No passado ao longo de estradas de ferro e de rodagem de
nosso país, o viajante viam, em numerosos trechos, as viçosas touceiras de uma gramínea,
ordenadas. Prendendo a terra desenvolvida trama radicular, ela protege o leito
da estrada das erosões e desbarrancamentos. Quando se esmagam entre os dedos as
suas lâminas, exala um penetrante aroma de limão. Daí o nome popular de “capim
limão”, que lhe é dado, ao lado de outros, equivalentes.
Cymbopogon citratus, (D.C.) Stapf |
Essa gramínea é, pois, um dos “lemon-grasses” que tão
grande aplicação em perfumaria e farmácia têm, em todo o mundo. Entretanto, no
Brasil, é rarissimamente para o fim da obtenção da essência e a sua aplicação
reduz-se em relação à proteção das estradas, a obtenção de chás caseiros,
empregados para tratamento de distúrbios gástricos ou nervosos.
O “capim-limão” é forte, porém, de valioso óleo
essencial, de muita procura e relativa escassez no mercado nacional. Toma-se
interessante proceder ao estudo sistemático da planta produtora, das condições
de sua utilização como matéria prima para a extração de essência dela obtida.
Visando sua incorporação ao arsenal fitoterápico, impõe-se também o seu estudo
farmacognóstico.
Nomes vulgares; Capim limão, capim cidreira, capim
cheiroso, Erva cidreira, Jacapé e jaçapé.
A designação de “jacapé, ou Jaçapé”, nitidamente indígena
significa cáa, folha; apé, chato.
O nome botânico é Cymbopogon
citratus, (D.C.) Stapf. O habitat é provavelmente a Índia e aclimatou-se
nos trópicos de todo o mundo, mas é cultivada em países como Ceilão, Java,
Formosa, Birmânia, Filipinas.
No Brasil é muito cultivada para sustentação de barrancos
a beira das estradas de ferro e de rodagem.
É planta de grande resistência e versatilidade,
Grande variedade de solos e de climas. Parece claro que
os solos úmidos e encharcados, assim como as zonas frias sujeitas a geadas, não
lhe são favoráveis. Os terrenos argilosos e silico-argilosos fornecem ótimas
condições de desenvolvimento. A plantação se faz, longe da época das chuvas por
mudas enraizadas, arrancadas das touceiras. A não ser o aconchego de terra nos
primeiros tempos, nenhum cuidado especial é requerido para o seu
desenvolvimento. É boa prática a formação de um viveiro, onde as mudas, após
atingir nove meses, são transplantadas para o local definitivo. O vegetal
permite numerosos cortes por ano.
A principal característica deste vegetal e a alta
presença de citral.
Bibliografia:
Revista brasileira de Farmácia – Abril de 1945 – C.H. Liberalli, J.H. Helou,
Ada A. França.
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