domingo, 31 de agosto de 2014

Inhame Vermelho

Alocasia indica, Schottm

É oriundo da Ásia e acha-se cultivado em quase todas as moradias do Brasil.
Tem o caule sarmentoso, grosso e as folhas grandes, sagitadas, com o pecíolo de 40-60 cm de comprimento; inflorescência em espádice protegida por uma espada tubulosa, oval de 4 cm de comprimento terminada por uma lamina navicular de 15 a 20cm de extensão; o fruto é uma baga arredondada e de cor avermelhada.
Desta espécie há duas variedades que são muito cultivadas.
Planta de Inhame Gigante
A variedade metálica Engl, que tem as folhas de cor verde preta com brilho metálico ou às vezes de cor vermelha arroxeada.
A variedade variegata Engl., tem o pecíolo de cor clara manchado de roxo com a folha de cor verde escura na face superior e mais pálida na inferior.
O rizoma tuberoso destes inhames atinge geralmente 1 1/3 de metro de cumprimento sobre 17cm de diâmetro e regula pesar 15-20 kg.
A sua face externa é de cor pardacenta e por um golpe dado na parte superior vê-se distintamente uma camada carnosa de 5 mm de diâmetro e de cor rósea; a parte interna é de cor avelhada e quase branca para o interior.
Na superfície interna desta tubera, encontraram-se inúmeros vasos laticíferos que emitem um líquido aquoso opalescente de reação fortemente acida; este suco, quando em contato com o ar, adquire uma coloração pardacenta.
 A tubera é mais rica de azoto do que as dos verdadeiros inhames e contém menos carbo-hidratos que aquelas.
A raiz tuberosa é empregada na culinária e muito apreciada quando quente, visto depois de fria possuir um sabor acre desagradável.
Depois de bem cozida em água para alimentar os porcos.

Bibliografia : Peckolt , Gustavo e Theodoro – Plantas Medicinais e de Gozo do Brasil - 1888



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Paxiuba Majerona

Martinezia caryotifolia – H.B.K.

Esta palmeira que cresce nas províncias do Pauí, Maranhão, Mato Grosso, Bahia é sobre 40cm de diâmetro; é densamente coberta de espinhos compridos, delgados e pretos, com as folhas de 2-2 ½ metros de comprimento, parecendo-se com as folhas retalhadas de uma bananeira; inflorescência em espádice, pequena , com os frutos drupáceos do tamanho de uma jabuticaba, de cor vermelha clara, quando maduros, com o sarcocarpo farináceo, de cor amarelo alaranjada, de caroço preto e amêndoa dura, branca e oleosa.
Paxiuba Majerona
Um cacho dos frutos pesava 1,150 grs e um fruto de tamanho regular 5,500grs, sendo de sarcocarpo, 3,200 grs, de caroço 1,600 grs e de amêndoas 0,700 grs.
A caryotina é uma substancia corante vermelho alaranjada, muito semelhante a matéria corante da cenoura (coratina); posta em uma lamina de platina incandescente, queima sem deixar resíduo, pode ser obtida esgotando-se a polpa seca do fruto pelo éter e depois pela benzina; o resíduo restante de benzina é tratado pelo sulfureto de carbono, que deixa a matéria corante pela evaporação.
A rezina, é de cor avermelhada, mole e, posta em lamina incandescente de platina queima, volatizando-se completamente; é solúvel no éter, no éter petróleo, no clorofórmio e na benzina, pouco solúvel no álcool e insolúvel nos álcalis.
frutos de Paxiuba
A rezina – também é mole, de cor pardacenta e, posta em uma lamina incandescente de platina, arde deixando vestígios de resíduo; é solúvel na benzina e no álcool, porém insolúvel no éter, no éter de petróleo e no clorofórmio
O ácido resinoso é amarelo clara, solúvel no álcool e nos álcalis; na platina incandescente volatiliza-se completamente.

Bibliografia: Peckolt , Gustavo e Theodoro – Plantas Medicinais e de Gozo do Brasil - 1888


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Coqueiro de Catarro

Acrocomia selcrocarpa, Mart.

