segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Botânica Medicina Cearense

Menos divulgado, porém, mais completo quanto às informações sobre plantas medicinais do Nordeste, é o livro do profº Dias da Rocha, Formulário Terapêutico de Plantas Medicinais Cearense, Silvestre e Cultivadas, uma reedição ampliada da sua Botânica Medicina Cearenses, escrita em 1919. Esta obra lista 429 espécies usadas popularmente ou receitadas por fitoterapeutas locais, incluindo plantas nativas e exóticas cultivadas.
O livro, editado de forma muito simples e perecível, é encontrado hoje apenas entre colecionadores. No gênero, é o único que apresenta em seus verbetes, as propriedades terapêuticas e a forma de usar com a respectiva posologia de cada planta, discriminando ainda, em cada caso, o nome vulgar, o nome científico, o princípio ativo (quando conhecido) e a parte empregada.
Algumas plantas, também cultivadas no Ceará, para fins medicinais, entretanto, apesar de muito usadas, não foram referidas no livro de Dias da Rocha. Podem ser citadas, entre eles, Coleus amboinicus Lour. (malvarico), Coleus barbatus, Benth (malva-santa) ou boldo nacional; Anethum graveolens, L.(endro), Foeniculum vulgare L.(funcho ou Falsa erva doce), Lippia geminata e L. Alba (cidreira da terra), Pelargonium odorantissimum (malva rosa), Mentha pullegium J. (poejo) Sambucus racemosa L. (sabugueiro) e Pfaffia glomerata Spreng (acônito), fequentemente registrada nos levantamentos etnofarmacológicos feitos na região.
Com o objetivo de divulgar melhor a vida e a obra deste que foi o grande naturalista e fitoterapeuta cearense, seu livro foi revisto e adaptado sob a forma de uma nova publicação editada em 1987 pela Escola Superior de Agronomia de Mossoró (Editora Mossoroense), sob o título “O Formulário Fitoterápico do Profº Dias da Rocha” que incluiu também sua biografia,
Em sua maior parte, os nome científicos das plantas foram mantidos conforme estão no original, especialmente, quando não foi possível, através das informações registradas, identificar a espécie referida originalmente. Muitos dos binômios científicos foram, no entanto, substituídos após a identificação botânica da planta no Herbário “Prísco Bezerra” da Universidade Federal do Ceará e nas coletas de campo. O número total de verbetes ficou reduzido para 424, sendo 360 referentes às plantas silvestres e 64 às plantas cultivadas.
Mais recentemente, em 1959, Adolfo Ducke (1857-1959) divulgou, em seu último trabalho o resultado de seus “estudos botânicos no Ceará”, com informação sobre 631 espécimes, incluindo, porém, poucos informes sobre plantas medicinais.
 Várias outras obras referentes à flora e a vegetação do Ceará citadas por Braga, na introdução do seu livro sobre plantas do Nordeste, embora tenham traçado as linhas mestras da florística cearense, não incluem de modo especial informações sobre plantas medicinais.
CONTINUA

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia, 72(1): 21-24, 1991 – F.J. de Abreu Matos-Supervisor do Horto de Plantas Medicinais. Universidade Federal do Ceará – Campus do Pici 60.750 – Fortaleza Ceará 

Nenhum comentário:

Postar um comentário