quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ticorea Febrifuga e a Esenbeckia Febrifuga


Formam uma série de medicamentos que, em diversas proporções, são ativos, mais como tônicos, incidentes ou alterantes, desempenhando papel singular em nosso arsenal terapêutico.
Ruta graveolens
Seu caráter químico parece estar baseado em tese numa combinação de princípios amargo extrativo com óleo essencial ativo e resinas. As outras duas drogas da família das Rutaceas que não são de origem americana: as folhas de bucco da Diosma crenata e a erva da Ruta graveolens, são representados na América preferentemente pela Simaruba ferruginea pelo guáiaco e pela Monieria.
A primeira, conhecida no interior de Minas Gerais e Bahia sob o nome de Calunga, tem ação irritante em alto grau, e é de ação específica na atonia intestinal, ou contra a hidropisia.
A Monieria trifolia disputa o nome brasileiro Jaborandy com varias espécies de pimentas as quais ela se aproxima em virtude de seu óleo essencial penetrante, e é um substituto á nossa Ruta pois que na crendice popular, como esta goza da fama de antídoto.
É possível que também pertença a família das Rutaceas uma raiz muito grossa lenhosa, torcida, provida de casca amarelo-acinzentada e de verrucosidade pequenas e convexas, de lenho compacto branco amarelado, e que é conhecida, na província da Bahia, sob o nome de angélica ou angélica amargosa, isto é, angélica amarga. A casca da raiz, que a principio tem gosto adocicado e depois amargo e irritante deve ser considerada como irritante que eletivamente afeta de modo imediato o sistema nervoso. Os habitantes costumam descasca-la, pulverizá-la, e deixá-la em água fria, para, após 12 horas, beber esta água com algumas partículas que ainda nela se achem em suspensão, e isto, contra debilidade do estomago, febres intermitentes, e em geral contra aquelas súbitas indisposições do sistema nervoso9 especialmente em virtude de resfriados e falta de ânimo que produzem abatimento, tão comum no Brasil tropical e que, negligenciando, poderá degenerar facilmente em febres nervosas ou dinâmicas.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal, 1936 – Sobre Algumas Drogas Brasileiras segundo Dr. Von Martius- traduzido pelo farmacêutico Oswaldo Riedel.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Algumas Drogas Brasileiras segundo Von Martius


Sob o nome de angostura ou angostura brava conhece-se na província da Bahia uma casca, que em virtude da pureza de seu principio ativo amargo, pertence aos excelentes amargos, e que, neste ponto, talvez ultrapasse a angostura genuína.
Simaruba vesicolor
Antigamente estava eu na duvida, se o vgetal originário era a Ticorea febrfuga ou a Evodia febrífuga, St. Hill. Novas pesquisas me convenceram que a casca deve ser considerada como pertencente à ultima, que mais corretamente deveria ser designada gênero Esenbeckia  e por tanto ser admitida no sistema como Esenbeckia frebrifuga. A árvore três folhas ou laranjeira do mato nasce nas florestas de cordilheira litoral do Rio de Janeiro até a Bahia, e alcança uma altura de 50 a 60 pés, as cascas do caule e ramos mais grossos mostram uma epiderme fina, porém ainda sempre esponjosa e de cor branca-amarelada; porém inteiramente apresenta coloração castanha, textura fibrosa e fratura heterogênea e espetada. Tem geralmente a espessura de cerca de uma linha e está fortemente presa ao lenho branco amarelado-palido, que também é amargo, porém em grande inferior. Utiliza-se esta casca, no Brasil, em decocto de cerca de uma onça para 6-8 onças de veiculo.
Sempre que utilizamos esta planta sentimos anorexia, gastralgia, cefalalgia de origem gástrica ou leves febricitações, quem em todos os países quentes tão frequentemente surgem após resfriados ou indigestões.
Os brasileiros aplicam a casca também especialmente em febres terçã e quartã ao longo das margens do rio São Francisco, após o período pluvial, é aqui e acolá quase endêmicas, tornando-se perigosas pelas hipertrofia e esclerose do fígado, do baço e de outros órgãos hipogastricos.
Parece-me provável que todos os princípios amargos das plantas da família das rutáceas exercem uma ação específica sobre o sistema linfático, notadamente, porém sobre a parte periférica do mesmo, e por isso aconselharia o emprego da casca da Esenbeckia febrífuga especialmente nas discrasias, nas erupções cutâneas da hidropsia e edema, desde que sejam indicadas substâncias reconstituintes.
Também na sífilis na doença mercurial, que infelizmente ocorre frequentemente na Bahia, nas caquexias cloroticas ou outras que sejam em relação como sistema cutâneo e sexual.
São muito importante para toda a América do Sul as plantas da família das Rutáceas. Quassia amara, Simaruba excelsa e vesicolor, Simaruba ferruginea, Monieria trifotia, a angostura genuína, o guáiaco
Bibliografia: Revista da Flora Medicinal - 1936 –traduzido pelo farmacêutico Oswaldo Redel

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A primazia da indústria química alemã


