domingo, 27 de maio de 2012

Plantas venenosas para os ratos


Scilla maritima, L.

Scilla marítima, L. conforme as recomendações do governo inglês no seu “Rats ordre” de 1918 e como é sobejamente conhecido o ácido arsenioso, como o melhor veneno para a destruição desses terríveis e perigosos roedores, deve-´se com tudo utilizá-los com bastante prudência e reseva, por ser um produto altamente tóxico para a maioria dos animais domésticos e para as aves, o que obriga a restrição do seu emprego aliás, mais fácil do que o fósforo, a strychnina, etc. Por esse motivo, é que o governo inglês está empenhado em encontrar um produto que seja procurado somente pelos ratos e desprezado pelos outros animais, com o fim de exterminá-los, poupando porém os demais; nestas  condições encontra-se realmente a Scilla marítima, L. Uriginea marítima de Baker.
O bulbo planta, já conhecia desde remotos tempos, era empregado por Thephaste e outros médicos gregos da antiguidade, mencionavam o seu emprego na medicina, e Dioscoride descreveu um processo para preparar um vinagre de Scilla, empregado algumas vezes até hoje,
Na Arábia, é a Scilla bastante conhecida e usada pelos médicos, principalmente, sob a formula de uma mistura de Scilla e mel de abelhas. Conhecida pelos antigos com o Cebola de rato, o bulbo da Scilla já tem indicado o seu emprego desde esses tempos, sendo, porém, bastante venenoso também para os gatos e cães, que aliás onde o deprezam; o que não se dá com os coelhos, que como os ratos são ávidos por esta cebola, tornando-se também intoxicados.
A Scilla pertence a família das Liliaceas e é oriunda da Syria, sendo entretanto, também encontrada silvestre na Argelia, no sul da França e da Espanha, Itália, Grécia e Canárias no norte da África, em Portugal, etc. Na Argelia é empregada vulgarmente para matar ratos.
Bibliografia: Chácaras e Quintais – Jul de 1920

domingo, 20 de maio de 2012

Kielmeyera speciosa St. Hil.


Esta planta, é uma árvore de 2,5 a 4,5 m de altura, comum no Estado de Minas Gerais e em geral na zona botânica que o Prof. Engler chama de zona de campos: suas folhas são oblongo-sub-ellipticas, inteiras,peninérvea e com 12 a 18cms de comprimento por 5 a 7 cms. E com 12 a 18cms de coomprimento por 5 a 7cms. De largura; as flores são grupadas empouco mais de 1 cm de comprimento por 1 cm de largura é uma planta herbácea rasteira, comum na mesma zona de Kielmeyera speciosa St. Hill. Isto é, nos campos de Minas Gerais.
Simaruba vesicolor
Dificilmente se consegue dês cobrir entre as gramíneas campestres a Sida macrodon DC; seus ramos decumbentes são delgados e apenas espessos 1 a 2mm, se tanto; suas folhas são cordiformes, dentadas, agudas, palminervas e em pouco mais de 1 cm de cumprimento por 1 cm de largura; as flores são isoladas, axilares e em 1,5 a 2cm de diâmatro.
Os ramos de Sida macrodon DC atingem a 20-30cm de comprimento e em geral as folhas se encontram sempre, bem como as flores, na porção terminal dos ramos.
Para tudo. Diversas plantas são vulgarmente chamadas por esse nome em virtude de serem usadas contra diversas moléstias ou em diversos misteres.
Tomemos duas dessas plantas para compará-las; sejam Gomphrena officinalis St. Hill, da família das Amarantáceas e Simaruba versicolor St. Hill, da família das Simarubáceas,
A Gompherena officinalis St. Hill, também conhecida vulgarmente pelos nomes de perpétua e raiz do padre Salerma, é uma planta herbácea fartamente pubescente, de caule prostrado, delgado e atingindo no máximo a 23cm de comprimento; suas folhas são simples, opostas, pouco numerosas, variáveis na forma, do oval ao elíptico, as radiculares; orbiculares e tendo 5-8cm de comprimento por 4-5cm de largura; suas flores são numerosas, grupadas em grande capitulo terminal, hemisférios, com 5cm de diâmetro.
Simaruba versicolor St Hill também chamada Paraíba, é uma árvore pequena, de 1,5 a 3m de altura, de folhas compostas, alternas, numerosas, oblongo-elipticas, com 12-30 cms de cumprimento e de folíolos alternos, com 1 a 8cm de comprimento; suas flores são grupadas em panícula terminal frouxas, de ramos muito longos e ramusculos curtos suportando pequeno número de flores pequenas.
Canudo de cachimbo. São duas árvores cujos ramos fistuloso prestam-se para tubos de cachimbo ou de pito e como tal são usados pelos sertanejos.
A Mebea fistuligera Mart. É uma Euphorbiacea de grande porte, comum nas matas dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, atinge a 4-6m de altura; tem folhas eliptico-lanceoladas com6-12cm de cumprimento por 1,5-3cm de largura; flores unissexuadas, monoicas, de periantho reduzindo ao cálice e fruto capsula de 14mm de cumprimento , triocular.

