Em 1790, Fourcroy definiu os extratos como: “O extrato
dos vegetais, não é como se crê um sabão, um composto de óleo de potassa, eu
descobri propriedades novas. Esta matéria, que se dissolve na água, separa-se
por exposição ao ar, absorvendo oxigênio, se tornando solúvel”. Essa afirmação
provocou debates acalorados entre Vauquelin e Fourcroy, de uma parte de Deschamp,
farmacêutico de Lyon, de outra. A luz começou a se fazer sobre a natureza
complexa dos extratos. Fourcroy, após numerosos ensaios de laboratório com o
extrato de quina, chamado simples, afirma que: “Por meio de álcool quente, o
extrato de quina resulta em cinco corpos diferentes”.
Vauquelin aborda a questão e publica: “Sobre o princípio
extrativo dos vegetais”.
Esta questão sobre os extratos entre Fourcroy e Vauquelin
contra Deschamp impressionou o meio cientifico do final do século XVIII, porque
era o atrito da velha química em guerra contra a nova química.
Parmentier, no curso desta discussão, faz experiências e
descobre, em conjunto com Deyeux e Vauquelin,o que contem o suco dos vegetais:
mucilagem, mucilagem ácida, açucarada, açúcar, resina, o extrativo, princípios corantes,
princípios odorante para cada planta, tanino, fécula amilácea, glúten, enxofre,
ácidos vegetais, por fim Parmentier escreveu e publicou 16 regras gerais para
preparação do extrato, no seu “Codex farmacêutico para uso dos hospitais civis”
em Paris 1811.
Em 1819 apareceu na Inglaterra um autor chamado Henry que
escreveu uma memória sobre um novo aparelho para evaporar os sucos e outros
líquidos por meio de vapor d’água. Depois veio o aparelho de Peletier, para
evaporação por meio de vapor d’água sob compressão.
A Casa Dausse, de Paris começou a preparar extratos pelo
processo do vácuo, com aparelhos modernizados e de rendimento satisfatório.
Os norte americanos inventaram os Extratos Fluidos e
inscreveram as formulas que organizaram em sua Farmacopéia, em 1850, e o
primeiro extrato fluido preparado por eles foi o de Salsaparilha.
Os farmacêuticos norte americanos, verificando os grandes
inconvenientes que apresentavam os extratos moles e firmes, em consequência dos
processos de preparação, idealizou essa nova forma que na prática farmacêutica é
de grande vantagem.
Os extratos moles apresentam sérios inconvenientes de
ordem técnica e prática. Os processos de preparação, exigindo a ação prolongada
do calor, resultam produtos alterados na sua composição química pela formação
de novos compostos, as vezes inertes, além de modificações em seus caracteres
físicos.
Na prática, a maior dificuldade no seu emprego devia-se
ao fato de ser pesado e não medido como o extrato fluido, os extratos moles são
também de pronta alteração logo ao primeiro contato com o ar, o que resultava
na prática farmacêutica, no uso de produtos contaminados, ressecados, e
principalmente modificados na percentagem de seus princípios ativos.
O extrato fluido obtido por uma técnica especial, em que
80% da preparação deixamos de sofrer a ação nociva do calor, devendo assim, conter
quase que integralmente os princípios ativos úteis da planta de onde provem,
representando o próprio peso da planta dessecada ao ar, é de conservação
indefinida, de fácil manejo na prática porque é empregado em volume e não em
peso; substituindo a própria planta em todas as suas aplicações. Por isso sua
propagação pelo país foi rápida, bem como em toda a América, enquanto que no
Velho Mundo, Europa, o extrato fluido foi recebido com restrição e até mesmo
hostilidade. Afinal, a vanguarda da produção farmacêutica do século passado era
dividida entre Alemanha, França, Inglaterra e Itália.
(Continua)
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