domingo, 26 de fevereiro de 2012

As dez árvores brasileiras que dão as flores mais bonitas

A lista foi redigida pelo competente botânico brasileiro Dr. Alberto José de Sampaio do Museu Nacional. O amável cientista, ao remeter sua valiosa contribuição, julgou necessário acrescentar: que a sua lista continha dez árvores indígenas que produzem belas flores; além das que indica, porém outras há igualmente merecedoras de entrar na lista o que deixa clara a impossibilidade de se fazer a respeito uma seleção absoluta.
Vochysia Tucanorum
Concorreram as flores em 250 listas, mas foram consideradas em condições de disputarem o premio.
Pela razão acertadamente lembrada pelo ilustre botânico, as listas foram muito variadas: tanto assim que apesar de recebermos listas ótimas, nenhuma acertou na lista-modelo. Escolhendo entre as contribuições remetidas foi julgada a melhor aquela que damos em seguida;
Ipê e suas várias espécies gênero  Tecoma, fam. Das Bignoniaceas
Jacarandá-caroba, gênero Jacarandá família das Bignoniaceas
Sapucaia gênero Lecythis, família Licythidaceas
Paineiras ou Barrigudas ;Choriia speciosa, família Bombáceas
Cassia cacho de ouro Cassia grandis e outras fam. Leguminosas
Mulungú Erytrina SP, fam Leguminosas
Malva do campo, folha santa, pinhão ou corticeira (Kielmeyera speuttiferas
ciosa, família Guttiferas
Quaresma Tibouchina Sp. Familia Melastomaceas
Pau rosa ou Sebastião de Arruda Physocalymma florida, família Lythraceas
Rabo tucano Vochysia tucanorum, famíliaVochysiaceas
Lista Premiada
Pinha do brejo , Talauna ágata
Pau de Tucano Vochysia tucanorum
Canela de caju; Lofoensía replicata
Manga do mato; Oucatea castaneafolia
Jangada; Heliorcapus
Bibliografia:
Chacaras e Quintais Fev. de 1917 pág 113

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A influência da lua sobre os vegetais

A luz da lua atuando sobre a vegetação, ativando a corrente nos climas quentes para a pujança da seiva e, pois, é inconveniente a derrubada e semeaduras feitas na lua cheia. Vamos deixar aqui gravado a nossa opinião sobre o assunto.
Suponhamos que a ascensão dos líquidos nos vegetais seja devida a influencia da pressão osmótica; para que haja equilíbrio nos líquidos que enchem as células, é necessário que a pressão osmótica seja por toda a parte a mesma. Boehm, que combate a teoria osmótica, admite que o movimento de água provocado para transpiração é uma função o da elasticidade das paredes celulares e da pressão atmosférica.
Se as paredes celulares são muito rígidas, sua elasticidade é substituída pela do ar que as células encerram.
A seiva ascendente filtra de célula em célula sob a influência de pequenas diferenças de pressão.
As mudanças de pressão do ar contido nas células aumentam ou diminuem a absorção.  
No outono, as árvores derrubadas são mais resistentes, aos ataques dos parasitas, porque nessa época há depressão nos vasos, devido a falta de oxigênio, o que se verifica pela análise do ar contido nos vasos.
Gasparin refere que, nas syzigias, há aumento de pressão do ar; e há longo tempo verificamos essas diferenças de pressão experimentalmente ao barômetro. Agora mesmo traçamos as curvas isóbaras de S. Bento das Lages e de Joazeiro.
As primeiras, verificadas diariamente nos aparelhos da escola e comparadas, veremos que as pressões nos dois dias que precedem e sucedem as syzigias ou quadraturas, são sensivelmente iguais.
Há entre cortadores de madeira e os carpinteiros a crença de que o vegetal só resiste bem aos ataques dos insetos, quando cortado “de folha velha”. Essa convicção da experiência rudimentar tem fundamento científico, tal como a combatida e controvertida questão da influencia da lua.  
A idade da folha tem grande importância na transpiração vegetal da qual depende o movimento ascensional da seiva e a distribuição das substâncias que a planta tira do solo.
As folhas novas transpiram, em geral, em toda a superfície, muito mais ativamente do que as folhas velhas; a atividade transitória diminui até o fim da vegetação e isso é devido a ser a cutícula muito fina e permeável na folha nova. As árvores de folhas persistentes, chamadas plantas sempre verdes, assimilam certamente durante todo o ano; mas na primeira e no estio e assimilação é menos intensa do que nas árvores de folhas caducas. Disso se conclui que o máximo das reservas que, entre as plantas de folhas caducas se efetua ao outono, no momento da queda das folhas, nas plantas sempre verdes, de folhas persistentes esse Maximo se realiza no começo da primavera.