Tendência principalmente na como sendo matérias desnecessárias à medicina, e assim deu-se a primazia à quimioterapia. Surgiu e desenvolveu-se esta tendência principalmente na Alemanha, donde, graças à rica literatura médica, generalizou-se na maioria dos países eslavos, que econômica e culturalmente estavam em contato com a cultura alemã.
Preparo de fitoterápicos
Antes da guerra (1914-18) a primazia da produção química pertencia à Alemanha, que produzia 99% de corantes e medicamentos usados no nosso globo.
Apesar da maioria das descobertas químicas terem sido feitas pelos cientistas franceses ou ingleses, mesmo assim os alemães souberam aproveitar essas descobertas e fazer da química ciência nacional.
Por exemplo, industria química “Meister Lucius e Bruning” em Höchst, mantinha antes da guerra 350 químicos e 150 engenheiros, e “Badische Anilin-und Soda fabrik”, 322 químicos, 1300 funcionários e cerca de 12 mil operários. Essa fábrica, em 1913, pagou aos seus acionistas 28% de dividendos. Varias outras  que mantinham de 2.000 a 9.000 operários existiam na Alemanha. Os primeiros produtos sintéticos medicinais de antipirina, fenacetina, salol, surgiram entre os anos de 1883-1887, e no ano de 1907 o número de derivados e semilares elevou-se a cerca de 700 anualmente. As amostras destes medicamentos eram enviadas principalmente para clínicas médicas e hospitais. Não é de admirar que todpo mundo médico alemão tivesse dessa maneira imposta a unanimidade de pesquisas, não lhe restando tempo para aprofundar seus conhecimentos nos medicamentos antigos.
As plantas medicinais foram abandonadas pela medicina devido à falta de tempo, nos últimos 80 anos, para seu estudo. Quando os médicos não sabiam e não podiam prescrever a seus clientes essa espécie de medicamento, surgia então o novo tipo de curandeiro que indicava plantas medicinais.
Utilizando misturas de plantas, geralmente, os curandeiros obtêm bons resultados nas doenças do metabolismo. Sendo utilizadas por eles as plantas pouco ativas e atóxicas, vemos por isso que não há casos de intoxicação ou envenenamento produzidos pelas plantas.
Porém com o começo da segunda guerra veio à fome, pobreza e epidemias, e as fábricas de produtos químicos em vez de produzirem medicamentos passaram a fabricar gases asfixiantes, e então foram lembradas as plantas medicinais com as quais quase que exclusivamente se tratava a humanidade até o século XIX.
Bibliografia: Revista da Flora Medicinal –Jan Muszynski –Profº de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia Stefan Batory de Vilno. 1948

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A Fitoterapia Moderna

Comprimidos modernos

As primeiras ideias de Paracelsus fossem mal acolhidas nas escolas de medicina, aos poucos porém, quando maior era o número de médicos interessados na química, então, as mesmas conquistaram seu devido lugar na medicina. Fervorosos propagadores da utilização de compostos químicos em medicina, foram os celebras médicos João Van Helmont , 1577-1644 e Francisco de Le Boe Sylvius, 1614-1672. No fim do século XVIII a química deixou de ser alquimia, isto é arte de fazer ouro e preparação dos elixires de longa vida, tornando-se uma ciência que passou para as mãos dsos farmacêuticos e químicos. No ano de 1828, Wohler conseguiu a primeira síntese orgânica e com isso modificou as teorias existentes, de que os compostos orgânicos só podiam ser feitos nos organismos vivos. Mas, dentro de pouco tempo verificaram que nos laboratórios era possível obter vários compostos, até então só fornecidos pelos organismos vivos, como também ultrapassar a produção natural e obter compostos desconhecidos na natureza. Quando, em 1833 Knorr conseguiu produzir sinteticamente antipirina que se mostrou um bom anti-febrifugo, começou nos anais da medicina a época chamada da quimioterapia, na qual se iniciou o uso vasto dos compostos sintéticos produzidos nas fábricas e laboratórios.
Atualmente existe um ramo especial da química que trata da síntese dos medicamentos, fornecendo os laboratórios químicos e farmacêuticos, anualmente centenas ou milhares de produtos que põem a disposição dos médicos.
Entre os novos compostos sintéticos há vários de grande valor. Por serem combinações de estrutura conhecida e de efeito real, não era de admirar, que os médicos dessem maior importância a eles deixando os antigos de origem vegetal. Infelizmente os fabricantes de especialidades farmacêuticas, não olham o bem estar do próximo, mas somente os seus interesses comerciais.
Costumam fabricar mesmo produtos com nomes diferentes ou então efetuando modificações sem valor terapêutico, dizendo serem produtos novos, e o pior, com a ganância do dinheiro, fabricam produtos sem valor e as vezes até nocivos. Laboratórios de produtos químicos fazem a sua propaganda nas revistas, folhetos e dando amostras, enchendo com este procedimento consultórios médicos e laboratórios farmacológicos. Assim sendo, aparecem anualmente milhares desses produtos; os médicos tem seu tempo ocupado com seleção e pesquisa, não lhes restando forças para melhores estudos das antigas drogas vegetais.
Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1948 – Jan Muszynski – Prof. De Farmacognosia da Fac. De Faarmácia Stefan Botory de Vilno.