Sinomia vulgar: Macaúba, Coco de catarro, Mucajá, Macahiba, Macajuba

É um dos coqueiros mais comuns no Rio de Janeiro e em muitas outras provícias do Brasil.
Tem caule cilíndrico, de 10-15metros de altura sobre 30 a 40cm de diâmetro, tendo a base as folhas persistentes, cobertas de espinhos grandes e fortes, as quais caem com o tempo, achando-se as vezes exemplares adiantados em anos completamente despidos de espinhos na parte inferior; o seu ápice é coroado por 20-30 folhas pinuladas, de 4-5  metros de comprimento com o dorso cheio de espinhos muito aguçados e de cor preta castanha;
Macaúba
inflorescência em espádice partindo dentre as folhas e geralmente pendendo para um dos lados do tronco, de ½ a ¾ de metro de comprimento, com flores monoicas de cor amarelo-pálida espalhando um aroma particular não desagradável; fruto drupaceo, oval, arredondado, de 5cm de diâmetro tendo na base pequenas escamas de cor pardacenta, com o epicarpo lenhoso de cor verde-claro, quando novo, ligeiramente áspero e depois de bem desenvolvido, de cor pardacenta, lustrosa e de 5 mm de grossura; o sarcocarpo constitui uma polpa fibreosa e pegajosa, de cor mais ou menos amarelada, ligado a um caroço ósseo de 29mm de diâmetro, com a casca de 6 mm de grossura tendo uma amêndoa branca, oleosa e dura.
Um fruto bem desenvolvido pesava 44 grs, sendo 15 grs de epicarpo 8grs de sarcocarpo, 19 grs de caroço e 1 gr da amêndoa.
O óleo pingue da polpa é transparente de cor pardacenta, de densidade = 0,915 a +17º C.
O óleo pingue das amêndoas é transparente, incolor de densidade = 0,909 + 13º C
Nas Antilhas este óleo é muito usado para diversos fins, principalmente, para fabricação de sabonetes, podendo substituir para os usos culinários o azeite doce purificado.
O óleo extraído da parte polposa é empregado na culinária e em fricções nas nevralgias e cefalalgias.
O sacocarpo do fruto sabor adocicado agradável é muito apreciado, possuindo um aroma particular, semelhante ao do pêssego; misturado com água fornece uma bebida refrigerante denominada Macaiba e fervido com água forma um mingao grosso; que é usado como alimento.
O pecíolo e o dorso das folhas, depois de fendidos em tiras, servem para o fabrico de
Fruto de Macaúba
chapéus e balaios.
Das folhas verdes extraem-se fibras muito brancas, lustrosas e finas que são denominadas “seda vegetal”, e servem para vários tecidos.
O Sr. Dr. José Ricardo Pires Almeida tem feito muitos esforços para propagar a cultura deste coqueiro, principalmente em Inhaúma, Jacarépagua e Irajá, onde é abundante, conseguindo obter boa porção de fibras das folhas, que remeteu para a fábrica de tecidos de Charles Bovel em Bruxelas, com o fim de ai serem experimentadas, sendo os resultados obtidos magníficos, sujeitando-se esse industrial a empregar toda a fibra remetida, desde  que lhe garantissem um fornecimento certo conforme o gasto da fábrica.
O tronco do coqueiro serve para fazer ripas e também calhas para conduzir água,

Bibliografia : Peckolt , Gustavo e Theodoro – Plantas Medicinais e de Gozo do Brasil - 1888


