sexta-feira, 31 de maio de 2013

Pata de vaca


Arbusto e até pequena arvore muito conhecida em todos os estados do país e bem caracterizada pela forma esquisita de suas folhas
Outros nomes vulgares: Unha de vaca, Unha de boi, Morroró, Morroró Unha de boi, no vizinho Uruguai é chamada de Cauba.
Bauhínia forficata
Os botânicos a classificam entre as leguminosas cesalpinas e dão-lhe o nome científico de Bauhínia forficata. De Bauhinia são conhecidas no Estado outras duas, a caudicans e a langsdorfiana sendo que a primeira parece mais uma variedade da espécie em apreço e a segunda é uma trepadeira conhecida pelo nome vulgar de “Cipó Escada.”
Toda a planta é espinhosa, até nos galhos novos, verdes, (daí o nome de “aculeada” usada pelo botânico Veloso); as folhas elegantes são bilobadas, dividas até o meio, fazendo lembrar as unhas do gado bovino. As flores grandes e brancas são muito ornamentais e o fruto é uma vagem que contem um número variado de sementes negras, achatadas.
Esta planta eminentemente indígena é bastante vulgar nas matas baixas, nas chamadas rudeais e aparece em cercas velhas que consegue tornar mais compactas  e impenetráveis. Como planta de adorno é bastante apreciada inclusive para a construção de móveis; a caca é usada na indústria do curtume e é medicinal; como o são as folhas.
A casca em geral é adstringente, sendo usada para lavar feridas, Tonica, estimulante e dizem ser útil contra a glicouria em decocção.
No norte a casca de Mororó é usada como peitoral em cozimento, contra a tosse e a bronquite. A receita mais aconselhada é a seguinte: 4 grs de casca por 250ml de água depois de fervida toma-se três xícaras por dia.
A decocção da casca da raiz é diurética e vimo-la indicada contra blenorragia. Entre nós o uso mais vulgar é o da infusão  das folhas (chá) contra todas as afecções inflamatórias do aparelho urinário; verte-se sobre as folhas água fervendo e deixa se extrair as substâncias medicamentosas durante 10 a 15 minutos. A venda em todas as farmácias e drogarias encontra-se soluções de Bauhínia que tem bastante procura.
As folhas são mucilaginosas e um tanto adstringentes servem também, em infusão para lavar feridas ou então, em cataplasma, nos abscesso e sob esta forma tem grande aplicação no Uruguai.
Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Alguns Elementos da Flora Medicinal do Sul do Brasil.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Psoralea glandulosa


Esta planta interessante, conhecida somente em certas localidades do sul do país, é uma leguminosa, papilonacea, da tribu das Psoralicas, que Linneu chamou de Psoralea glandulosa.
Psoralea glandulosa
O nome vulgar do Colé , ou Culé é uma adaptação da palavra que caracteriza esta espécie nas Repúblicas vizinhas; no Uruguai tratam-na de Cutes.
É um arbusto de dois ou três metros de altura, coberto em todas as suas partes de glândulas resinosas escuras, é bastante nodosa e frágil. Suas folhas compostas são trifoliadas e os folíolos lanceolados agudos possuem bordos inteiros.
As flores reunidas em pequenos cachos que nascem da axila das folhas são evidentemente pedunculadas e apresentam uma cor levemente azulada.
Os frutos são legumes ovais compressos, pubescente, acuminados e só contem uma semente; representam o caso interessante de um legume indecente, isto é, conserva-se fechado mesmo depois de maduro.
O Colé é indígeno do Chile e do Peru, encontra-se também na Argentina, no Uruguai e é a única espécie do gênero que se encontra no Brasil meridional, provavelmente introduzido pela cultura. Aqui é bastante conhecido e existe até nos quintais da cidade, apreciado e até cultivado como planta meridional.
A parte comumente usada para este fim são as folhas cuja infusão é preconizada nas doenças de estomago e tem também aplicação nas lavagens das feridas. Usa-se a casca nos casos de embaraço e de diarreia das crianças em quanto raízes tem propriedades eméticas
Do ponto de vista científico, pelo que sabemos estas propriedades não foram ainda suficientemente estudadas.
Salsa brava
Trata-se de um arbusto que pode alcançar até dois metros de altura, que às vezes se torna trepador e que pertence à família das Verbenaceas. Muitos são os nomes vulgares que lhe atribuem os autores sendo, entretanto, o de Salsa brava o que mais comumente a distingue na nossa região Sul: Cambará de Espinho, Cambará Chumbo, são sinônimos vulgares no norte do país. Cientificamente é a Lantana camara de Linneu hoje identificada com a Lantana aculeata do mesmo autor.
Encontra-s esta verbenácea por todo o Brasil, sendo que em Santa Catarina é bastante vulgar em qualquer terreno, cultivado ou não, quer solto ou compacto e caracteriza os lugares secos; onde se expande, com facilidade. Por causa das suas flores douradouras e variáveis foi introduzida em numerosos países, onde, porém tornou-se praga invasora a ponto de ter sido depois perseguida por todos os meios.
Do ponto de vista medicinal oferece um óleo aromático amarelado e alcaloide lantanina, de grande efeito contra as febres, até as mais rebeldes. As folhas, além de febrífugas, são tônicas, sudoríficas, uteis nas afecções bronco-pulmonares e gozam ainda de boa reputação contra o reumatismo e a sarna, usada em banhos
As raízes são antiasmáticas e peitorais, usadas em chá ou então na composição de xaropes.
O chá faz-se na proporção de uma parte de raiz para vinte e cinco de água fervendo; o xarope deve conter quatro partes de raiz em oitenta de água e se deve tomar três colheres de sopa por dia.

Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Alguns Elementos da Flora Medicinal do Sul do Brasil.

domingo, 19 de maio de 2013

Guaco


É uma composta de aspecto bonito que, enroscando-se, cobre com seus ramos
Botanicamente pertence a tribu das Eupatoriaceas, sendo seu no científico Mikania scandens. De plantas do mesmo grupo no Rio Grande do Sul temos perto de uma dezena, sendo entretanto esta da qual estamos tratando a mais conhecida entre nós e que o povo reconhece pelo nome de Guaco ou mesmo Guaco de Quintal.
Mikania scandescentes
É uma planta herbácea, volúvel, de ramos cilíndricos, verdes e folhas cordiformes, agudas, com os bordos incisos, crenados; estas são também verdes brilhantes, vão alem de dez centímetros de comprimento e apresentam na base até sete nervuras principais. As inflorescências são em corimbo, as flores brancas,a corola em forma de funil, os frutos (achenios) tem dois milímetros de comprimento.
Encontra-se facilmente este Guaco nas matas do estado, sendo espalhado por toda a América do Sul e bem conhecido desde as Guianas até Montevidéo; prefere os terrenos humidos e, como dissemos, é hospede vulgar dos nossos quintais, mesmo no centro da cidade.
Desde muito tempo esta robusta trepadeira gose entre o povo de grande reputação, devido ás suas diversas virtudes medicinais, muito semelhante ás da Mikania oficinalis, que é outro guaco, o Guaco da Serra. As partes aproveitadas são as folhas e os brotos verdes, quer em infusão (chá) quer em tintura, preconizada nas moléstias dos pulmões. Febrífuga, Tonica e anti-dispética, pode ser preparada em infusão de quatro gramas de planta em 180 gramas de água fervendo.
Os nossos vizinhos do Uruguai acreditam na sua ação eficaz contra as febres intermitentes, reumatismo e gota, e até contra as mordeduras de cobras
Em geral é tida como sucedaniea da Mikania officinalis, ou Mikania guaco de certos autores e que indígenas também do Rio Grande, é conhecida pelo nome expressivo de Herva das Serpentes

Bibliografia: Almanak Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Alguns representantes da Flora Medicinal do Sul do pais.

domingo, 12 de maio de 2013

Plantas medicinais, composição química, uso terapêutico


Cipó Imbe  - Philodendron Imbê Schott
Composição Química: ácido oraganico volátil (acido philodendrico); Imbeina, ácidos orgânicos, resina mole, a-resina, b-resina, acido resinoso; acido tânico, principio gorduroso, substancia albuminosa, gomas etc.
O acido orgânico volátil (acido Philodendrico) foi obtido pela desrilição das raízes frescas; é líquido de sabor picante, de aroma ativo próprio da raiz. A Imbeina é um glucoside amorpho, solúvel no clorofórmio, no álcool a 40º, na água; o seu sabor é amargo.
Uso terapêutico: As folhas frescas contusas são empregadas para limpar as ulceras e favorecer a sua cicatrização
O cozimento das folhas frescas é muito usado em banhos nas inflamações dos testículos e também é aplicado em compressas ou fomentações nas dores reumáticas assim como nos tumores gotosos.

