa em suas raízes, que milhões de vidas tem sido poupadas graças ao seu efeito como específico das disenterias e como vomitivo infalível. Tão esquiva e pujantes, que deixa distanciados os desta naquele meio férico, ela esconde na sua pequenez efeitos terapêuticos forte que deixa distanciados os próprios Jequitibás com toda sua disforme.
Cipó Suma
Mais adiante a árvore ciclópica, de casca fendida, por onde brotam lágrimas transparentes, como prantos prolongados de uma vida atribulada; é o Jequitibá, Hymenea coobaril, Lin.
Essa árvore de tanta utilidade, proporcionando uma bela resina transparente de tanto préstimo na indústria do verniz, sendo um excelente auxilia dos medicamentos expectorantes, ainda reserva no âmago de seu cerne uma sobra da seiva descendente, como se fora o próp´rio vinho doce em maceração natural com a resina medicinal, a matéria extrativa tânica e amarga e outros princípios salutares da preciosa madeira.
Essa seiva de Jatobá, tão conhecida e empregada como melhor tônico amargo  e exepectorante, serve, usado aos cálices ás refeições, para levantar o organismo depauperado, fortificar o débil, dar apetite ao dispéptico e auxiliar a digestão, constituindo uma bebida natural e para de muito valor medicinal.seiva de jatobá,
Em vez de tantos vinhos, elixires, licores, etc.. Que mais agravam as moléstias gástricas, irritando as mucosas, é preferível a seiva de jatobá, preparada na retorta da natureza, mais sincera do que a da química, que a ganância quase sempre perturba a sua pureza. Qual a jovem fraca e anêmica que não recupera o seu vigor e a cútis corada e bela com o uso constante desta seiva?
Depois vem a infusão das cascas como o mais apreciado remédio para o catarro da bexiga e a retenção urinária.
Se os médicos empregassem o chá de casca de jatobá, evitariam muitas operações, muita operações, muitas injeções vesicais e curariam com facilidade as moléstias da bexiga. Aquele cipó que sobe pelo tronco da catuaba é o cipó suma, Anchietea salutaris, St Hill, justamente do roxo que é a melhor qualidade. Qual é a moléstia da pele que resiste ao tratamento pelo cipó suma?
Os dartos, erupções os furúnculos, os eczemas, as diversas erupções populosas e vesiculosas e outras moléstias da pela, são perfeitamente curadas com o uso do xarope de Cipó suma que se toma de duas a três colheres de sopa por dia. O xarope é feito com cem gramas de casca de raiz para dois litros de água, que se deixa ferver até reduzirem-se a um litro; côa-se e jutam-se , para cada cem gramas do cozimento, cento e cinqüenta gramas de açúcar refinado. Engarraf-se e guarda-se em lugar seco, conservando-se por muito tempo sem se azedar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sobre as Plantas Afrodisíaca - Parte II

Revista Brasileira de Farmácia – Evaldo de Oliveira –junho de 1947

Café – O usadíssimo infuso e decoto de sementes torradas de Coffea arábica.

No que nos interessa, já em 1842, as preparações das sementes foram dadas como capazes de atuar nos órgãos sexuais despertando atividades manifesta com repecafe_coloridorcussão não só no amanhecer precoce da puberdade, como determinando uma impotência antecipada e influindo “na vida sexual pela intensidade desenvolvida”, chegando mesmo a alterar a moralidade”.

 

Calamo aromático – O Acorus calamus, L. Acoro verdadeiro está inscrito em nossa Frmacopéia, bem como em vinte e duas outras. É uma planta vivaz de rizoma anelado e horizontal.

A composição química revela um princípio amargo, acorina, a qual se decompõe fornecendo acorina; calamina; colina; tanino; resina; essência; etc.

Oswaldo Costa e Jaime Cruz dão entre outros usos terapêucos, como estimulantes e afrodisíacos.

Catuaba – Conhecida desde loga data pelos indígenas e difundida pelo povo que a usa como levantador do sistema nervoso e para impotência funcional dos órgãos genitais.

O rizoma notadamente “é afrodisíaco na impotência genital, podendo delas abusar-se pois é inofensiva”.

Rodolfo Albino escreve ser excitante geral, nas moléstias nervosas; é recomendada nas astenias gastrointestinais e circulatória, sem trazer, contudo nenhum prejuízo ao organismo, mesmo após uso prolongado.

Preconizam infuso, obtido com 50grs de pó para 1 litro de água, para tomar uma colher das de sobremesa 2 a 3 vezes por dia.

Damiana – A Damiana é a Turnera opifera M. da farm das Turneraceae. Tem como habitat Minas e São Paulo.

Pio Correa inscreve-a como “Afrodisica, alternante...” “exerce ação tónica e imediata sobre os órgãos genito-urinarios.

“Desde 1699, o missionário espanhol J. de Salvatierra tinha preconizado como afrodisíaco a Damiana, donde se prepara nos Estados Unidos em extrato.Gingibre

Gengibre – O gengibre está inscrito na Farmacopeia Brasileira, como Zingiber (Linné). A parte usada como droga é o rizoma que é um simpodo com as ramificações situadas em um único plano, medindo de 4 a 16cms. De comprimento, por 4 a 30 de largura.

A composição qumica revela, 2 a 3% de essência, que apresenta-se como líquido espesso, amarelo verdoento, de odor a gengibre, de sabor picante, sendo constituída de cineol, d-canfeno.

É droga conhecidíssima como afrodisíaco sendo ainda citada nos livros modernos como estomacal, estimulante, aromático,