quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Matéria ativa da Pfaffia Paniculata

Pfaffia paniculata (Martius) Kuntze é uma espécie de planta que existe no Brasil, especialmente nos Estados de São Paulo e Paraná.
As raízes de planta são chamadas, Ginseng brasileiro, são utilizadas pela população local como um tônico e como afrodisíaco.
Pó de Pfaffia paniculata
Os cromatogramas produzidos por este estudo revelaram que as amostras por nós examinadas, submetidas como amostras de Pfaffia paniculata, contém ginsenosides, parecidos com as composições ativas existentes no ginseng verdadeiro (Panax ginseng).
Analisando estes cromatogramas têm-se fortes indicações que outras diferentes composições se acham presentes. Quais são as composições e em quais quantidades são contidas, somente pode ser estabelecido após exames mais profundos.
Com base no fato que tais composições estão presentes, é bastante provável que possa a Pfaffia conter matérias ativas comparáveis com o ginseng verdadeiro.
Para fins de boa ordem esta também eleutherococcus incluído no exame, pois na Rússia usa-se esse como substituto do Ginseng, que é difícil de obter.
Mesmo que não se encontre ginsenosides nesta planta, parece que o eleutherococcus tem propriedades que causam um efeito, as vezes, até mais pronunciado do que o ginseng.
Assim, é possível que mesmo valha para a raiz da Pfaffia. Entretanto, deve aqui ser chamado a atenção para o fato que eleutherococcus e Pfaffia não pertencem a mesma família que o Ginseng e por isso não devem ser denominados Ginseng.
Lembramos, que na botânica sistemática existe alguma similaridade entre amaranthaceas (família de plantas onde está a Pfaffia) e araliáceas (família das plantas onde se inclui o Panax ginseng.
Para saber mais sobre as composições ativas na Pfaffia e seus efeitos é necessário que as mesmas sejam isoladas e identificadas. É também de máximo interesse os estudos clínicos e farmacológicos sejam conduzidos com o extrato de raiz de Pfaffia, bem como composições ativas extraídas e isoladas de Pfaffia.
No amplo uso popular se lhe atribuem poder terapêutico em: reumatismo, artrite, artrose e úlcera varicosa.
Pode ser consumida em pó, adicionada na água ou em suco ou em cápsulas.


Bibliografia: Farmaervas_ Drs A.J.J. van den Berg, J.H, van Meer e professor R.P. Labadie.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Atividade antemicrobiana e antineoplásica das raízes de Pau Mondé

Substância isolada da parte cortical de raízes de Miconia, SP identificada como primina (2-metoxi-6-n-pentil-pbenzoquinona) apresentou atividade contra vários microrganismos inclusive Strpoptococcus faecalis e Neurospora crassa. Foi constatada ação antineoplásica a doses situadas no limiar da toxicidade.
Miconia - La Ming
O extrato bruto (metanólico) das raízes da árvore Miconia SP, de nome vulgar “Pau Mondé”, vegetando espontâneamente na região da mata, no município de Paulista (Pe), apresenta em prova de disco de papel halos límpidos de inibição, orlados de contornos nítidos de estimulo de crescimento celular, sugerindo um notável efeito hormoterico, verificando-se que a ação biológica demonstrada se deve, pelo menos, a duas substâncias distinguindo-se cromatográficamente . A presente comunicação se atem as características fisicoquímicas e ao efeito biológico do composto de cor amarelo-canário isolado do extrato em acetato de etila de raízes do referido vegetal, e que se identificou como 2-metoxi-n-pentil-p-benzoquinona, a mesma substância denominada Primelgift = Primina, responsável pela dermatite causada por Primula obconica Hance e algumas espécies correlatas, conforme comunicação de Block e Karrer, em 1927, e cuja estrutura foi elucidada por Schildknecht, em 1967. Há relação entre efeito antimicrobiano e a atividade antineoplásica, no caso presente caracterizando-se por uma marcante inibição de crescimento dos referidos microrganismos enquanto apresenta no sarcoma 180 de camundongos albinos suíços uma atividade apreciável que se maniofesta, no entanto, no limiar de toxicidade.
É interessante consignar que também foi observado nos extratos da planta em estudo e no referido produto ativo isolado, o mesmo efeito dermato-irritante que caracterizou a toxidez de certas primuláceas, fato que despertou a atenção dos pesquisadores europeus.
Atividades biológicas podem ser sumariadas como: a) o espectro antimicrobiano obtido pelo método de diluição em gelose se caracteriza por valores de concentração inibitória mínima (CIM) oscilando entre 4-75meg/ml contra várias espécies de microorganismos Gran-positivos, Gram-negativos, ácido-resistentes e fungos levaduriformes. É de assinalar sua atividade contra Streptococcus faecalis e Nurospora crassa.
b) Toxicidade. A toxidez aguda DL em camundongos, por via intrapeitoral, foi de cerca de 14,0mg/kg.
c) Atividade antitumoral. Foi observada marcante efeito inibitório da substância contra o sarcoma 180 de camundongos albinos suíços, a doses de 7,0 9,0 e 10,0mg/kg, isto é em faixa limite de sintomas tóxicos apreciáveis.
Bibliografia: Revista do Instituto de Antibióticos, Recife, Vol 10 n(1/2). Dez 1970. Oswaldo Gonçalves de Lima (Pesquisador do CNPQ)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Definições sobre o gênero Strychnos

