terça-feira, 21 de abril de 2015

A Jaqueira é uma grande árvore da família das Urticaceas

Uma grande árvore muito comum no Brasil, que espontaneamente e em vários lugares habitados do seu território e com mais facilidade que a árvore de pão, visto a sua mais fácil propagação por meio de sementes, é o Artocarpus integrifólia, Linn conhecido pela denominação de Jaca ou Jaqueira e chamada Rinca pelos malásios, Maiore pelos habitantes do Taiti.
Jaqueira com frutos
A sua ptria primitiva é a Índia e a Malasia. O caule desta planta, que atinge geralmente 10-16 metros de altura, é grosso, rígido, com a casca mais os menos acidentada ou pardacenta; ereto, não tão amplo como no Artocarpus incisa, tendo as folhas inteiras, ovais, elípticas ou oblongas, lisas, de cor verde escuro e lustrosas.e interna carnosa, fibrosa, branca
Os frutos ou soroses são grandes com a superfície coberta de pequenos tubérculos poliédricos, um pouco salientes, de cor verde amarelado, quando maduro, com a parte interna carnosa, fibrosa, branca, contendo um visgo glutinoso envolvendo as sementes, que são grandes, ovais, arredondadas, lisas, lustrosas e acha-se encerradas dentro de uma bolsa carnosa de cor mais ou menos amarelada, semitransparente, de sabor doce e de um aroma fraco, agradável, um pouco semelhante ao da maçã.
Esses frutos, que se acham presos ao caule muitas vezes, mas proximidades do solo e aos ramos, são ovais arredondados e regulam pesar 25-30kg e às vezes até 40kgs
Os frutos amadurecem entre novembro e janeiro; a parte carnosa que envolve as sementes é de sabor doce, agradável e usada pelo povo em doce ou no estado natural do alimento.
Dizem que o uso cotidiano dessa parte carnosa é um específico para a cura da albuminuria.
A madeira do caule é leve, lustrosa, de cor amarelada, que escurece em contato com o ar, o que pode ser evitado passando-se uma camada de verniz na superfície.
Os ingleses dão a esta madeira o nome de Jack wood.
Comparando-se a composição química das sementes de jaca com as de fruta pão, vê-se que se aproxima ela muito desta com a diferença, porém, que o açúcar e as substancias gomosas acham-se em menor quantidade nestas sementes, sendo a porcentagem do amido, pouco variável nestas, o que não se dá com a fruta-pão, já que nesta última verificamos aumento de substancias gomosas e celulose..
Estas sementes são empregadas como alimento depois de cozidas na água ou sobre brasa.
Quanto á parte carnosa do fruto, muito se afasta da fruta pão, não só na porcentagem como em algumas das partes componentes, com particularidades a resina mole que não existe naquela.


Bibliografia: Peckolt, Gustavo: Revista União Médica, Matéria Médica e Farmacológica. 1925

