sábado, 27 de outubro de 2012

As dez árvores genuinamente brasileiras mais úteis na medicina


O Brasil com o seu enorme e rico território quase totalmente coberto, outrora, por pujante flora, sulcado de grandes rios, possuindo todos os climas a ponto de revitalizar com a Europa em muitos lugares, é na verdade, um dos países mais opulentos nos três reinos da natureza, nada tendo que invejar aos solos europeus, asiático ou africano.
Andira araroba
Tratando-se então do reino vegetal, nenhuma nação o iguala no mundo;sua flora é mais pomposa que se conhece. Há ai plantas medicinais de alto valor terapêutico, algumas sem similares estrangeiras; as melhores madeiras florestais, servindo tanto às construções civis como navais.
Para a arborização de ruas e jardins, para o adorno, a nossa flora ostenta uma confusão de vegetais que extasia os turistas, os que, penetrando as florestas e matas, se deslumbram diante da beleza e do colorido das flores e se embriagam com a suavidade de seus perfumes.
Quanto aos vegetais que servem para a alimentação, sobram-nos plantas genuinamente indígenas sem contar aquelas que se prestam ao simples deleite e que são em grande número, fornecendo frutos saborosissímos a que faltam apenas a adaptação e a cultura.
Entre as nossas plantas úteis à indústria e à medicina, cuja magnífica série vai desde a modesta e rasteira poaia até ao frondoso e gigantesco óelo vermelho, não contamos o grande número de pequenos vegetais que, todavia, não deixam de prestar os maiores serviços à indústria , são ainda de imensa utilidade na medicina, servindo à terapêutica do país e do estrangeiro.
Entre estas destacam-se dez, genuinamente brasileiras, já desde remotas épocas, estudadas e conhecidas por suas propriedades medicinais.
Araroba , Andira araroba, Aguiar
Também chamada de Angelim amoso e Angelim amarelo é encontrada, com certa abundancia, nas matas da Bahia, Sergipe e Espirito Santo.
É arvore de 20-25m de altura sobre 20-30cm de diâmetro, com as folhas alternas e compostas. O pecíolo comum varia de tamanho é de 33 a 44cm de comprimento, com 20-24pares de folíolos alternos, articulados, de 2,1/2 a 4 1/2cm de comprimento sobre 1 a 1 ½ cm de largura no limbo, coloridos de verde claro na face superior e de acinzentado na inferior.to é drupáceo e ovoide
A Araroba ou o pó de Araroba é o melhor medicamento contra as varias afecções da pele.
(segue na próxima semana)

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal-Gustavo Peckolt

sábado, 20 de outubro de 2012

Formulário e Guia Médio e Dicionário de Medicina Popular Dr. Chernoviz


Data de maio de 1841 a primeira edição do que viria a ser conhecido como Formulário do Dr Chernoviz. Em dois grossos volumes , vademecum ainda na metade do século XX, uma preciosidade que estava nas mãos principalmente dos brasileiros do interior do Brasil.
Pedro Luiz Napoleão Chernoviz, natural da Polônia, veio cedo para o Brasil e aqui clinicou por 15 anos. Era doutor em medicina e solicitou sua inscrição a 29 de outubro de 1840 da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro, fundada cinco anos antes. A memória então apresentada por ele à Academia era redigida em português, como as suas obras posteriormente citadas, versava sobre o uso do nitrato de prata nas moléstias genito-urinárias. Dela deu parecer favorável o Dr. João Mauricio Faivre, um dos fundadores daquela sociedade, e com a aprovação dele foi o Dr. Chernoviz admitido como titular acadêmico em 20 de novembro de 1840. No ano seguinte surgiu o Formulário e no outro o Dicionário de Medicina Popular, ambos desde então em edições  sucessivas, estando suas obras na 19º edição no ano de 1927, muito alterada e em dois volumes, tendo sido adotado entre nós ao lado do Códex Francês, como livro de consulta obrigatória nas farmácias.
 Por sua majestade imperial D. Pedro II foi ele agraciado com os graus de Cavalheiro da \ordem de Cristo e de Oficial da Ordem da Rosa

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Dezembro de 1942 –Dr. Alfredo Nascimento. 

