A utilização
de plantas medicinais na saúde pública confunde-se com o próprio alvorecer da
civilização, revestindo-se de extremo interesse para a real compreensão da
situação atual o acompanhamento dos passos que foram dados rumo a terapêutica
hoje utilizada oficialmente.
Sumêrios |
Os sumérios utilizavam
receitas com base em ervas, receitas estas que se encontram escritas em uma
tabuinha sumeriana do terceiro milênio antes da nossa era, conhecida como o
mais antigo tratado de medicina do mundo. Os egípcios já conheciam os
sedativos, e um tartado de medicina feito em Tebas por volta de 1600 a.C , traz
um inventário de setecentas plantas de uso medicinal.
Os chineses
há 5000 anos já utilizavam a Ephedra, planta de onde extrai-se atualmente a
efedrina utilizada no tratamento da asma e bronquite, os gregos com Hipócrates,
Galeno e Teofrasto, os romanos com Dioscórides, os árabes com Avicenão dão às
plantas medicinais uma dignidade própria e reconhecem a sua eficácia fora das
práticas religiosas ou mágicas. Com o advento da Idade Média e pelo
obscurantismo reinante, a fitoterapia é substituída por uma série de fórmulas
obscuras como a teriaga, mistura de 50 substâncias das mais esdruxulas e
asquerosas, assim como também os sangrias, que valem comentários jocoso de
historiador de época, comentando que mais se derramou sangue em Paris durante
um ano do que em todas as guerras.
Egipcios |
A descoberta
das Américas, entretanto, com a introdução de diversos medicamentos a base
vegetal, destacando-se dentre todos a Quina (Chinchona officinalis), faz ressurgir o interesse pelo reino
vegetal como fonte terapêutica, ocupando importante papel para este
renascimento a matéria médica utilizada pelos brasis, detalhado no livro “De
Medicina Brasiliensis” escrito por Guilherme Piso, médico naturalista, que aqui
veio na expedição organizada por Mauricio de Nassau quando da invasão
holandesa.
Com a
evolução da química, a partir do século XIX, a forma de utilização das plantas
medicinais modifica-se; do uso terapêutico das plantas ou de seus preparados,
passa-se a utilizar as moléculas ativas contidas nelas, chegando-se a
reproduzir artificialmente a substância ativa isolada, relegando-se em
consequência ao esquecimento as plantas por não serem mais necessárias a
fabricação das substâncias que a contêm. A química inspira-se na estrutura
dessas substâncias naturais para sintetizar outras estruturas parecidas, e a
partir de testes em animais produzir cada vez mais séries de medicamentos
sintéticos. É revolução da química como consequente ufanismo de adquirir-se o
controle total de todas as entidades nosológicas conhecidas. Com o transcurso
dos anos porém, constata-se que não só a excessiva quimioterapia atual
encontra-se utilizada como elemento de exploração e consequente dependências
econômica, como , e também, dado o seu “quantum” de agressividade apresenta-se
como possível fator de geração da espécie humana, já que, grande parte dos
medicamentos modernos bloqueiam os mecanismo imunitários. É interessante, para
ilustrar este raciocínio citar a referência feita pelo prêmio Nobel de Medicina
da relação direta entre a incidência cada vez menor de doenças infectocontagiosa
em países industrializados, e a cada vez maior incidência de doenças
degenerativas como o Câncer, propiciando o retorno como ponto importantíssimo para
a compreensão da etiologia do fenômeno mórbidos de nosso tempo, a relação já
conhecida a séculos, do efeito tampão que as doenças exercem nas crônicas.
Bibliografia:
Anais do Congresso Nacional sobre Essencias Nativas – Edison S. Neves- setembro
de 1982
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