ScillaSquilla insulares, Jord. Squilla littoralis, Squilla matitima, Steinh
Scilla marítima
Composição química: O princípio ativo da scilla pode ser fracionado em duas partes: uma dificilmente solúvel na água: Scillareno A e outra facilemente solúvel Scillareno B. Além destes também encontramos grande quantidade de água, açúcar, tanino, scillitina, scillidiuretina, xantoscilldina, sinistrina (hydrato de carbono) traços de substância volátil e graxas.
Pode-se dizer que a substancia ativa dos bulbos da scilla, é uma mistura de glucosidos. A maior parte desta mistura é constituída pelo scillareno A, que é dificilmente solúvel em água e em vários solventes orgânicos. É uma substancia que cristaliza bem.
O scillareno A é muito sensível  aos agentes hidroliticos; em soluto aquoso, desdobra-se em parte menos aquecido a 70-80º, tornando-se desta maneira inativo. A aglicona que se forma na hydrolise e que Stoll batisou com o nome de Scillaridina A é quase ineficaz; forma-se também um disacharideo que se decompõe, por uma ulterior hidrolise em glicose e rhamose. É ainda pouco conhecida a outra parte da mistura de glucoside, a que se deu o nome de scillareno B. É facilmente solúvel em água e mais difícil de hidrolisae do que oscillareno A. Ainda não foi possível cristalizá-lo.
Uso Terapêutico: Os bulbos de scilla são usados como diuréticos na hidropsia cardíaca, expectorante nas bronquites.
O scillareno é um cardiotonico, um antisystolico, um diurético geral azouturico.
A scillaine possui propriedades diuréticas e cardiotonicas análogas ás da strophantina, é usa-se o a na dose de 0,gr0005 a 0,gr002 por dia.
Para Stoll para o soluto injetável emprega-se o scillareno B por causa da sua maior solubilidade e insiterabilidade em comparação com o scillareno A.
Para E. Rothlin, a scillaridina B, que é a aglicona do scillareno B, exerce um efeito muito mais fraco do que o glucosido; atua com mais rapidez, podendo separar-se pela lavagem, mais facilmente do este.
Por outro lado o scillareno B fixa-se melhor ao miocárdio do que o scillareno A.
O pó pode ser empregado na dose de 0,3 gr 3 a 4 vezes ao dia.
A scilla encontra o seu campo de aplicação nas afecções miocárdicas descompensadas, nas lesões valvulares e em determinadas ocasiões também nas perturbações de condução sem descompensação. Em oposição a outra referências, o autor não encontrou, até agora, nenhuma utilidade no emprego da scilla marítima na insuficiência descompensada.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal –out. 1938 – Farmacêuticos Jayme P. Gomes da Cruz e Oswaldo A. Costa.

sábado, 4 de maio de 2013

Plantas usos terapêuticos e composição química


Arequeira : Areca Cathecu Burm; Areca Faufel; Arece nigra
Composição química: o fruto desta planta (noz de areca). Da semente extraem-se vários alcaloides, sendo que a maioria são: arecolina, arecaidina ou arecaína, arecolidina; guvacina; isoguvacina; guvacolina. Além dos alcaloides se ligam núcleos pirídico e apresentam entre si relações muito estre

itas, temos mais os ácidos: tânico, galico, óleos graxos e esteres, sacarose, manana, mucilagem.
Usos terapêuticos: De todos os alcaloides somente a arecolina tem ação fisiológica. Este alcalóde é líquido, oleoso, incolor e toxico, é sialagogo provocando salivação intensa. É um excelente tenífugo. Em colírio age como miotico contraindo a pupila.
A noz de areca, é usada como tenífugo, na diarreia e na disinteria.

Dendeseiro : Elaeis guineensis L.
Dendenzeiros e seus frutos
Composição química: Alcool cetylico, acido palmítico; óleo é constituído pela tripalmitina, trioleina, ácidos palmítico e oleico livres.

Coqueiro da Bahia: Cocos nucifera L
Coco da Bahia
Composição química: Água, Substancia albuminosa, matéria sacarina, acido tartarico, acido malico, sais inorgânico, goma
Amêndoa fresca: matéria albuminosa; óleo pinque, sacarose, glicose, emulsina, nuciferina, acido resinoso, matéria extrativa, ácido tartarico, malico, goma, sais inorgânicos, celulose.
Uso terapêutico: Água de coco é anthielmintica e tenífuga, diurética, contra a icterícia, as irritações gastro-intestinais, doenças do peito, inflamações dos olhos, vômitos da gravidez para amaciar a pele.
As raízes novas são: alexipharmacas, fortificantes das gengivas, antidesentéricas, antiblenorrágica, febrífugas
A seiva ou vinho do coco (obtido por incisão no pedúnculo ou no espique) é anti-hemoroidario paralisante de fluxo sanguíneo e calmante da febre dos variolosos.

Chagas de São Sebastião : Monstera pertusa, de Vriese Arum hederaceum ; Calla pertusa, Kunth
Composição Química: Monsterina, Ácido orgânico, Chlorophyla, Caoutchouc, Resina, Glicose, Subst. Albuminoides, gomosas. Sais inorgânicos, celulose.
Uso terapêutico: Hideopsia, artritismo (no infuso das raízes). O suco tem propriedadws alexipharmacas. As folhas frescas contusas como vesicatorio e rubifaciente nos mesmos casos e contra orchites crônicas, a inflamação dos ouvidos, erisipela, os eczemas, a caspa e as ulceras em geral; atualmente tem reputação para combater as limphatites posteriores aos partos.

Calamo Aromatico: Acorus Calamus
Composição química: Acorina (princípio amargo); acoretina (substancia proveniente da decomposição da acorina); monomethylamina (calamina); cholina; óleo de acoro (assacona); tanino; açúcar, amido, resina e essência.
Usos terapêuticos: Tonico, estomáquico, estimulante, afrodisíaco, na dispepsia, afecções abdominais, na gota, escrófula, raquitismo e é usado também no pós dentifrício.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 10/1938 – Jayme P. Gomes da Cruz e Oswaldo A. Costa – farmacêuticos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Plantas, princípios ativos e uso terapêutico

Arroz -  Oryza sativa

ArrozOryza sativa L.
Quimica:Amido 80%; pitina 8%
Uso terapêutico: Emoliente, usado em glicídio banhos, cataplasmas, lavagens, como excipiente de medicamento de ação enérgica ou insolúveis e com pó.

Aveia – Avena sativa L.
Química:Cinzas 6,21%;Amido 60%; Glucoside, avenoside; avenalina (proteínas natural); betaina
Uso: como alimento

Trigo – Triticum sativum Lam.
Aveia
Química: 70% amido; sitosterina e prasitosterina (phytosteroes); 2% phytina; leucosina (proteína), glutenina (proteína), gliadina ( proteína natural) ; urea (base púrica)
Uso terapêutico: É emoliente, usado em glicereo, cataplasma, lavagens , como excipiente de medicamentos de ação enérgica ou insolúveis e como pó
Vanilov (1926) dividiu todos os trigos cultivados em 3 grupos levando em consideração a origem geográfica, caracteres morfológicos e citológicos, afinidades sexuais, resistência a doenças parasitárias.

Cevada – Hordeum vulgare L,
Quimica:Fitbogen, numa analise encontrou 24,57 de cinzas onde pode identificar o K, Na, CaO, MgO, Fe Ph, Cl etc...
A hordenina tem a forma de prisma, funde a 117,8 e se sublima entre 173 e 174; é solúvel na água, no álcool e no éter; pouco solúvel no benzeno e no tetracloreto  de carbono. Encontra-se mais a Cevadina e a Guanina e Hordeína (proteína derivada).
Uso terapêutico: A cevada é emoliente e nutritiva, sendo que neste último caso usa-se a cevada socada ou mondada e privada de casca.
A hordeina possue propriedades simpatomiméticas, muito atenuadas, quase que não é usada, no entanto o sulfato de hordenina o é, quer por via oral quer por via hipotérmica, como Tonico cardíaco em doses diárias de 0,50 (via Hypodermica) no casos de enterocolite, desistiria, febre tifoide e perturbações gastro intestinais bem como nos casos de hipersecreção; por via oral dose de 0,50 -2,0 por dia; nas diarreias infantis 0,05 por ano de idade por dia.

Carnaubeira – Copernicia cerifera (Arr.Cam)
Química – A cera de carnaúba (produto de secreção que se encontra na superfície das folhas) contem; éter-sal myricilico do acido cerotinico, álcool miricilico, álcool melissilico ( que combinado sob a forma de cerotato melissilico é um dos componentes essenciais da cera de carnaúba) acido cerotico; acido melissyco
Usos terapêuticos: A cera é usada como veiculo para pomadas, sabonetes, etc...; a raiz é depurativa (mais ativa que a salsaparrilha) contra a sífilis secundaria, ulceras, afecções cutâneas, reumatismo, é diurética.

Daemonorps Draco Blume – Calamus Draco, Calamus accendens; Calamus rubes;
Area geográfica – É planta nativa de Sumatra, Java Borneo, Moçlucas, Indo-China, Malasia.
Composição química; O sangue de drago, que é fornecido por esta planta, contem éter  coresinotanolico, dois ácidos benzoico e Benzoylacetico; phlobapheno, phloroglucinol; acido benzoico; Resina branca 2,5|%: dracoalbana; Resina amarela 13,6% draco - resina
Uso terapêutico: Era muito usada como adstrigente e stiptico na sialorréa, affecções pulmonares, suores profusos, diarreia, hemorragia, chagas, ulceras; para pós dentifrício

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal outubro/1938- Jayme P. Gomes da Cruz e Oswaldo A. Costa Pharmaceuticos