domingo, 13 de novembro de 2011

A fibra têxtil da Guaxima Roxa

Urena Ilobata, L é a mais importante das aramina, tem uma história bastante espetacular. Foi pela primeira vez mencionada por José Henrique Ferreira numa comunicação feita à Real Academia de Ciências de Lisboa em 1789. Logo a seguir foram conhecidos mais detalhes, pois a planta se encontra em quase todos os países tropicais do mundo, sendo bastante comum  na Florida onde é conhecida por “Caesar Weed”. Experiências repetidas feitas na África, Índia e Brasil alentaram os botânicos deste último país a fazer uma intensa propaganda a favor do fabrico de sacos de café deste material resultando disso o estabelecimento de uma fábrica em São Paulo. Durante o primeiro ano de fabrica deu muito bons lucros e a notícia desse sucesso espalhou-se por todo o mundo. O sucesso, porém foi de tal maneira exagerado pela publicidade que chegou a predizer que a fibra iria revolucionar a indústria têxtil.
Não obstante a fabrica produzir 800mil sacos por ano e encontrar compradores começaram a surgir dificuldades que foram aumentando depois de alguns anos de laboração e a fabrica passou a fabricar só sacos de juta.
O fracasso não foi devido á pobre qualidade dos sacos, mas sim, à falta de entendimento entre os agricultores que não se importaram com a preparação das fibras e continuaram a insistir em preços exorbitantes. A aramina, infelizmente tem um grande número de companhias más e estas se encontram freqüentemente misturadas com as fibras genuínas.
A planta é de um tamanho médio atingindo uma altura máxima de 9 pés e no Brasil raras vezes excedendo a 6 pés.
Tem uma grande quantidade de pequenas folhas verdes; da flor duas vezes por ano e uns pequenos frutos em forma do botão que aderem ao vestuário quando este toca pelas plantas.
As flores aparecem em fevereiro e em julho e pouco depois o fruto amadurece. Nesse intervalo as folhas são cortadas e se o corte se demora as folhas tornam-se fracas e sem lustro. O tronco e os ramos são colocados em água quente para amolecer as fibras que depois de alguns dias se colocam em molhos para secar. A classificação delas é feita a maquina. Depois de preparada a fibra cerca de ¼ do seu peso total corresponde a fibras de 8 a 9 pés com maior poder de resistência do que o da juta. Algumas das antigas plantações estão produzindo fibras para cordas e a impressão geral é que a aramina “voltará”.
Bibliografia:
Alamanaque Agrícola Brasileiro 1922 -  J.L.Azon

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