Sucupira é uma árvore da flora brasileira inscrita na
primeira farmacopeia brasileira, cujo nome científico é Bowdichia virgilioides da
família das leguminosas.
Nas Matas do Amazonas ou Mata Atlântica esta leguminosa é
abundante.
Pode mudar o porte da planta, suas maior ou menos ramagem
porém e sempre o mesmo vegetal.
Folhas de Bowdichia virgilioides |
A nossa farmacopeia incluiu a Sucupira em seu texto,
descrevendo apenas a casca, como a parte utilizada na medicina, e para as representações
farmacêuticas assinala o extrato fluído e a tintura de sucupira, não falando no
óleo, nem nos tubérculos, que também possuem propriedades medicinais e
curativas em determinadas enfermidades.
Assim, como centenas de milhares de exemplares de nossa
flora, Sucupira, não falando no óleo, não tem estudo completo de sua
individualidade botânica, há não ser notas esparsas, a descrição da casca que
consta na farmacopeia, e ultimamente o professor Antenor Machado escreveu sobre
o óleo, porém não nos foi possível obter tal escrito. Os nomes vulgares desta
planta são: Sebipira, Sicupua, Sebupira-guassú, Curubaimirim, Sipipira.
Flores de Sucupira |
Além do nome científico consignado na farmacopeia, há o atribuído
por Martius: Bowdichia major. É um vegetal de porte majestoso de porte
avantajado de 8 a 10 metros de altura e há exemplares mais robustos,
principalmente no Amazonas, sendo seu diâmetro médio do caule de meio a um
metro.
O caule apresenta em sua parte externa a casca, de cor
escura parda, rugosa, com aspecto de verrugas de cor de ferrugem, rachas
longitudinais profundas e algumas fendas transversais bastante espaçadas. Sabor
amargo e adstringente. Esta descrição é da casca do caule. Retirada esta camada
aparece à parte lenhosa, de cor diversa, amarelada, resistente tornando-se
assim excelente madeira para carpintaria, para fabricação de móveis, esquadrias
e portas.
Martius, menciona que assistiu no norte do Brasil um
médico baiano empregar as sementes torradas, moídas, fazer depois um infuso,
como se prepara o café, que tomamos diariamente, e usar tal bebida no
tratamento do linfatismo, falta de energia, um café de sementes torradas e moídas,
de Sucupira.
As sementes são empregadas, sob forma de tintura, no
tratamento do reumatismo, nas formas articulares agudas ou crônicas e mesmo no
denominado gotoso; também as sementes podem ser maceradas em vinho, ou sob
forma de infuso. Como gastrointestinais e hepáticas tem encontrado nas sementes
de Sucupira um benéfico medicamento de ação já comprovada.
O óleo de Sucupira é extraído das sementes pelo processo
de expressão. É um óleo viscosa sendo a percentagem das sementes entre 10 e
14%; quando impuros este óleo é parecido com o de Copaiba.
A essência pode ser retirada destilando o óleo e se obtém
um óleo essencial bastante claro, insípido e insolúvel em 10 volumes de álcool a
90º.
O caboclo é quem utiliza o óleo de sucupira no
reumatismo, de inflamações e como remédio de feridas infecionadas. É bastante
útil em fricções na pele, por não ser tóxico.
Bibliografia:
Revista brasileira de Farmácia – Fevereiro 1948 – Professor Heitor Luz
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