Prancha da Flora Fluminensis |
Nas suas excursões científicas, Frei Velloso foi
acompanhado por Frei Anastácio de Santa Inez, escrevente das definições
herbáceas e por Frei Francisco Solano, o hábil pintor e desenhista das plantas
que Velloso descobriu. São dele desenhos que acompanharam a Flora Fluminense e
cujos originais ainda hoje se guardam no arquivo do Convento de Santo Antônio.
Esta obra gigante foi terminada por volta de 1790, e
dedicada ao seu ilustre patrono, Luiz de Vasconcellos e Souza e Frei Mariano
foi uma das pessoas a apresentar a obra na corte de Lisboa onde provocou a
admiração de todos os professores de História natural. O título exato da obra,
escrita em latim é: Flora Fluminenses Icones fundamentales ad vivum expressos
jussu Illustrissimi AC praestantissimi Domini Aloysii Vasconcellos e Souza.
Este título é fielmente copiado nos onze volumes de estampa da Flora
Fluminense. Mas esta obra, apesar de ser elogiada e citada por todos os sábios,
caiu quase completamente no esquecimento de seus contemporâneos, até que foi
finalmente encontrada na Biblioteca Pública da corte e desenterrada do pó em
1825 pelo então bibliotecário Fr. Antônio de Arrabia, mais tarde bispo de
Anemuria. D. Pedro I, vivamente interessado pelo progresso da ciência, ordenou
que se enviassem os respectivos desenhos a Paris, afim de serem ali
litografados pelos mais hábeis artistas. Assim é que possuímos hoje esta obra
monumental, que se compõe de onze volumes em folhas grandes contendo cerca de
1.700 estampas.
Simultaneamente com a publicação das estampas efetuou-se
á ordem do imperador a impressão do texto da Flora Fluminense na Typografia
Nacion AL no Rio de Janeiro, debaixo de correção de Frei Antônio de Arrabida e
do Dr. João da Silveira Caldeira, então diretor do Museu Nacional infelizmente
este trabalho ficou incompleto. O primeiro volume que se principiou a imprimir,
mas que não foi acabado tem o seguinte título: Flora Fluminensis, seu
descriptionum plantarum efectura Fluminensi. O seguimento desta obra só foi
impresso em 1881 no V volume dos arquivos do Museu Nacional pelo esforço de
Ladislau Netto, então diretor daquele instituto.
Von Martius
elogiou francamente a obra, que também para o leigo em assuntos
científicos é uma leitura bem interessante. Segundo atesta Saldanha da Gama,
Velloso criou 66 gêneros e classificou umas 400 espécies de plantas
pertencentes à Flora Brasileira, muitas das quais ainda hoje figuram nos
registros sistêmicos com o nome que Velloso lhes deu. Assim a obra depois de
totalmente impressa ficou com 40 volumes da célebre Flora Fluminensis.
Bibliografia: Alamanaque Agricola Brasileiro – 1927- Frei
Thomás Borgmeier, O.F.M.
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