Bibliografia:
Chácaras e Quintais 1910 pág 35 e 36. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Banana

Sem o menor exagero, a banana é um dos mais preciosos frutos doados pela natureza ao homem. Ela tem sempre constituído a base essencial da alimentação de grande número de povos das regiões tropicais, porém, merecia ser considerada também nas regiões temperadas, como alimento de primeira ordem, senão de primeira necessidade, tanto mais que é possível embarcá-la para toda a parte, tão regularmente como se procede com o arroz, o cacau, o café e outros. A preciosa musáceas poderia, com efeito, sem inconvenientes e dificuldades, desempemhar na alimentação dos povos das zonas temperadas, o mesmo papel da maioriados ceriais e dos tubérculos. Quando não fossem outras considerações, somente as propriedades nutritivas da banana a fariam recomendada, pois são excepcionais, fazendo dela o mais rico produto alimentício fornecido pela série vegetal. Sua porcentagem de hidrocarbonos a faz uma produtora de calorias muito superior; por exemplo, a batata.
A banana bate a batata na porcentagem de hidratos de carbono e de riqueza em calorias, convindo acrescentar que aqueles 8% de cinzas revelaram ao professor Prescott, do Instituto Tecnológico de Massachussets, a presença de uma maior parte de sais úteis ao organismo, fosfatos, sulfatos e cloretos de potassa, soda, magnésia e cal.
Em tais condições, a banana constitui-se por só, uma alimentação tão substancial quanto gostosa. Ela não é, a bem dizer, um alimento completo, por causa da fraca porcentagem de materiais gordurosos e de proteínas em relação aos hidrocarbonetos; associam-lhes, porém, uma pequena quantidade de carne ou de leite, e já estará restabelecido o equilíbrio.
A banana é mais saborosa e também facilmente digerivelmente, quando comida crua mais perfeitamente azotada. Em tais condições, essa musácea tem uma boa parte de seus hidratos de carbono transformada em açúcar assimilável, simplesmente pela operação da mastigação. A digestão estomacal se encontra assim facilitada e abreviada, a tal ponto que a banana se torna mais depressa digerida que a maioria dos alimentos usuais. Sua digestão estando ela perfeitamente madura, ou demasiadamente madura, se faz em uma hora e 45 minutos, ao passo que as batatas levam em função 2h e 30 min, quando cozidas


Bibliografia
Almanaque Agrícola Brasileiro 1921 pág 296

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Aproveitamento da Erva de Santa Maria

