Parthenium argentatum A Gray |
Foi na Exposição Internacional de Filadélfia em 1876, que
sob o nome de “hule de Durango”, apareceu pela primeira vez à borracha extraída
do Guayule (Pathenium argentatum A.
Gray), planta da família das Compostas espontâneas em vasta extensão da alti-planice
do México e em alguns pontos do Texas e do Arizona, estados norte-americanos.
Em verdade, sabia-se que os aborígenes, desde épocas
remotas, obtinham do Guayle a matéria prima necessária ao fabrico das bolas de
que usam em certos jogos, mas não se havia prestado a devida atenção a tal
produto. Entretanto, a partir daquele certamem, a indústria extrativa da
borracha de Guayule não cessou posto nos primeiros anos e excitantassem os
sertanejos pelo mesmo fatigante e primitivo processo de mastigação usado pelos
índios, aliás, então adotado também por um grande industrial de Torreon, mas
que não deu resultado compensador, pois um homem precisa de dois dias para
compor uma bola ou pão borracha com o peso médio de um quilograma.
Tendo-se comprovado que esta borracha, embora muito
inferior a produzida pelas Hevea, possui qualidades aplicáveis, entre esta a de
vulcanizar perfeitamente e a de associarem-se com extraordinária facilidade ás
borrachas superiores, alguns norte-americanos importaram, em 1888, uns 45.000kg
do novo produto. Aquele processo de mastigação ficava, porém, tão caro, as despesas
de transporte, em regiões desprovidas de estradas de ferro e até mesmo de quaisquer
outros meios de comunicação, eram tão elevadas, que se reconheceu a
impossibilidade de fazer larga exportação enquanto não fosse descoberto um
processo de extração mais expedito e mais econômico.
O Guayule estava longe, em regiões quase ou absolutamente
desertas e sem água, em altitudes que chegavam a 3mil metros, embora
normalmente oscilassem entre 600 e 1.900metros. A tenacidade e o dinheiro
norte-americano venceram estas enormes dificuldades. Foram organizadas
rapidamente diversas empresas, entre 1915 e 1912, todas dispondo de grandes
capitais. Rapidamente desenvolveu-se um processo de extração rápido baseado na
compressão da planta previamente socada. A extração é rápida e tão econômica
que chega a dois dólares a tonelada, fornecendo uma pasta dura, sem traço de
resina, que em muito se assemelha a do Pará. Há evidente exagero nesta
afirmativa, mas é certo que o produto assim obtido chegou a ser pago cinco dólares
os quatrocentos quilos.
Hoje se reputa ao processo Lawrence como superior a todos
os outros processos mecânicos: é baseado na mastigação dos aborígenes.
Grande parte do território mexicano, exatamente a mais desprovida
de meios de comunicação e a mais agreste, teve vida intensíssima, tal o ardor
com que foram conduzidos os serviços de colheita e secagem da planta.
Uma rápida inspeção deste quadro mostra que mesmo
partindo de 1903-1904, cujos correspondentes algarismos são muito baixos, o
México produziu em 10 anos tanta borracha de Guayule quanto o Brasil produz num
ano, incluindo todas as qualidades.
Bibliografia:
O Guayule - Almanaque Agrícola Brasileiro 1920- M. Pio Correa
O Guayule - Almanaque Agrícola Brasileiro 1920- M. Pio Correa
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