quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Medicina Tradicional dos povos deve ser prestigiada para que a saúde chegue para todos

Com o advento da Conferência Internacional Sobre Cuidados Primários da Saúde realizada em Alma-Ata em 1978, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu importantes diretrizes para atingir o objetivo de estender a cobertura de saúde no ano 2000 a todos os povos da terra. Para isto, considerou-se de extrema necessidade que os Serviços de Saúde nos países de terceiro mundo prestigiassem a chamada medicina tradicional em todos os seus segmentos. Hoje, na União Soviética, a Seção Siberiana da Academia de Ciências criou um departamento especial para testar em Laboratório Experimental, os compostos biologicamente ativos da farmacopeia tibetana. Na Índia, a medicina
Vitex negundo Var. Cannabifolia
“Ayurvédica”, terapêutica tradicional a base de plantas cuidadosamente selecionadas mediante uma teoria bastante elaborada, que selecione as plantas pelo sabor e propriedades térmicas, está em pleno processo de renascimento; interessante é que os curandeiros “ayuvédicos” levam em consideração a totalidade da mente e do corpo, não fragmentados em peças estanques e independentes, adiantaram-se assim em alguns milênios, pelo menos nesta parte, em relação a medicina ocidental só recentemente psicosomatizada, na visualização dpo homem como um todo. Na África, o estudo dos extratos de plantas medicinais é o campo de pesquisa preferido dos especialistas africanos em química orgânica. No México, o instituto Mexicano de Plantas Medicinais, o IMEPLAM, realiza trabalho de grande alcance social, procurando recolher, testar e desenvolver a população convenientemente estudada as espécies utilizadas na medicina tradicional.

Não podemos deixar de destacar o trabalho impar da China, que nos últimos 30 anos busca reunir, para uma melhor condição de saúde do seu povo os sistema tradicionais e ocidental, buscando “peneirar” em ambos, os prós e os contras que possuem, os serviços de saúde pública chineses estão hoje atendendo grande parte da população com fórmulas milenares desenvolvendo pesquisas aprofundadas para produzir-se mais medicamentos a base de plantas medicinais, estando hoje catalogadas mais de 5 mil ervas medicinais, direcionando-se a pesquisa tanto para o combate às doenças agudas como crônicas. Exemplos interessantes ilustrativo dessa preocupação são a malária e a bronquite crônica; a primeira está sendo combatida por uma substância extraída do absinto, planta que antigos registros chineses apontavam como já utilizada no combate a esta endemia há mais de mil anos. O novo medicamento o – Ching Hao Su- tem a sua estrutura química cristalina totalmente diferente da dos medicamentos contra a malária, propiciando uma reescalada na pesquisa fármaco-química de possíveis substâncias eficazes contra esta endemia, fonte de preocupação constante dos serviços de saúde de boa parte do mundo.
Quanto a bronquite-crônica, que atinge três a cinco por cento das populações de certas regiões do norte da China, o governo chinês enviou diversas expedições médicas que coletaram milhares de informações e reuniram cem medicamentos eficazes, entre eles uma planta chamada “muching”, que com outras nove vem sendo introduzida em todo o país. Segundo relatórios clínicos dos últimos anos, o “muching” (Vitex negundo Var. Cannabifolia) mostrou-se extremamente eficaz no tratamento de 60 por cento dos dois mil pacientes com bronquite crônica testados. Os testes em laboratório provam que o catarro é eliminado por esta erva, que estimula as reações do organismo, ativa as funções adrenocorticais e possui propriedades antialérgicas e sedativas. Outro exemplo é o da erva medicinal chinesa Salvia Miltiorrhiza que está sendo utilizada no tratamento de doenças das coronárias. Este medicamento já era conhecido na Antiguidade chinesa, por sua eficácia na ativação da circulação sanguínea. Tal erva foi então transformada em soluções injetáveis para o tratamento da angina pectoris, e se mostrou eficaz em 87% dos casos. 

Bibliografia: Anais do Congresso Nacional sobre Essências Nativas – Edison S. Neves- setembro de 1982

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