segunda-feira, 3 de março de 2014

As Cascas Adstringentes Brasileiras

As “Cascas Adstringentes” figuram muito em escritos fitoterápicos do passado gozando de grande louvor. Sobre elas estrangeiros e nacionais depositaram confiança terapêutica. Era constituída de cascas de vários vegetais nacionais de propriedades adstringentes. Martins de depois Gustavo Peckolt entenderam que tomavam parte na constituição dessas “cascas” os vegetais nacionais seguintes: Angico (Acacia angico, Martius; Piptadenia colubrina, Brent e variedades); Avaromotema ( Mimosa vaga, Vell; Pithecolobium avaremoteno, Martius); Barbatimão (Stryphnodendron barbatimão, Martius) e Jurema (Mimosa verrucosa, Benth; Acacia jurema, Martius)
Angico
Langgaard tratando das cascas desses vegetais, acrescentava os brincos de Sahui ou Saguin, chamando o vegetal de Pithecolobium avoremotemo, Martius, dando como anotação em seu primeiro volume de “Medicina Doméstica e Popular”: “As cascas de todas as árvores contem tanino em abundância, e a chamada brincos de Sahiu produz uma espécie de goma arábica”.
As cascas adstringentes foram conhecidas como “córtex adstringente brasiliensis”. Em verdade, todas possuem boa quantidade de tanino e são provenientes de plantas nacionais.
O Angico, na Farmacopéia Brasileira, está oficializado como Piptadenia colubrina. Benth e variedade, e as suas cascas possuem, de 25-30% de tanino. Existem várias outras plantas com o nome popular de Angico.
O Barbatimão, Stryphnodendron Barbatimão, M. , é árvore  encontrada em vários Estados, notadamente Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo.
As suas cascas apresentam teor, mais ou menos idêntico, de tanino, encontrado no vegetal anterior.
O Avaremoteno, denominado científicamente de Mimosa vaga, Vell apresenta a seguinte sinomia: Pthecolobium avaremoteno, M. Inga nandinaefolia D.C.; Mimosa cochiacarpa, Gomes, é uma árvore de casca rugosa rica em tanino. Gustavo Peckolt publicou que as vagens também taníferas, sejam “talvez ainda mais valoisa” do que as cascas.
A Jurema, Mimosa verrucosa, Benth, Acacia jurema, M. é um arbusto encontrado em todo Brasil, principalmente no Norte. As sementes passam por venenosas, e as raízes são tidas como contra veneno (Dr. Capanema). Suas cascas possuem , em média 26% de tanino.
Constituem uma droga de teor alto de tanino, correndo seu aproveitamento, em mor parte, justamente, devido a esta substância química.
Schimmelbusch introduziu-as  na Europa, ficando conhecidas como “árvore da virgindade”, devido às propriedades adstringentes serem aproveitadas, no infuso e decocto, para lavagens e irritações da agrado das mulheres de vida fácil.
Meismer, em hemorragias uterinas durante a prenhez, indicava:
Água.....................................240ml
Xarope de canela.................   30ml
Cozimento de cascas adstringentes.....................30ml
Tomar 1 colher das de sopa de 2 em 2 horas.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia, setembro de 1947 – Evaldo de Oliveira – Profº da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro.

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