Von Martius |
O Brasil já estava elevado a Reino Unido quando o príncipe
D.João VI encarregou o marques de Marialva, ministro de Portugal e do Brasil em
Paris, de contratar em Viena o casamento do príncipe D. Pedro, seu filho, com a
arquiduquesa da Áustria, Dona Leopoldina, filha do Imperador Francisco I.
Aproveitando esse grande acontecimento, quando o Congresso de Viena se reuniu
para fazer o tratado do casamento, Frederico Imperador teve a feliz ideia de enviar ao
Brasil a comissão que teve a felicidade de perpetuar o fato do casamento e de
abrir novos horizontes científicos para o país.
Varios foram os sábios encarregados de organizar a
expedição, a qual se associaria ao rei da Baviera, Maximiliano José, agregou
Martius e Spix.
Carlos Frederico Felippe Von Martius, naturalista e
viajante bávaro, nasceu em Erlangen em 17 de abril de 1794. Graduou-se em
medicina e na medicina escolheu a botânica para ramo de atividade.
A comissão científica desembarcou no Rio de Janeiro a 14
de julho de 1817, iniciando logo seus estudos. Martius trabalhava à custa do
governo bávaro, tendo permanecido entre 1817 e 1820 em explorações botânicas pelo
nosso país. Organizou enormes coleções de plantas, e apesar de ter absorvido
muito de seu tempo com a botânica, pode estudar etnografia e a língua dos índios,
deixando importantes trabalhos a esse respeito.
Voltando para a Europa, em 13 de junho de 1820, levava
consigo um herbário que, junto a outro geral que possuía, produziu um conjunto
de 60.000 espécies, representadas por 300.000 exemplares fora o das palmeiras,
cujos tipos estão hoje no Museu de Munique e as duplicatas no Jardim Botânico
de Bruxelas.
Mesmo depois de ter voltado a Europa Marius recebia muitas
contribuições que daqui lhe mandavam o que sempre enriquecia seu herbário, de
cujo estudo resultaram os seorus Genera species palmarum quas in itinere per
Brasilia; Nova genera ET species plantarum: Specimen materiae medicae
brasiliensis; Icones plantarum cryptogamicarum per Brasiliam colligit;
Herbarium Florae Brasiliensis.
Com o precioso material que possuía concebeu Martius o
plano da Flora Brasiliensis, publicação
extraordinária que lhe absorveu o resto da existência, e cujo primeiro
fascículo saiu a lume em 1840, ainda em vida do sábio, vindo a obra a ser concluída
66 anos depois de seu início e 38 anos depois de sua morte. Martius ao falecer
deixou publicado o fascículo nº46. A obra foi continuada por Eichler;
Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1921
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