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lirio do brejo

Hedychium coronarium, Koen
Sinomia vulgar: Suzena, Cardamomo do mato, Cardamomo do brejo, Lágrima de moça, Lirio.
Lirio do Brejo
Esta planta é encontrada em quase todos os Estados do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde ela ocupa as vezes grandes áreas de terrenos alagados; é considerada silvestre do Brasil, mas dizem que sua pátria é a Índia Oriental.
Os seus pseudo-colmos atingem de 1 a 1 ½ metro de altura, e acham-se reunidos em grandes touceiras e são de cor verde claro, carnosos e muito suculentos; as folhas são lanceoladas, grandes e invaginantes; a inflorescência que parte do ápice dos colmos é em panículas rancemosas, compactas e imbricadas, com as brácteas de cor verde; flores grandes muito amplas, de cor branca cheirosas, cálice tubuloso; o fruto é uma capsula tri-locular com as sementes ariladas.
A parte interna deste rizoma é de cor  branca ou levemente amarelada, de aroma fraco, não desagradável e de sabor particular um tanto picante.
O óleo pingue é de cor amarelada, de aroma particular e de sabor levemente amargo; o amido tratado pelo iodo cora-se em azul escuro, com bromo fica de cor alaranjada escura; a resina mole é de cor pardacenta, aromática e completamente volátil na platina incandescente.


Bibliografia : Peckolt , Gustavo e Theodoro – Plantas Medicinais e de Gozo do Brasil

sábado, 2 de agosto de 2014

Curcuma Longa

Sinomia científica: Amomum cúrcuma. Murr e Jacq; Curcuma tinctoria. Guib. C. viridiflora. Roxb. C. domestica major e minor. Rumph. C. radice longa. Zanon.
Sinomia Vulgar:  Açafrão  da Índia, Açafroa, Açafrão da terra, Batatinha amarela, Terra merita, Gengibre dourada, Raiz de Açafrão.
Flor de Curcuma longa
A denominação Curcuma vem da palavra persa, Kurkum que quer dizer açafrão.
É uma planta oriunda da Ásia meridional que se acha tão aclimatada e cultivada no Brasil que é por muitos considerada silvestre deste país.
Já em 1563 Garcia d’ Orta e em 1572, Fragoso mencionavam a Curcuma com o nome de Crocus indicus e em 1450 ela era vendida pelos droguistas de Frankfort.ina
Dioscoride menciona nos seus escritos uma planta indiana semelhante ao gengibre possuindo uma coloração amarela e tendo quando esmagada um sabor levemente amargo, que necessariamente deve ser a Curcuma.
Ela tem muitas variedades puramente comerciais encontra-se outras conhecidas conforme a sua proveniência, sendo as principais a da China a de Madras e a de Bengala, a de Java. A variedade da China é a mais estimada, porém é bem rara, a de Bengala difere de todas pela coloração que é mais escura e por isso preferível para a tinturaria.
Examinando-se ao microscópio a camada tuberosa de uma destas variedades comerciais de Curcuma ver-se-a que ela é formada de 8 a 10 ordens de células tubulares, apresentando o parênquima da camada vertical media  grandes células policendricas, de ângulos arredondados e no centro do rizoma nota-se sobre o golpe transversal, um círculo de fachos fibrovasculares apertados uns contra os outros, formando uma espécie de bainha ao redor da medula. O parênquima limitado exteriormente por este círculo é atravessado por fachos esparços;
A Curcuma é insolúvel na água, mas mistura-se perfeitamente com outros solventes neutros; não se combina com o sulfito de soda. O turmerol é um álcool que sobre a influencia de calor e do ácido clorídrico concentrado, dá Clorureto de turmerila que apresentado sob a forma de óleo aromático, de cor amarela pálida , decompõem-se pela destilação.
A Curcuma é considerada pelo povo como um medicamento aromático, excitante, e diurético, usado principalmente na icterícia e nos cálculos biliares, em tintura ou em pó na dose de 1,27 a 3,8 grs; na terapêutica não é mais usada e em farmácia é empregada para colorir os unguentos e pomadas, na arte do confeiteiro serve para dar cor amarela aos doces, assim como também é usada para tingir licores, laranginhas. Seu principal emprego é na tinturaria, e na culinária serve para colorir o arroz. Na química é muito usada como reativo característico dos álcalis.
Na Índia a cúrcuma é usada para diversos fins tanto culinários como para tinturaria.
A Curcuma em pó que chega ao Brasil vem quase toda de Hamburgo e Londres no entanto poderia ser o país um dos maiores exportador.


Bibliografia: Peckolt,  Theodoro e Gustavo. Plantas Medicinais e Úteis do Brasil - 1888