Bibliografia: Almanak Agricola Brasileiro, 1912 – A. J. de Sampaio

domingo, 13 de maio de 2012

Os muitos nomes de uma mesma planta


Malva do Campo

O crescente incremento que vai tomando a exploração das plantas brasileiras torna inadiável a elaboração de um dicionário, de um dicionário, de um livro prático capaz de orientar com segurança os que se dedicam às ciências aplicadas, na pesquisa das designações científicas das plantas que estudam ou exploram.
A nomenclatura comum pela qual as plantas úteis são conhecidas pelo povo, não pode absolutamente servir de ponto de reparo da sua determinação pois um mesmo nome é dado em geral a plantas diversas ao mesmo tempo que por nomes diversos, segundo as zonas, se designam as mesmas plantas.
A importância de uma determinação rigorosa como base de qualquer estudo sobre os vegetais não precisa mais de ser posta em evidencia; é por demais sabido que todo o trabalho fitológico não  precedido por essa determinação, nenhum valor tem pois ninguém há que possa saber com segurança a que plantas se refere o estudo feito.
Os trabalhos de determinação apresentam, porém, dificuldades que só podem ser vencidas pelo que a eles se dedicam exclusivamente, pode-se assim dizer; nos mais adiantados países do mundo esses trabalhos são ainda parcelados em especialidades de que absolutamente não se afastam os que a elas se subordinam.
Formam-se  assim os especialistas que se ocupam em geral com uma ou algumas famílias de plantas.
Considerando-se que, segundo os sistemas atuais de classificação, o número de famílias dos vegetais passa de 400, e que dentro de cada família tem sempre o botânico classificador de se haver com formas caprichosas nas quais a Natureza se esmera em armazenar tropeços á segura determinação, a ninguém é dado, máxime no que concerne a uma riquíssima flora qual a brasileira, cogitar a um tempo de sistemática e de botânica aplicada a não ser que queira consciente e voluntariamente, consumir tempo excessivo na pesquisa da determinação científica, sujeitando-se ainda a erro de identificação.
A Sistemática, no dizer de Houssay, é a redução estática da Natureza; encarando os vegetais, considera-os em equilíbrio, em repouso e os projeta por ordem de suas afinidades naturais no estreito âmbito de múltiplas sinopses de suja contemplação é dado ao homem cercear algum tanto o enigma da criação.
Este é o valor intrínseco da sistemática ou metodologia; para os que a essa parte da ciência das plantas recorrem de quando em quando como a um repositório de designações científicas, o sistemático vale principalmente como um catalogo que como tal careceria fosse de mais fácil consultar.
Para satisfazer esse fim prático é mister que se elaborem trabalhos especiais que filiados à sistemática, dela se afastem em seus fundamentos, isto é, facilitem a determinação das plantas sem cogitar absolutamente da dificílima questão das afinidades ou do parentes mesmas.
Nessas condições deve de estar o Dicionário ilustrado das plantas úteis do Brasil, cujas normas procuraremos esboçar, com intuito de inquirir dos numerosos leitores do Almanaque Agrícola brasileiro se tal livro merecerá a sua simpatia e o seu auxílio, se poderá de fato ser levado a efeito tão difícil, demorado, dispendioso quão útil empreendimento.

Bibliografia: Alamanak Agrícola Brasileiro – 1912 - A.J. de Sampaio – Botânico do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Pág 65

domingo, 6 de maio de 2012

A Samambaia, Pteris aquilina, L.