domingo, 14 de outubro de 2012

Luiz Aguiar desenvolve a sua água inglesa


Quando Luiz Aguiar voltou para o Rio de Janeiro foi morar na rua General Câmara, nº 120, dedicando-se com todo o ardor aos trabalhos exaustivos de sua profissão com o maior zelo e escrupuloso cuidado de modoa poder cada vez mais firmar o seu crédito, passando mais tarde o seu estabelecimento, já mais desenvolvido, a ocupar o prédio de sua propriedade à rua Conde de Bonfin, nº 147 .
Aí, a insistentes convites de seu colega e amigo o farmacêutico Arulo Barreto, consentiu na organização da “Companhia Química Industrial da Flora Brasileira”, da qual apenas aceitou o cargo de técnico, na executiva de ver desenvolvida a sua indústria conforme lhe asseguraram os seus organizadores e sem fazer questão do “quantum” que lhe seria pago pela cessão que fazia de seu já bem montado estabelecimento industrial, recebeu em pagamento, títulos da referida Companhia, que foi liquidada dando-lhe enorme prejuízo.
Não desanimou, porém, e continuou sempre a trabalhar garantindo o seu nome e os seus produtos, e afinal obrigado a comprar em praça, em virtude da liquidação da Companhia, o que tanto tempo e dinheiro lhe custara e assim encetou de novo o seu tirocínio de lutas. Nesta época orçava por uns cem produtos o acervo da Companhia, em cujo número figuravam muitos da flora nacional e outros de matérias primas exóticas.
Freire de Aguiar combater o charlatanismo da Água Inglesa vendida no Brasil e desenvolveu um produto muito melhor que o importado. Depois de fazer estudos de vários vegetais de nossa flora, conseguiu elaborar uma fórmula honesta e cientificamente perfeita e obteve a aprovação de sua Água Inglesa modificada.
A Inspetoria Geral de Higiene, em 20 de outubro de 1888, expediu circulares aos inspetores de higiene provinciais e aos droguistas, dando conhecimento aos farmacêuticos da Inspetoria, para a devida autorização de comercialização.
Em análises realizadas nos laboratórios oficiais, e pessoalmente conseguiu provar a inocuidade de vários produtos importados do estrangeiro, entre os quais o Elixir Alimentício de Ducro, que não continha nenhuma substância alimentar. Chapoteaut, farmacêutico francês, fabricou um preparado em que devia entrar a peptona: pelo exame a que ele procedeu, na presença de médicos, farmacêuticos e jornalistas provaram que tal medicamento não possuía nem sombra de carne.

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Maio de 1945 – Farmacêutico Brandão Gomes.

domingo, 7 de outubro de 2012

Luiz Felipe Freire de Aguiar: Precursor da Indústria Farmacêutica e Química no Brasil


Luiz Felipe Freire de Aguiar nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 23 de agosto de 1852, sendo filho de Luiz Francisco Freire de Aguiar e Dona Francisca de Paula Fonseca Aguiar.
Estudou e completou o curso preparatório no conhecido Colégio Vitório, estabelecimento de ensino de fama, na época, matriculando-se em 1869 no curso de farmácia para o qual manifestou logo decidida vocação, pretendendo seguir o curso médico desistiu de seu intento, à vista do interesse que lhe despertou a profissão farmacêutica, formando-se em 1871.
Durante o curso de farmácia serviu no Hospital da Marinha como auxiliar de laboratório, passando depois a ocupar o lugar de segundo farmacêutico que deixou em 1874, para estabelecer a sua farmácia no largo de Santa Rita. Associou-se à Farmácia Episcopal, estabelecimento então antiquíssimo onde começou a se esforçar para fazer algo em prol da farmácia brasileira bastante abati. Essa farmácia passou a ser sua em 1877.
Rm 1876 se casa com Dona Rita Lessa Godoi que faleceu em 1918, filha do Desembargador Antônio Thomaz Godoi e Dona Maria Flora Lessa Godoi.
Nutrindo o desejo de se dedicar exclusivamente à manipulação de alguns preparados especiais de sua composição que começaram a gosar de confiança, vendeu a Farmácia Episcopal afim de montar um laboratório para a fabricação de seus próprios produtos e de outros que pudessem ser fabricados no país, dispensando essa série de especialidades importadas do estrangeiro, começando a trabalhar e a combater esses pretendidos específicos importados.
De princípio teve que sustentar um pleito judicial com uma fábrica de produtos medicinais, estrangeira, pelo fato de manipular um produto de fórmula conhecida, e só, sem auxilio, arcou contra poderosas “Sociedade União dos Fabricantes Franceses”, conseguindo triunfar  até a última estância, em grau de revista, trazendo-lhe esse fato muitos dissabores por não querer ceder um só passo de seu direito, tal a convicção que tinha do serviço que prestava a sua classe.

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia- Maio de 1945-Academia Nacional de Farmácia fala do farmacêutico Brandão Gomes.