sábado, 11 de abril de 2015

Fruta de pão é uma Artocarpeas nutritiva

Entre as Artocarpeas a mais importante por ser a de maior utilidade, principalmente para a alimentação, Artocarpus incisa, Lin, oriunda da Polinésia, onde é denominado Rima e considerado aqui como planta brasileira por se achar tão vulgarizada e aclimatada que em muitos estados é silvestre, principalmente na Bahia e no Pará.
Fruta pão, Artocarpus incisa, Lin
No Brasil é vulgarmente conhecida como Árvore do pão, Fruta-de-pão ou Fruta de pão, como bem o diz o gênero Artocarpus do grego pão-fruto, visto o seu fruto substituir as vezes o pão; o mesmo uso tem este vegetal entre os habitantes da Malásia e da Polinésia, sendo até considerado ai muito  rico o individuo que possui grandes plantações desta planta, chegando o seu fruto a constituir um instrumento de permuta e mesmo de ter valor monetário.
É uma árvore que atinge 13 a 14 metros de altura, muito ramosa e ampla, de tronco nodoso, com a casca acinzentada, um pouco leitoso, principalmente no período das folhas e nos frutos; as folhas são grandes, profundamente cortadas, de conformação um pouco semelhante as da figueira (Ficus carica), porém, de muito maiores dimensões; ásperas, de cor verde na face superior e mais pálida na inferior com as nervuras muito salientes e grossas.
Os frutos ou soroses são esverdinhados, de tamanho variável, atingindo em geral, o tamanho de uma cabeça de criança ou mesmo de um adulto; coberto de tubérculos policilindricos e formado totalmente por uma massa interna farinácea, branca e livre de sementes, devido a cultura.
A parte mais importante deste vegetal é sem duvida o fruto, que é quase que exclusivamente usada.
Este fruto é normalmente utilizado como alimento sob várias formas. Antes do seu completo amadurecimento faz às vezes de pão, quer simplesmente cosido em água, ou depois de ser levado ao forno, cortado em pequenas fatias e ligeiramente aquecido até perder grande parte da água; assim preparado tem sabor agradável, um pouco semelhante ao do pão; e é muito nutritivo.
Com este fruto seco fazem também a farinha, que é usada como alimento.
O seu emprego medicinal é restrito. Reduzido a pasta e depois aquecido, é usado como cataplasma para resolver ou favorecer a supuração de tumores; as folhas contusas são também empregadas, depois de aquecidas, para os mesmos fins.
Um fruto de pão completamente amadurecido na árvore tendo a parte carnosa mole, polposa, um pouco glutinoso e de sabor adocicado.
O químico Ricord Madiana achou em um fruto 14% de amido.
Bibliografia: Peckolt, Gustavo: Revista União Médica, Matéria Médica e Farmacológica. 1925


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Aplicações Terapeuticas da Yageína

Em 1923 o Dr Rudolf Wedel, inaugurou os estudos sobre o Yagê no Instituto Pharmacologico da Universidade de Berlim em colaboração com o então professor de Pharmacologia Joachimoglou.
Berfager afirma: “Num doente de Parkinson, postencefálico, de gravidade média, manifestou-se nos dias seguintes a injeção, um aumento progressivo da força que só após duas semanas, voltou ao seu estado primitivo. Houve também, uma melhora da caligrafia”.(Deutsche, Medizinische Wochenschrisft. 1928-22)

Fischer declara: “Em três casos de distúrbios postencenfalicos de diferentes formas clínicas obtive, pela administração da Harmina uma ação nítida sobre a rigidez, os movimentos voluntários e a espontaneidade”. (Münch. Med. Wochenschr. 1929-11)
Rustige assegura: “O que mais me impressionou e ao próprio doente, foi a melhora dos movimentos voluntários”. (Deutsche. Med.Wochenschr. 1929-15)
Pineas informa: “Nos dois casos observados pelo Professor Schuster, na sua clinica particular, um deles era uma senhora de 50 anos, com paralisia agitante gravíssima, acinesia e rigidez máximas, porém sem tremores. Após uma injeção de 0,03 de Harmina a doente que até então, precisava ser transportada, nas escadas, pode subir as mesmas sozinha, embora lentamente, sem auxilio algum. Melhoraram igualmente os movimentos dos braços podendo a doente levar as mãos à boca, o que não era possível antes da medicação pela Harmina”. (Deutsche Medizinische Wochens. 1929-22)
O Dr Nogueira da Silva, acatado medico homeopata, representante do Brasil no Congresso Internacional da Liga Homeopática, cuja reunião teve lugar em Madri em 1933, recebeu do Dr. Rudolf Wedel uma carta, cujo tópico principal não nos furtamos ao prazer de transcrever: “Espero que fique bem orientado sobre minhas observações relativamente a esta planta brasileira que me tem dado e aos meus colaboradores tão bons resultados, notadamente no tratamento da epilepsia e outras doenças nervosas. Chamo-lhe a atenção para as experiências efetuadas no Manicomio Nacional da Prussia, em Postdam, assim como no Hospital para epiléticos da mesma cidade.
Indicações: Insuficiência cerebral, depressão nervosa, perda de memória, da vontade, apatia, fobia, astenia genital.
Em Maurin garante ter a Yageina propriedades anestésicas inferiores à cocaína, porém sensivelmente igual à novocaína.


Bibliografia: Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos – Setembro de 1936 – Oswaldo de A. Costa e Luiz Faria – Laboratório Bromatológico.