A Samambaia, Pteris aquilina, L. variedade caudata, L. pertence a família das Polypodiaceas e é um dos vegetais mais espalhados no Brasil, ocupando uma grande área de solo agreste da maioria dos seus Estados. Ela vegeta geralmente nos terrenos secos, inóspitos, cansados e estéreis; é reputada como uma verdadeira praga e de difícil extermínio.
Pteris  aquilina, L  variedade caudata
A presença da Samambaia, pois há exceções, significa a falência de elementos minerais do solo onde cresce e exprime a esterilidade da terra para a cultura de cereais, avisando dessa forma ao agricultor, que o seu trabalho na zona por ela ocupada, é improdutivo e desastroso. Assim, pois, tal é a vegetação que reveste a terreno, tal são reveladas as suas aptidões para as diferentes culturas.
Nos terrenos ocupados pela Samambaia , encontra-se geralmente uma modificação no alto das serras. O café não amadurece mais, porém o milho, o feijão, o guando e o amendoim, ainda podem dar às vezes colheitas produtivas. Para remediar o inconveniente da Samambaia, ou por outra, da esterilidade do terreno ocupado por esta planta costuma-se bater com um pau a samamabai, duas a três vezes e depois virar o terreno com o auxilio do “arado de facão”, ou simplesmente á enxada e submetê-lo ao preparo racional por meio de uma cultura fertilizante, tal é o amendoim, e o guando, ainda mais apropriado a este fim. Preparado o terreno pelo processo das culturas intercaladas, favorecendo-o com elementos azotados necessários á nutrição de cereais, como o milho, já se consegue uma colheita mais prodiga, e assim sucessivamente, até o esgotamento completo do terreno em face desses vegetais, isto é, para a cultura de cereais, aproveitando-o então para pastagem, cobrindo-o novamente de um denso manto, mas agora de capim gordura róseo. Porém, nem todo o terreno ocupado pelas Samambaias, é estéril, alguns, que se observam pelo simples aspecto da vegetação que acompanha a samambaia, ainda produzem regularmente, tal é o terreno em que a samambaia é acompanhada pela capoeira que caracteriza o solo de 3ª qualidade, tal é o vestido pelo “Tapinhoam, Muricy, Cipó S ao João, Quina do rio, Imbaúba mirim e manjolo.”
Após longos anos, vai então a samambaia cedendo lugar a plantas menos exigente e mais tenaz é o capim gordura, que cobrindo, rapidamente a terra e retendo a umidade, sufoca os grêlos da samambaia, inimiga d’água. Mais tarde, aparecem já, aqui e ali em alguns pontos mais férteis, alguns arbustos modestos, como a sombria “Cardia”, a “Agoniada” e outras mais que caracterizam a natureza do terreno.
A Samambaia é uma planta por demais espalhada e conhecida é também chamada Comambaia e dela derivam-se algumas variedades tal, a Samambaia miúda, semelhante a samambaia comum apenas, mais delicada e menor.

Bibliografia: Chácaras e Quintais –Abril de 1922 – Dr Waldemar Peckolt.

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Tabôa Invasora


Tabôa e sua flor.