O gênero Strychnos se apresenta como trepadeira ou arbusto mais ou menos escandente (raramente pequena árvore), com cipós que podem alcançar até 55m de comprimento e 30m de diâmetro de base, geralmente dotados de espinhos ou gavinhas ou ambos. Ramos adulto geralmente apresentando lenticelas mais ou menos abundantes; ramos usualmente com ápices delicados, semelhantes a pedúnculos.
Gênero Strychnos
Folhas opostas, inteiras, maiores no ápice dos ramos e diminuindo para a base, onde podem estar reduzidas a catafilos, 3 a 7 plinervadas, subpeninerveas na parte superior estípulas interpeciolares reduzidas a uma linha ligando os pecíolos.
Inflorescências terminais ou axilares ou ambos simultaneamente, de vários tipos, com ramos tricitônicos, sendo a flor central séssil ou subséssil.
Flores pentâmeras ou tetrâmeras (raramente hexâmeras), isostêmones; estames alternipétalos; ovários bicarpelar, bilocular ou raramente unilocular por distribuição precoce de septo; óvulos numerosos.
Frutos baga corticada, globosa ou achatada, lisatuberculada ouverrugosa, polpa macia, amarelada, comestível em algumas espécies; sementes variando de uma a numerosas, geralmente discoides, às vezes globosas nas espécies monospermas.
Strychnos nux-vomica, L.
Geograficamente distribuído entre as regiões tropicais e subtropicais do globo.
O gênero está comprovadamente representado em Pernambuco por cinco espécies (duas pertencentes à secção Longiflorae, S. trinervis e S. divaricane e três à seção, S. atlântica, S. parviflora e S. rubinosa) que podem ser distinguidas por plantas desprovidas de espinhos. Gavinhas em forma de espiral.
Tubo corolínico glabro externamente e, internamente com pelos na metade superior. Lacínios de corola não barbados na base. Filetes sempre mais longos que as anteras.
S.divaricans, Ducke
Tubo corolíneo densamente piloso externamente e, internamente, com pelos na parte mediana. Lacínios de corola barbados na base, Filetes mais curtos que as anteras.
S. trinervis (Vell) Mart.
Plantas providas de espinhos. Gavinhas em forma de espiral ou de gancho.
Cipó ou arbustos escadentes com espinhos apenas nos ramos. Gavinhas em forma de espiral. Folhas triplinérveas ou obscuramente quintuplinérveas, com pelos durante toda a vida.


Bibliografia: biológica brasílica 3(1)61-96 (1991)  O Genero Strycnos (Loganiáceas) em Pernambuco.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Tetraselmis tetrathele cultivadas com fertilizante orgânico.

