As “Cascas
Adstringentes” figuram muito em escritos fitoterápicos do passado gozando de
grande louvor. Sobre elas estrangeiros e nacionais depositaram confiança
terapêutica. Era constituída de cascas de vários vegetais nacionais de
propriedades adstringentes. Martins de depois Gustavo Peckolt entenderam que
tomavam parte na constituição dessas “cascas” os vegetais nacionais seguintes:
Angico (Acacia angico, Martius; Piptadenia colubrina, Brent e variedades);
Avaromotema ( Mimosa vaga, Vell; Pithecolobium avaremoteno, Martius);
Barbatimão (Stryphnodendron barbatimão, Martius) e Jurema (Mimosa verrucosa,
Benth; Acacia jurema, Martius)
Angico |
Langgaard
tratando das cascas desses vegetais, acrescentava os brincos de Sahui ou
Saguin, chamando o vegetal de Pithecolobium avoremotemo, Martius, dando como
anotação em seu primeiro volume de “Medicina Doméstica e Popular”: “As cascas
de todas as árvores contem tanino em abundância, e a chamada brincos de Sahiu
produz uma espécie de goma arábica”.
As cascas
adstringentes foram conhecidas como “córtex adstringente brasiliensis”. Em
verdade, todas possuem boa quantidade de tanino e são provenientes de plantas
nacionais.
O Angico, na
Farmacopéia Brasileira, está oficializado como Piptadenia colubrina. Benth e
variedade, e as suas cascas possuem, de 25-30% de tanino. Existem várias outras
plantas com o nome popular de Angico.
O Barbatimão,
Stryphnodendron Barbatimão, M. , é árvore encontrada em vários Estados, notadamente
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo.
As suas
cascas apresentam teor, mais ou menos idêntico, de tanino, encontrado no vegetal
anterior.
O
Avaremoteno, denominado científicamente de Mimosa vaga, Vell apresenta a
seguinte sinomia: Pthecolobium avaremoteno, M. Inga nandinaefolia D.C.; Mimosa
cochiacarpa, Gomes, é uma árvore de casca rugosa rica em tanino. Gustavo
Peckolt publicou que as vagens também taníferas, sejam “talvez ainda mais
valoisa” do que as cascas.
A Jurema,
Mimosa verrucosa, Benth, Acacia jurema, M. é um arbusto encontrado em todo
Brasil, principalmente no Norte. As sementes passam por venenosas, e as raízes
são tidas como contra veneno (Dr. Capanema). Suas cascas possuem , em média 26%
de tanino.
Constituem
uma droga de teor alto de tanino, correndo seu aproveitamento, em mor parte,
justamente, devido a esta substância química.
Schimmelbusch
introduziu-as na Europa, ficando
conhecidas como “árvore da virgindade”, devido às propriedades adstringentes
serem aproveitadas, no infuso e decocto, para lavagens e irritações da agrado
das mulheres de vida fácil.
Meismer, em
hemorragias uterinas durante a prenhez, indicava:
Água.....................................240ml
Xarope de
canela................. 30ml
Cozimento de
cascas adstringentes.....................30ml
Tomar 1
colher das de sopa de 2 em 2 horas.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia, setembro de 1947 – Evaldo de Oliveira – Profº
da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro.
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