O Yagê, conhecido também vulgarmente pelos nomes de Caapi
e Ayahuasca, é uma liana pertencente a família das Malpighiaceas e geralmente
admitida como sendo Banisteria Caapi
e de Spruce. Existem outras espécies também fornecedoras do Yagê ou Caapi. É
também admitida a espécie Banisteria
quitensis, Nied. E Ducke, recentemente do Amazonas, onde se acha, em
comunicação epistolar ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro acaba de revelar
mais uma espécie fornecedora da droga.
J. Geraldo Kuhlmann, em 1924, colheu em Bazilia (Acre)
material de uma Banisteria, usada naquela região como Yagê, cujo espécime se
encontra no erbário do Jardim Botânico, mas que pelo fato de não apresentar
flores nem frutos, são pode ter sua espécie determinada.
A família das Malpighiaceas, que forma um grupo muito
natural representa também uma escala de transição entre as Geraniales e
Sapindales.
O Brasil é o centro de dispersão desta família quase que
exclusivamente tropical pois que, das oitocentas espécies mais ou menos que ela
encerra distrbuidas por 56 generos, pertencem a nossa flora mais da metade. As
demais espécies, se distribuem pela zona tropical, principalmente por países limítrofes
do Brasil, alcançando ao norte, a América Central, o México e os Estados Unidos
e ao sul, até a república Argentina.
A África conta com pouco mais de uma dezena, sendo muito
raras nas ilhas da Oceania.
A Europa não possui exemplares desta família.
É do gênero Banisteria, um dos 27 brasileiros, segundo
Löfgren que se encontea o vegetal de que nos estamos ocupando.
O primeiro botânico que estudou o Yagê, foi o explorador
inglês Spruce, que colhendo material completo desta planta em 1853, na
fronteira nordeste do Brasil na região Uaupês, enviou exemplares a diversos
erbarios europeus. Este ilustrew viajante, não fez entretanto a descrição da
planta em apreço, cuja diagnose devemos a Griseback autor da monografia das
Malpighiaceas da flora brasileira de Matius que tendo a sua disposição um dos
exemplares do erbario de Spruce, fez pela primeira vez uma descrição completa
da Banisteria Caapi.
A distribuição geográfica da planta acontece no estado do
Amazonas na região Panurê no rio Uaupês. Apesar do habitat natural desta espécie
se achar no alto Amazonas, nas regiões fronteiriças das Republicas do Peru,
Colombia e Venezuela, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro possui alguns
exemplares perfeitamente aclimatados introduzidos em 1930, A. Ducke, a quem
devemos também o material perfeitamente autenticado trazido do Amazonas e que
serviu de parte para nossos estudos.
A planta cultivada no Jardim Botânico forneceu-nos
material fresco, perfeitamente idêntico ao primeiro, não somente pelos
caracteres botânicos como também pelos químicos e histológicos.
Bibliografia:
Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos- setembro de 1936 – Oswaldo de
A Costa e Luiz Faria – Laboratório Bromatológico.
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