Menos
divulgado, porém, mais completo quanto às informações sobre plantas medicinais
do Nordeste, é o livro do profº Dias da Rocha, Formulário Terapêutico de
Plantas Medicinais Cearense, Silvestre e Cultivadas, uma reedição ampliada da
sua Botânica Medicina Cearenses, escrita em 1919. Esta obra lista 429 espécies
usadas popularmente ou receitadas por fitoterapeutas locais, incluindo plantas
nativas e exóticas cultivadas.
O livro,
editado de forma muito simples e perecível, é encontrado hoje apenas entre
colecionadores. No gênero, é o único que apresenta em seus verbetes, as
propriedades terapêuticas e a forma de usar com a respectiva posologia de cada
planta, discriminando ainda, em cada caso, o nome vulgar, o nome científico, o
princípio ativo (quando conhecido) e a parte empregada.
Algumas
plantas, também cultivadas no Ceará, para fins medicinais, entretanto, apesar
de muito usadas, não foram referidas no livro de Dias da Rocha. Podem ser
citadas, entre eles, Coleus amboinicus
Lour. (malvarico), Coleus barbatus,
Benth (malva-santa) ou boldo nacional; Anethum
graveolens, L.(endro), Foeniculum
vulgare L.(funcho ou Falsa erva doce), Lippia
geminata e L. Alba (cidreira da
terra), Pelargonium odorantissimum
(malva rosa), Mentha pullegium J.
(poejo) Sambucus racemosa L.
(sabugueiro) e Pfaffia glomerata
Spreng (acônito), fequentemente registrada nos levantamentos etnofarmacológicos
feitos na região.
Com o
objetivo de divulgar melhor a vida e a obra deste que foi o grande naturalista
e fitoterapeuta cearense, seu livro foi revisto e adaptado sob a forma de uma
nova publicação editada em 1987 pela Escola Superior de Agronomia de Mossoró
(Editora Mossoroense), sob o título “O Formulário Fitoterápico do Profº Dias da
Rocha” que incluiu também sua biografia,
Em sua maior
parte, os nome científicos das plantas foram mantidos conforme estão no
original, especialmente, quando não foi possível, através das informações
registradas, identificar a espécie referida originalmente. Muitos dos binômios
científicos foram, no entanto, substituídos após a identificação botânica da
planta no Herbário “Prísco Bezerra” da Universidade Federal do Ceará e nas coletas
de campo. O número total de verbetes ficou reduzido para 424, sendo 360
referentes às plantas silvestres e 64 às plantas cultivadas.
Mais
recentemente, em 1959, Adolfo Ducke (1857-1959) divulgou, em seu último
trabalho o resultado de seus “estudos botânicos no Ceará”, com informação sobre
631 espécimes, incluindo, porém, poucos informes sobre plantas medicinais.
Várias outras obras referentes à flora e a
vegetação do Ceará citadas por Braga, na introdução do seu livro sobre plantas
do Nordeste, embora tenham traçado as linhas mestras da florística cearense,
não incluem de modo especial informações sobre plantas medicinais.
CONTINUA
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia, 72(1): 21-24, 1991 – F.J. de Abreu
Matos-Supervisor do Horto de Plantas Medicinais. Universidade Federal do Ceará
– Campus do Pici 60.750 – Fortaleza Ceará
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