A Tabôa ou Tabúa, Typha minor, Will, da família das Typhaceas, é outra planta modesta, considerada inútil ou praga; o seu poder é o capim, mas as suas flores são espigas. Vegeta nos terrenos úmidos e mesmo dentro d’água, apoiando suas raízes na profundidade do banhando, ou açude, er pelo seu emaranhado retêm a terra e outros elementos onde ela se apoia, formando dentro em pouco, uma vasta e espessa rede, solidamente fixa aos materiais que elas retêm. A tabúa é uma verdadeira “praga” para os açudes e banhados, onde Lea se implanta; o seu desenvolvimento é rápido e dissemina-se com extrema facilidade, tomando dentro em pouco, conta de toda área alagada. Seu fruto acha-se ligado a uma longa haste que eleva-se acima do porte geral da planta, formando um interessante cilindro, aveludado, de belo aspecto e cor ferruginosa escura. As sementes acham-se situadas por camadas ou discos e envoltas em finíssimas e alva paina de seda, muito leve desprendendo-se e consigo levando facilmente a grandes distâncias as sementes da tabúa, para propagar a espécie; razão porque, ela aparece em quase todos os banhados, açudes ou vagens levadas eplo vento, espalhando-se a muitas léguas em todos os seus arredores, nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, Espirito Santo, Paraná e na maioria dos outros estados do Brasil.
A extinção ou remoção da tabúa, de um açude, banhado ou vargeado, é das coisas mais difíceis é penosas, devido ao peso, emaranhado e solidez de seus rizomas; para esse fim, é sempre necessário serrar a rede de suas raízes e arrastá-las em blocos ou por partes, o que é feito geralmente com o auxílio de cordas ou correntes e sob a tração poderosa de uma ou mais juntas de bois, tal é o seu peso. Nas vargens e banhados, consegue-se removê-las  cortando-as ou queimando-as e revolvendo em seguida a terra, afim de afogar ou enterrar as suas raízes para apodrecerem, cobrindo em seguida a área com uma mistura nova e mais vigorosa, a qual é geralmente adaptada a do arroz, mais rendosa e pratica e perfeitamente adaptável às condições.
Tão tenaz é a Tabôa que nos lugares onde vegeta, dificilmente desaparece, mas ao par de sua tenacidade de propagação, ela nos presta ótimos serviços, desde a raiz ao fruto. A Tabúa não deveria ser banida simplesmente com o fim de ceder lugar a outra planta, embora
Suas raízes são aproveitadas para alimentação dos porcos.


Bibliografia:
Chácaras e Quintais- Março de 1922 - pág 208

A Tabôa Invasora


A Tabôa ou Tabúa, Typha minor, Will, da família das Typhaceas, é outra planta modesta, considerada inútil ou praga; o seu poder é o capim, mas as suas flores são espigas. Vegeta nos terrenos úmidos e mesmo dentro d’água, apoiando suas raízes na profundidade do banhando, ou açude, er pelo seu emaranhado retêm a terra e outros elementos onde ela se apoia, formando dentro em pouco, uma vasta e espessa rede, solidamente fixa aos materiais que elas retêm. A tabúa é uma verdadeira “praga” para os açudes e banhados, onde Lea se implanta; o seu desenvolvimento é rápido e dissemina-se com extrema facilidade, tomando dentro em pouco, conta de toda área alagada. Seu fruto acha-se ligado a uma longa haste que eleva-se acima do porte geral da planta, formando um interessante cilindro, aveludado, de belo aspecto e cor ferruginosa escura. As sementes acham-se situadas por camadas ou discos e envoltas em finíssimas e alva paina de seda, muito leve desprendendo-se e consigo levando facilmente a grandes distâncias as sementes da tabúa, para propagar a espécie; razão porque, ela aparece em quase todos os banhados, açudes ou vagens levadas eplo vento, espalhando-se a muitas léguas em todos os seus arredores, nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, Espirito Santo, Paraná e na maioria dos outros estados do Brasil.
A extinção ou remoção da tabúa, de um açude, banhado ou vargeado, é das coisas mais difíceis é penosas, devido ao peso, emaranhado e solidez de seus rizomas; para esse fim, é sempre necessário serrar a rede de suas raízes e arrastá-las em blocos ou por partes, o que é feito geralmente com o auxílio de cordas ou correntes e sob a tração poderosa de uma ou mais juntas de bois, tal é o seu peso. Nas vargens e banhados, consegue-se removê-las  cortando-as ou queimando-as e revolvendo em seguida a terra, afim de afogar ou enterrar as suas raízes para apodrecerem, cobrindo em seguida a área com uma mistura nova e mais vigorosa, a qual é geralmente adaptada a do arroz, mais rendosa e pratica e perfeitamente adaptável às condições.
Tão tenaz é a Tabôa que nos lugares onde vegeta, dificilmente desaparece, mas ao par de sua tenacidade de propagação, ela nos presta ótimos serviços, desde a raiz ao fruto. A Tabúa não deveria ser banida simplesmente com o fim de ceder lugar a outra planta, embora cereal notável, mas nessa ocasião, o seu aproveitamento, traria um rendimento duplo ao agricultor, pois de outra forma, ele aproveitaria somente a área, deixando de parte uma magnífica renda por ela oferecida, que traria grande  vantagem em duplo sentido, com a cultura do vegetal.
Suas raízes são aproveitadas para alimentação dos porcos.

Bibliografia: Chácaras e Quintais - Março de 1922- pág 208.