sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Flora Brasileira de Von Martius

Von Martius

O Brasil já estava elevado a Reino Unido quando o príncipe D.João VI encarregou o marques de Marialva, ministro de Portugal e do Brasil em Paris, de contratar em Viena o casamento do príncipe D. Pedro, seu filho, com a arquiduquesa da Áustria, Dona Leopoldina, filha do Imperador Francisco I. Aproveitando esse grande acontecimento, quando o Congresso de Viena se reuniu para fazer o tratado do casamento, Frederico  Imperador teve a feliz ideia de enviar ao Brasil a comissão que teve a felicidade de perpetuar o fato do casamento e de abrir novos horizontes científicos para o país.
Varios foram os sábios encarregados de organizar a expedição, a qual se associaria ao rei da Baviera, Maximiliano José, agregou Martius e Spix.
Carlos Frederico Felippe Von Martius, naturalista e viajante bávaro, nasceu em Erlangen em 17 de abril de 1794. Graduou-se em medicina e na medicina escolheu a botânica para ramo de atividade.
A comissão científica desembarcou no Rio de Janeiro a 14 de julho de 1817, iniciando logo seus estudos. Martius trabalhava à custa do governo bávaro, tendo permanecido entre 1817 e 1820 em explorações botânicas pelo nosso país. Organizou enormes coleções de plantas, e apesar de ter absorvido muito de seu tempo com a botânica, pode estudar etnografia e a língua dos índios, deixando importantes trabalhos a esse respeito.
Voltando para a Europa, em 13 de junho de 1820, levava consigo um herbário que, junto a outro geral que possuía, produziu um conjunto de 60.000 espécies, representadas por 300.000 exemplares fora o das palmeiras, cujos tipos estão hoje no Museu de Munique e as duplicatas no Jardim Botânico de Bruxelas.
Mesmo depois de ter voltado a Europa Marius recebia muitas contribuições que daqui lhe mandavam o que sempre enriquecia seu herbário, de cujo estudo resultaram os seorus Genera species palmarum quas in itinere per Brasilia; Nova genera ET species plantarum: Specimen materiae medicae brasiliensis; Icones plantarum cryptogamicarum per Brasiliam colligit; Herbarium Florae Brasiliensis.
Com o precioso material que possuía concebeu Martius o plano da Flora Brasiliensis,  publicação extraordinária que lhe absorveu o resto da existência, e cujo primeiro fascículo saiu a lume em 1840, ainda em vida do sábio, vindo a obra a ser concluída 66 anos depois de seu início e 38 anos depois de sua morte. Martius ao falecer deixou publicado o fascículo nº46. A obra foi continuada por Eichler;

Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1921

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