As algas que se desenvolvem naturalmente na água do mar constituem um importante elo na cadeia alimentar e na produção global de oxigênio. São recursos naturais, que participam de maneira significativa na economia de vários países, sendo seu cultivo praticado há bastante tempo no Japão e em outros países asiáticos, e ainda em algumas regiões da Austrália.
Várias espécies de microalgas são utilizadas como alimento por invertebrados e vertebrados aquáticos. O valor nutricional destas espécies tem sido determinado principalmente através de experiências alimentares com ostras, mexilhões, camarões, peixes ou zooplâncton.
Cultivo de micro-algas
Com o desenvolvimento do cultivo de microalgas, tornou-se necessário um maior conhecimento das condições ambientais mais favoráveis a estes vegetais, para conhecimento das respostas fisiológicas, a fim de tornar cada vez mais viável o cultivo.
Várias pesquisas foram realizadas no Canadá e nos Estados Unidos, com o objetivo de determinar a influência da intensidade luminosa em diversos aspectos do desenvolvimento das microalgas, principalmente na taxa de reprodução, bem como a influência da temperatura no desenvolvimento do fitoplancton em geral, foi bastante estudada.
Estudos sobre o efeito da limitação de nutrientes no desenvolvimento de diversas culturas do fitoplâncton, especialmente Skeletonema costatum e Thalassiosira pseudonana, foram realizados na França.
Atualmente, os estudos relacionados com o cultivo de microalgas têm se voltado para a utilização de fertilizantes orgânicos e inorgânicos, como meio de cultura para o desenvolvimento de microalgas, a fim de tornar o cultivo menos oneroso.
Desta maneira, vários trabalhos já foram publicados, com o uso de vinhoto; esterco de galinha e água residual de matadouro.
Entretanto, pouco se conhece sobre os requerimentos nutricionais específicos; sabe-se que os lipídios, carboidratos e proteínas constituem fontes dietéticas de energia para o crescimento e desenvolvimento das microalgas, sendo um dos objetivos do presente trabalho o estudo sobre a composição bioquímica de Tetraselmis tetrathele, ouro como fonte nutritiva cultivada em água residual de matadouro.
Conclusão:.
1-    A utilização de água residual de matadouro como fonte nutritiva para o desenvolvimento algal, mostrou-se bastante eficiente, fornecendo grande massa celular, similar ao cultivo realizado com os meios artificiais.
2-    Os métodos utilizados para a determinação de lipídios, carboidratos e proteínas, apesar de não serem específicos para algas, demonstraram serem adequados, obtendo-se resultados compatíveis com o descrito na literatura.
3-    O teor de proteínas foi superior ao de carboidratos e este superior ao de lipídeos.

Bibliografia: Biológica brasílica 2 (1): 23-38 (1990)

Botânica Medicina Cearense

Menos divulgado, porém, mais completo quanto às informações sobre plantas medicinais do Nordeste, é o livro do profº Dias da Rocha, Formulário Terapêutico de Plantas Medicinais Cearense, Silvestre e Cultivadas, uma reedição ampliada da sua Botânica Medicina Cearenses, escrita em 1919. Esta obra lista 429 espécies usadas popularmente ou receitadas por fitoterapeutas locais, incluindo plantas nativas e exóticas cultivadas.
O livro, editado de forma muito simples e perecível, é encontrado hoje apenas entre colecionadores. No gênero, é o único que apresenta em seus verbetes, as propriedades terapêuticas e a forma de usar com a respectiva posologia de cada planta, discriminando ainda, em cada caso, o nome vulgar, o nome científico, o princípio ativo (quando conhecido) e a parte empregada.
Algumas plantas, também cultivadas no Ceará, para fins medicinais, entretanto, apesar de muito usadas, não foram referidas no livro de Dias da Rocha. Podem ser citadas, entre eles, Coleus amboinicus Lour. (malvarico), Coleus barbatus, Benth (malva-santa) ou boldo nacional; Anethum graveolens, L.(endro), Foeniculum vulgare L.(funcho ou Falsa erva doce), Lippia geminata e L. Alba (cidreira da terra), Pelargonium odorantissimum (malva rosa), Mentha pullegium J. (poejo) Sambucus racemosa L. (sabugueiro) e Pfaffia glomerata Spreng (acônito), fequentemente registrada nos levantamentos etnofarmacológicos feitos na região.
Com o objetivo de divulgar melhor a vida e a obra deste que foi o grande naturalista e fitoterapeuta cearense, seu livro foi revisto e adaptado sob a forma de uma nova publicação editada em 1987 pela Escola Superior de Agronomia de Mossoró (Editora Mossoroense), sob o título “O Formulário Fitoterápico do Profº Dias da Rocha” que incluiu também sua biografia,
Em sua maior parte, os nome científicos das plantas foram mantidos conforme estão no original, especialmente, quando não foi possível, através das informações registradas, identificar a espécie referida originalmente. Muitos dos binômios científicos foram, no entanto, substituídos após a identificação botânica da planta no Herbário “Prísco Bezerra” da Universidade Federal do Ceará e nas coletas de campo. O número total de verbetes ficou reduzido para 424, sendo 360 referentes às plantas silvestres e 64 às plantas cultivadas.
Mais recentemente, em 1959, Adolfo Ducke (1857-1959) divulgou, em seu último trabalho o resultado de seus “estudos botânicos no Ceará”, com informação sobre 631 espécimes, incluindo, porém, poucos informes sobre plantas medicinais.
 Várias outras obras referentes à flora e a vegetação do Ceará citadas por Braga, na introdução do seu livro sobre plantas do Nordeste, embora tenham traçado as linhas mestras da florística cearense, não incluem de modo especial informações sobre plantas medicinais.
CONTINUA

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia, 72(1): 21-24, 1991 – F.J. de Abreu Matos-Supervisor do Horto de Plantas Medicinais. Universidade Federal do Ceará – Campus do Pici 60.750 – Fortaleza Ceará