Aristolochia cymbifera, Mart. |
As raízes de varias Aristolochias
fornecem umirritante muito mais enérgico, e são conhecidas no Brasil sob os
nomes de raízes de mil homens e jarrinha e gozam de frequente uso. Originam-se
da Aristolochia cymbifera , Mart. Aristolochia Trilobata Jasq, pois que
segundo observações recentes efetuadas a forma e extensão da flor variam nestas
plantas singularmente por algumas polegadas.
A raiz é na zona de transição nodosa intumescida e com
protuberância dividida inferiormente em varias ramificações de, às vezes,
alguns pés de comprimento, e se compõe de um córtex esponjoso e grosso, que
externamente é castanho-escuro ou quase preto, internamente esbranquiçado e
mais ou menos vascularizado em acinzentado, e de um lenho amarelado, longitudinalmente
fibroso. Também são empregadas da mesma forma, que a raiz, as partes inferiores
dos ramos, que na maioria das vezes são torcidos longitudinalmente fibrosos e
providos de lenho amargo, que no entanto, é mais delgado.
Ambas as partes tem sabor amargo, nauseabundo, idêntico
ao da arruda e valeriana, e picante por fim. O odor é muito penetrante e mais
ativo que o da valeriana, com o qual poderá ser comparado. A raiz de mil homens
já foi analisada quimicamente em Portugal por Thomé Rodriguez Sobral; os resultados
no entanto são insuficientes, dado o atual estado da química vegetal. O autor
dá como componente um principio aromático sui generis, que é solúvel
especialmente em álcool, provavelmente pode-se encontrar ai , em análises mais
acuradas, um alcaloide; além disto
mucilagem, matéria extrativa, tanino em parte; um principio óleo-resinoso; um
amargo análogo ao da quassia, genciana, etc., cal, álcali, ferro, fibras
lenhosas.
Estas raízes de Aristolochia fazem parte, no Brasil, dos
remédios comuns e caseiros contra mordedura de ofídios. Os “curadores”
frequentemente aplicam o decocto e, externamente compressas, com a raiz
pulverisada ou também com a herva fresca, recentemente contusa. Em geral o uso
continua acarreta vômitos intensos ou evacuações abundantes para visível alívio
do doente. Certa vez tive ocasião de vê-la alternadamente, ser dada, em vinho,
com o chifre pulverizado que o pássaro Inhuma, tem na testa, e foi com sucesso.
Gomes cita particularmente também o uso contra feridas de mai caráter, das
pernas, contra queimaduras e febres intermitentes. Quero crer que ela no tifo e
na febre adinamica, mereceria a preferência em relação à valeriana e
serpentaria, ou pelo menos deveria ser igualada a estas drogas excelentes. A
dose é um escropulo do pó, 6-8 vezes; em infuso meia onça para 8 de veículo
diariamente.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal, 1936 – Sobre Algumas Drogas Brasileiras, segundo
Von Martius, Traduzido por Oswaldo Riedel
Nenhum comentário:
Postar um comentário