A cultura de
plantas medicinais exóticas em nosso país é uma coisa viável, já está mais que
provado; quer pelas culturas experimentais feitas pelo nosso colega Julio
Eduardo da Silva Araujo, em Terezopolis; quer pelas culturas de digital, feitas
em estado do sul, culturas estas que já estão em franca exploração.
O estado de
São Paulo já cogita de uma maneira concludente o cultivo de plantas medicinais.
É
interessante salientar o que diz Adolfo Ducke em um dos seus “Relatórios,...junto
a confluência do riacho Tocandeira afamado pelos grandes castanhais e pelas
águas, que no verão reduzidas a poças, ficam purgativas, carregadas de sulfato
de sódio e magnésio”; muito interessante para um país que importa água e sais
purgativos.
Outra
afirmativa deste eminente botânico, conhecedor profundo da região amazônica; “Creio
poder afirmar que não haja no mundo região mais rica em frutos oleaginosos do
que o estuário amazônico”.
Sempre
importante lembrar o efeito adverso que oferece a planta toda e as suas partes
constitutivas; haja visto o que acontece com a “pedra-hume-caá” (Myrcia sphaerocarpa) ótimo remédio para
o diabete.
Do tabaco (Nicotiana tabacum) se extraí, entre
outros alcaloides a nicotina, outrora preconizada por via oral, no tratamento
do tétano, diarreias crônicas, e H. Moll preconizou no tratamento do
parkisionismo post-encefálico; em uso externo, sob a forma de pomada contra
eczema, herpes etc.
A solanina, existente
no germe da batata: (solanum tuberosum)
é utilizada, às vezes, em terapêutica, como analgésico, nas gastralgias,
nevralgias; como sedativo nervoso contra pruridos, coceiras, etc.
A
espirradeira (Nerium oleander) contem
uma glicoside que se mostrou cardiotonica eficaz na debilidade do miocárdio;
está entre a estrofantina e a digital; oferecendo menor risco de acumulação do
que a digital.
O azeite de patuá
(Oenocarpus patuá), frequente no
Aramá como no Anajaz, é exportado em quantidade como sucedâneo de azeite de
oliva.
Oenocarpus patuá. |
Juan
Domingues fez estudos interessantes sobre a (Bixa orelhana) sobre experiências feitas sobre a cura da lepra; bem
como a ação protetora que oferece o urucu, quando passado no corpo, aos raios
químicos da luz solar, como também detem a passagem dos raios ultra violetas.
É de Juan
Domingues também o estudo sobre o tratamento do impaludismo, “onde a ação dos alcaloides
químicos se somam a da aspidodpermicina e aspidosperma-saponina da Aspidosperma e da beberina e outros alcaloides
da berberis, sendo que estes tem ação eletiva sobre o sistema
retículo-endotelial que lhe confere um valor curativo até agora não alcançado
quanto a sua eficácia pelo uso exclusivo da quinina”.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia – setembro de 1942 pág 519 a 525 – Jayme P.
Gomes da Cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário