segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Faurcroya gigantea, Vent fibras têxteis do Brasil

A Piteria, Fourcroya gigantea, Vent, da família dos amaryllidaceas, O viajante que tiver ocasião de, penetrar pelos estreitos que conduzem a pitoresca baia de Victoria, notará, ao primeiro relance, montões de verdura de onde saem folhas em todas as direções. Um exame mais detido mostrará que estes montões de folhas estão agarrados em pedras por raízes especiais que as impedem de cair na água. Não se divisa um tronco comum que não existe de fato, sendo a massa de verdura uma coleção de folhas enormes de dez a doze pés de comprimento que saem independentes de uma só raiz.
Faurcroya gigantea
A piteria, prima da famosa Agave das Philipinas, que desfruta a distinção de ser a primeira planta fibrosa cultivada pelos Europeus no Brasil, onde os primeiros colonos portugueses encontram os índios usando as folhas no fabrico de sandálias. No século XVII os holandeses, que tinham ocupado Pernambuco e Ceará, cultivaram esta planta pela primeira vez e obtiveram tão bons resultados no fabrico de tecidos que a introduziram nas usas colônias e daí a levaram à África e a Ásia.
Não é planta indígena do Brasil, mas sim da América Central, ou melhor, das Antilhas.Onde é conhecida pelo nome de cabulla ou cabuya.
É uma planta estranha a Flora Brasileira, porém perfeitamente adaptada. Encontra-se por todo o país, crescendo nos solos de composição química diversa e com magnífico resultado quer nas regiões áridas quer na areia. A sombra é prejudicial a este pária do reino vegetal. Prospera melhor em terrenos áridos e queimados pelo sol tropical. Terrenos incapazes de fazer brotar a menor vegetação podem com tudo abrigar milhares de piterias por acre. Não requer estação especial do ano para a plantação e uma vez plantada não precisa mais nenhum cuidado. Ela cresce por si só.
As plantas necessitam de quatro a seis anos para amadurecer, mas vivem de 12 a 16 anos ao passo que o sisal vive de 10 a 12 anos. Obtêm com tudo melhor fibra se as plantas forem renovadas cinco a seis anos depois da primeira colheita.
As folhas amadurecem duas vezes por ano e devem ser cortadas quando começam a curvar-se. A única vigilância necessária na cultura desta planta é que as folhas devem ser cortadas antes delas amadurecerem, pois logo que adquire esta cor a fibra torna-se quebradiça. Uma planta em geral fornece 40 folhas por ano. Tem de 10 a 12 pés de comprimento e fornece 35 gramas de fibra a cada ano. Não obstante as folhas de o sisal ser duas vezes menor quje as folhas de piteria. Esta não fornece mais fibra por cada milhar de folhas.
As fibras são cortadas a mão, podendo um homem cortar de 2.000 a 2.500 folhas por dia e as máquinas hoje em uso descascam essas folhas em 10hs.
A fibra assim obtida é mais leve que o cânhamo da Índia e mais fina que o hennequen do Yucatan. Se fosse propriamente preparado sem usar água para imersão não haveria dificuldade em competir com a fibra de Mauricia ou manguey de Manila, pois só com dificuldade se poderia distinguir deste ultimo sendo o produto de Mauricia descendente da Piteria levada do Brasil.

Bibliografia:
Almanaque Agrícola Brasileiro 1922, pág 282 e 283

Nenhum comentário:

Postar um comentário