A erva de Santa Maria, ou mastruço é um herbáceo indígena da família das chenopodiaceas.
Desta erva se retira uma essência volátil cujo constituinte principal está ainda a determinar.
Essa essência que é a base de diversos antelminticos e tem grande consumo no mercado de drogas, está sendo muito empregada em mistura proporcional com o óleo de palma Cristi, no combate contra as verminoses, havendo dela atualmente grande falta nesta praça e mesmo no país; por não vir mais da Inglaterra.
A essência de Santa Maria obtida pela destilação do Chenopodium ambrosioides, L variedade antelmintica, foi estudada em 1908 por Mr. Schimmel e Cia que nela caracterizaram o Cymeno, a Camphora direita, o Safrol e sobretudo como um constituinte principal, um composto da formicida C10H16O2 que eles designaram sob o nome de Ascaridol.
O que interessa é o preço excessivo dessa droga no mercado e a sua carência cada vez maior a ponto de 250grs já ser comprado a 50 dólares.
A Erva de Santa Maria é abundantíssima por todos os lugares, existe pois a matéria prima e sem nada custar.
Em uma época como a que atravessamos em que as atividades devem ser multiformes e efetivas e que se oferece oportunidade para ganhar-se muito dinheiro, nas pequenas fontes de riqueza como essa em que não se empregam grandes capitais, porque se tem a matéria prima em toda parte e gratuita, não deixaria de ser oportunismo experimentarem os espíritos empreendedores, as possibilidades de auspiciosos lucros dessa pequena indústria acessível.
Em um país de tantas riquezas e de tantos recursos, não podemos deixar de aproveitar por mais mesquinhos que sejam; porque a ciência do futuro garantir, e saber migalhas reunir.
Parece-nos que seria uma boa oportunidade para os nossos pequenos industriais ganharem dinheiro, fazendo como no Paraguai para obter a essência de Petit-Grain das folhas de laranjeira, e que em uma pequena choça, a guiza da usina local de água disponível e a fartura e com um alambique ordinário de folhas de flandres, o fogo lento, destilam essa preciosa essência junto mesmo aos laranjais e fazem dela fortunas.
Segundo dizem os especialistas, a essência é muito volátil, rende pouco é só depois de madura a erva pode dar resultado.
A erva floresce em agosto.

Bibliografia:
Chácaras e Quintais 1919 pág 103

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Aproveitamentos da Banana

Tem-se ensaiado a secagem ou diversos meios de conservação tem-se feito coser com açúcar para fabricação de farinha, tem se feito doces e conservas em calda. Porém tudo tem sido insuficiente, diante da super produção.
Ultimamente a imprensa parisiense tem anunciado a venda de novos produtos alimentícios nos quais entra como base, a farinha de banana; ainda não conhece bem o valor desse produtos e é possível que entre as misturas se encontrem alguns facilmente aceitáveis.
O problema não consiste tanto em aumentar o valor nutritivo da farinha de bananas, suficiente mesmo, senão em fazer um alimento ao gosto do consumidor.
A idéia deve ser entre nós imitados para aproveitarem as bananas que não pode se exportadas, aumentando assim o seu valor e efetivando a perda dos frutos.
Mr de Herelle, atualmente chefe da estação experimental de Yucatan, na Merida, diretor da destilaria em Porto Barris, na Guatemala, está estudando um processo para obtenção de um novo e excelente álcool de consumo. Os ensaios feitos no laboratório e a fabricação que ele tem tentado na distilaria com as bananas refugadas pela United Fruit Company, e destinadas a serem lançadas ao mar, ou apodrecerem sobre a costa, tem permitido obter uma aguardente de muito boa qualidade e muito semelhante ao whisky.
As amostras que não tinham senão seis meses de barril, enviadas à Exposição de S. Luiz foram reconhecidas ao paladar como de qualidade superior.
Depois da análise feita no laboratório do Departamento de Agricultura de Washington foi esse produto altamente recompensado com uma medalha de ouro. Foi o bastante um ano de barril (sabe-se como o envelhecimento dos alcois se opera ligeiro nos países tropicais para comunicar ao produto uma fineza notável.
O whisky da banana se aproxima muito pelo gosto, do Canadian Club, poré, ele apresenta sobre whiskies de milho, a vantagem de ser um produto puro ao passo que os outros não são alcois de milho retificados e perfumados com diversos líquidos, entre os outros, entre os quais os vinhos de Xerez e do Porto.
A verdade é que não existe whisky puro.