sábado, 10 de setembro de 2011

Guayule a Borracha do México


Parthenium argentatum A Gray

Foi na Exposição Internacional de Filadélfia em 1876, que sob o nome de “hule de Durango”, apareceu pela primeira vez à borracha extraída do Guayule (Pathenium argentatum A. Gray), planta da família das Compostas espontâneas em vasta extensão da alti-planice do México e em alguns pontos do Texas e do Arizona, estados norte-americanos.
Em verdade, sabia-se que os aborígenes, desde épocas remotas, obtinham do Guayle a matéria prima necessária ao fabrico das bolas de que usam em certos jogos, mas não se havia prestado a devida atenção a tal produto. Entretanto, a partir daquele certamem, a indústria extrativa da borracha de Guayule não cessou posto nos primeiros anos e excitantassem os sertanejos pelo mesmo fatigante e primitivo processo de mastigação usado pelos índios, aliás, então adotado também por um grande industrial de Torreon, mas que não deu resultado compensador, pois um homem precisa de dois dias para compor uma bola ou pão borracha com o peso médio de um quilograma.
Tendo-se comprovado que esta borracha, embora muito inferior a produzida pelas Hevea, possui qualidades aplicáveis, entre esta a de vulcanizar perfeitamente e a de associarem-se com extraordinária facilidade ás borrachas superiores, alguns norte-americanos importaram, em 1888, uns 45.000kg do novo produto. Aquele processo de mastigação ficava, porém, tão caro, as despesas de transporte, em regiões desprovidas de estradas de ferro e até mesmo de quaisquer outros meios de comunicação, eram tão elevadas, que se reconheceu a impossibilidade de fazer larga exportação enquanto não fosse descoberto um processo de extração mais expedito e mais econômico.
O Guayule estava longe, em regiões quase ou absolutamente desertas e sem água, em altitudes que chegavam a 3mil metros, embora normalmente oscilassem entre 600 e 1.900metros. A tenacidade e o dinheiro norte-americano venceram estas enormes dificuldades. Foram organizadas rapidamente diversas empresas, entre 1915 e 1912, todas dispondo de grandes capitais. Rapidamente desenvolveu-se um processo de extração rápido baseado na compressão da planta previamente socada. A extração é rápida e tão econômica que chega a dois dólares a tonelada, fornecendo uma pasta dura, sem traço de resina, que em muito se assemelha a do Pará. Há evidente exagero nesta afirmativa, mas é certo que o produto assim obtido chegou a ser pago cinco dólares os quatrocentos quilos.
Hoje se reputa ao processo Lawrence como superior a todos os outros processos mecânicos: é baseado na mastigação dos aborígenes.
Grande parte do território mexicano, exatamente a mais desprovida de meios de comunicação e a mais agreste, teve vida intensíssima, tal o ardor com que foram conduzidos os serviços de colheita e secagem da planta.
Uma rápida inspeção deste quadro mostra que mesmo partindo de 1903-1904, cujos correspondentes algarismos são muito baixos, o México produziu em 10 anos tanta borracha de Guayule quanto o Brasil produz num ano, incluindo todas as qualidades.
Bibliografia:
O Guayule - Almanaque Agrícola Brasileiro 1920- M. Pio Correa

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