domingo, 20 de novembro de 2011

Sidas e Gravatá

Sidas dordifolia, L. e rhombifolia, L.
Espalhadas pelo Brasil há varias espécies de sidas, porém as mais abundantes são as dordifolia e rhombifolia, são as mais vastamente distribuídas. É um pequeno arbusto que atinge uma altura de 1,1/2 pés e fornece fibra muito superior a juta. A quantidade é infinita; a planta amadurece em quatro meses. Uma vez introduzida nos campos ela afasta toda a outra vegetação e é tão difícil de destruir que os fazendeiros a consideram como praga. Porém, apesar do seu rápido crescimento, rápida expansão, devido ao seu pequeno tamanho e aos ramos torcidos não pode tornar-se uma fibra de valor comercial. Se, porém, esta espécie fosse  plantada e cuidada é quase certo que ela ganharia em tamanho e perderia os torcidos.

Gravatá , (Ananas Sagenaria, Schult)
Da família das Bromeliaceas, Gravatá rede é o arbusto que produz o fruto conhecido pelo nome de ananaz.
É uma planta de aspecto de um octopus  de longas folhas espiraladas sahindo da base rebentos em todas as direções, alguns rentes ao chão, outros saindo do centro e outros ainda levantando-se numa haste que se quebra em ângulo depois de atingir uma altura de 5 pés. É uma planta de aparência doentia e anemica, e as folhas pálidas oferecem um decidido contraste com o verde vivo das vigorosas folhas de piteria que se encontraram em tufos e em pontas com todas as direções, mas quando estas duas plantas se encontram a piteria é invariavelmente exterminada. E assim é com todas as plantas que atravessam o caminho deste vegetal, terrorista, excetuando apenas o seu primo o gravatá de gancho, que é o flagelo dos flagelos.
Gravatá de rede encontra-se em todo o Brasil ao Sul de Pernambuco, onde tem o nome de coratá, e inclui todas as plantas conhecidas nestas varias localidades sob o nome de croá, caraguatá, caruatá, caravatá e gravatá do mato. Difere da piteria, pois que procura a sombra da floresta e raras vezes se encontra nas planícies onde os fortes ventos despedaçam as folhas, quebram as fibras e retardam o crescimento.
No tempo de frutificação as folhas atingem o seu completo crescimento. Tem em geral sete pés de comprimento e por cada planta regulam entre 20 e 30. Estas folhas fornecem fibras finas e lustrosas, maiores e mais fortes que quaisquer outras fibras em uso. A planta requer muito pouca atenção, além de rega, mas para entrar em competência com a juta, só se poderia usar plantas selecionadas, pois as folhas das plantas silvestres são cobertas de uma epiderme que torna a desfibração difícil. No momento presente os nativos do interior, que são avessos a pressa, utilizam esta fibra em fazer linhas de pesca. Não obstante o valor desta planta ela será uma das ultimas a receber a atenção do mundo comercial.

Bibliografia:
Almanak Agricola Brasileiro 1922 - Jos. L. Azon

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