domingo, 28 de setembro de 2014

Plantas Medicinais da Antiguidade aos tempos Modernos

A utilização de plantas medicinais na saúde pública confunde-se com o próprio alvorecer da civilização, revestindo-se de extremo interesse para a real compreensão da situação atual o acompanhamento dos passos que foram dados rumo a terapêutica hoje utilizada oficialmente.
Sumêrios
Os sumérios utilizavam receitas com base em ervas, receitas estas que se encontram escritas em uma tabuinha sumeriana do terceiro milênio antes da nossa era, conhecida como o mais antigo tratado de medicina do mundo. Os egípcios já conheciam os sedativos, e um tartado de medicina feito em Tebas por volta de 1600 a.C , traz um inventário de setecentas plantas de uso medicinal.
Os chineses há 5000 anos já utilizavam a Ephedra, planta de onde extrai-se atualmente a efedrina utilizada no tratamento da asma e bronquite, os gregos com Hipócrates, Galeno e Teofrasto, os romanos com Dioscórides, os árabes com Avicenão dão às plantas medicinais uma dignidade própria e reconhecem a sua eficácia fora das práticas religiosas ou mágicas. Com o advento da Idade Média e pelo obscurantismo reinante, a fitoterapia é substituída por uma série de fórmulas obscuras como a teriaga, mistura de 50 substâncias das mais esdruxulas e asquerosas, assim como também os sangrias, que valem comentários jocoso de historiador de época, comentando que mais se derramou sangue em Paris durante um ano do que em todas as guerras.
Egipcios
A descoberta das Américas, entretanto, com a introdução de diversos medicamentos a base vegetal, destacando-se dentre todos a Quina (Chinchona officinalis), faz ressurgir o interesse pelo reino vegetal como fonte terapêutica, ocupando importante papel para este renascimento a matéria médica utilizada pelos brasis, detalhado no livro “De Medicina Brasiliensis” escrito por Guilherme Piso, médico naturalista, que aqui veio na expedição organizada por Mauricio de Nassau quando da invasão holandesa.
Com a evolução da química, a partir do século XIX, a forma de utilização das plantas medicinais modifica-se; do uso terapêutico das plantas ou de seus preparados, passa-se a utilizar as moléculas ativas contidas nelas, chegando-se a reproduzir artificialmente a substância ativa isolada, relegando-se em consequência ao esquecimento as plantas por não serem mais necessárias a fabricação das substâncias que a contêm. A química inspira-se na estrutura dessas substâncias naturais para sintetizar outras estruturas parecidas, e a partir de testes em animais produzir cada vez mais séries de medicamentos sintéticos. É revolução da química como consequente ufanismo de adquirir-se o controle total de todas as entidades nosológicas conhecidas. Com o transcurso dos anos porém, constata-se que não só a excessiva quimioterapia atual encontra-se utilizada como elemento de exploração e consequente dependências econômica, como , e também, dado o seu “quantum” de agressividade apresenta-se como possível fator de geração da espécie humana, já que, grande parte dos medicamentos modernos bloqueiam os mecanismo imunitários. É interessante, para ilustrar este raciocínio citar a referência feita pelo prêmio Nobel de Medicina da relação direta entre a incidência cada vez menor de doenças infectocontagiosa em países industrializados, e a cada vez maior incidência de doenças degenerativas como o Câncer, propiciando o retorno como ponto importantíssimo para a compreensão da etiologia do fenômeno mórbidos de nosso tempo, a relação já conhecida a séculos, do efeito tampão que as doenças exercem nas crônicas.


Bibliografia: Anais do Congresso Nacional sobre Essencias Nativas – Edison S. Neves- setembro de 1982

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