Sem pretender obedecer ao rigor de uma definição
científica, mas apenas mostrando um pouco da história deste estudo falaremos
aqui de farmacognosia como um conjunto de substâncias fisiologicamente ativas
reunidas pelo farmacêutico sob forma estabelecida e que administrado ao doente
pode curá-lo ou, pelo menos, minorar-lhe o sofrimento.
Estas substâncias ativas, naturais e produzidas pelas
indústrias químicas e biológicas, designam-se por substâncias ou drogas
medicinais e também por fármacos.
Antiguidade os médicos preparavam os medicamentos para os
seus doentes; chegaram até nós os nomes de alguns, mas destaca-se só o de
Dioscórides, eminente médico do sec. I da era cristã, autor de uma obra notável
“de Matéria Médica” muito comentada e guia de ensaio até a época do
Renascimento. Nela se referem também numerosas drogas provenientes exclusivamente,
como até há pouco, dos três reinos da Natureza.
Esta expressão, Matéria Médica, hoje consagrada,
utiliza-se algumas vezes como sinônimo de Farmacologia, a ciência dos
medicamentos e da sua ação sobre o organismo sadio ou doente; geralmente, porém
, designa só um dos seus capítulos, aquele que estuda todos os fármacos -
qualquer que seja a sua origem, vegetal, animal, biológica ou química – quanto
farmacologia, continuando o médico a estudar a atividade. – quanto à sua
proveniência, característica e propriedades.
O desenvolvimento de novos ramos das ciências médicas determinou,
também, a cisão da farmacologia, continuando o médico a estudar a atividade
fisiológica de todas as substâncias medicamentosas sobre o organismo humano,
nos diversos aspectos que interessam à Medicina, incluindo a forma de
administração vias de eliminação, doses, etc. O emprego destas substâncias na
prevenção e tratamento das doenças constitui o objetivo da Farmacoterapia.
Com o progresso registrado no estudo das substâncias
naturais utilizadas na preparação de medicamentos – nos seus diversos aspectos
relacionados com a origem, identificação, conservação e análise pelos métodos
mais adequados – houve necessidade de denominar esta nova ciência, já autónoma,
de uma forma conveniente.
No começo do século XIX, Guibourt, ilustre professor da
antiga Escola de Farmácia da Universidade de Paris, publicou uma obra muito
apreciada no seu tempo, o título: “História Natural das Drogas Simples”, e que
serviu para designar uma disciplina do curso de Farmácia.
Na mesma época empregou-se, pela primeira vez, o termo
Farmacognosia, rapidamente generalizado, derivado de Pharmakon, com o
significado de substância medicinal e de Gnosis, conhecimento, com a terminação
ia, que determina a acentuação grave.
Bibliografia: Ismael Astrada,
Apuntes de Farmacognosia , 1927
San
Martin Casamada Elemtnos de Farmacognosia Generale, Barcelona, 1949;
Farmacognosia descritiva, Baarcelona, 1957; Farmacognosia com Farmacodinamia,
Barcelona 1957.
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