domingo, 9 de abril de 2017

O valor terapêutico do óleo de Sucupira

Sucupira é uma árvore da flora brasileira inscrita na primeira farmacopeia brasileira, cujo nome científico é Bowdichia virgilioides  da família das leguminosas.
Nas Matas do Amazonas ou Mata Atlântica esta leguminosa é abundante.
Pode mudar o porte da planta, suas maior ou menos ramagem porém e sempre o mesmo vegetal.
Folhas de Bowdichia virgilioides
A nossa farmacopeia incluiu a Sucupira em seu texto, descrevendo apenas a casca, como a parte utilizada na medicina, e para as representações farmacêuticas assinala o extrato fluído e a tintura de sucupira, não falando no óleo, nem nos tubérculos, que também possuem propriedades medicinais e curativas em determinadas enfermidades.
Assim, como centenas de milhares de exemplares de nossa flora, Sucupira, não falando no óleo, não tem estudo completo de sua individualidade botânica, há não ser notas esparsas, a descrição da casca que consta na farmacopeia, e ultimamente o professor Antenor Machado escreveu sobre o óleo, porém não nos foi possível obter tal escrito. Os nomes vulgares desta planta são: Sebipira, Sicupua, Sebupira-guassú, Curubaimirim, Sipipira.
Flores de Sucupira
Além do nome científico consignado na farmacopeia, há o atribuído por Martius: Bowdichia major. É um vegetal de porte majestoso de porte avantajado de 8 a 10 metros de altura e há exemplares mais robustos, principalmente no Amazonas, sendo seu diâmetro médio do caule de meio a um metro.
O caule apresenta em sua parte externa a casca, de cor escura parda, rugosa, com aspecto de verrugas de cor de ferrugem, rachas longitudinais profundas e algumas fendas transversais bastante espaçadas. Sabor amargo e adstringente. Esta descrição é da casca do caule. Retirada esta camada aparece à parte lenhosa, de cor diversa, amarelada, resistente tornando-se assim excelente madeira para carpintaria, para fabricação de móveis, esquadrias e portas.
Martius, menciona que assistiu no norte do Brasil um médico baiano empregar as sementes torradas, moídas, fazer depois um infuso, como se prepara o café, que tomamos diariamente, e usar tal bebida no tratamento do linfatismo, falta de energia, um café de sementes torradas e moídas, de Sucupira.
As sementes são empregadas, sob forma de tintura, no tratamento do reumatismo, nas formas articulares agudas ou crônicas e mesmo no denominado gotoso; também as sementes podem ser maceradas em vinho, ou sob forma de infuso. Como gastrointestinais e hepáticas tem encontrado nas sementes de Sucupira um benéfico medicamento de ação já comprovada.
O óleo de Sucupira é extraído das sementes pelo processo de expressão. É um óleo viscosa sendo a percentagem das sementes entre 10 e 14%; quando impuros este óleo é parecido com o de Copaiba.
A essência pode ser retirada destilando o óleo e se obtém um óleo essencial bastante claro, insípido e insolúvel em 10 volumes de álcool a 90º.
O caboclo é quem utiliza o óleo de sucupira no reumatismo, de inflamações e como remédio de feridas infecionadas. É bastante útil em fricções na pele, por não ser tóxico.


Bibliografia: Revista brasileira de Farmácia – Fevereiro 1948 – Professor Heitor Luz

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