terça-feira, 25 de março de 2014

Plantas Medicinais Brasileiras e Exóticas cultivadas

A cultura de plantas medicinais exóticas em nosso país é uma coisa viável, já está mais que provado; quer pelas culturas experimentais feitas pelo nosso colega Julio Eduardo da Silva Araujo, em Terezopolis; quer pelas culturas de digital, feitas em estado do sul, culturas estas que já estão em franca exploração.
O estado de São Paulo já cogita de uma maneira concludente o cultivo de plantas medicinais.
É interessante salientar o que diz Adolfo Ducke em um dos seus “Relatórios,...junto a confluência do riacho Tocandeira afamado pelos grandes castanhais e pelas águas, que no verão reduzidas a poças, ficam purgativas, carregadas de sulfato de sódio e magnésio”; muito interessante para um país que importa água e sais purgativos.
Outra afirmativa deste eminente botânico, conhecedor profundo da região amazônica; “Creio poder afirmar que não haja no mundo região mais rica em frutos oleaginosos do que o estuário amazônico”.
Sempre importante lembrar o efeito adverso que oferece a planta toda e as suas partes constitutivas; haja visto o que acontece com a “pedra-hume-caá” (Myrcia sphaerocarpa) ótimo remédio para o diabete.
Do tabaco (Nicotiana tabacum) se extraí, entre outros alcaloides a nicotina, outrora preconizada por via oral, no tratamento do tétano, diarreias crônicas, e H. Moll preconizou no tratamento do parkisionismo post-encefálico; em uso externo, sob a forma de pomada contra eczema, herpes etc.
A solanina, existente no germe da batata: (solanum tuberosum) é utilizada, às vezes, em terapêutica, como analgésico, nas gastralgias, nevralgias; como sedativo nervoso contra pruridos, coceiras, etc.
A espirradeira (Nerium oleander) contem uma glicoside que se mostrou cardiotonica eficaz na debilidade do miocárdio; está entre a estrofantina e a digital; oferecendo menor risco de acumulação do que a digital.
O azeite de patuá (Oenocarpus patuá), frequente no Aramá como no Anajaz, é exportado em quantidade como sucedâneo de azeite de oliva.
Oenocarpus patuá.
Juan Domingues fez estudos interessantes sobre a (Bixa orelhana) sobre experiências feitas sobre a cura da lepra; bem como a ação protetora que oferece o urucu, quando passado no corpo, aos raios químicos da luz solar, como também detem a passagem dos raios ultra violetas.
É de Juan Domingues também o estudo sobre o tratamento do impaludismo, “onde a ação dos alcaloides químicos se somam a da aspidodpermicina e aspidosperma-saponina da Aspidosperma e da beberina e outros alcaloides da berberis, sendo que estes tem ação eletiva sobre o sistema retículo-endotelial que lhe confere um valor curativo até agora não alcançado quanto a sua eficácia pelo uso exclusivo da quinina”.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – setembro de 1942 pág 519 a 525 – Jayme P. Gomes da Cruz.

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