domingo, 9 de julho de 2017

Freire de Aguiar passa a produzir criolina

Em 17 de outubro de 1903, com grande alarde social, freire Aguiar, inaugurou na Rua Senador Euzébio a sua fábrica de produtos extraídos de hulha, um dos quatro tipos de carvão mineral.
Nesta ocasião o Dr. Luis Felipe não deixou por menos e realizou a vista dos presentes uma experiência interessante: Em um tubo de vidro, de 15 litros, colocou algumas larvas de mosquitos, derramou algumas gotas do produto de sua fabricação o phenogeno. Imediatamente as larvas morreram, ficando provado a grande importância do produto na desinfecção de água estagnada e depósitos de água, onde se desenvolvem as larvas dos mosquitos, que transmitem doenças como a febre amarela.
Hulha, minério de ferro
Os desinfetantes obtidos da destilação de hulha, muito auxiliaram no combate a várias epidemias principalmente a do Maranhão, em que o Phenogeno, cujo preço era inferior ao fenol, auxiliou a debelar o surto de peste bubônica.
Freire de Aguiar inventou e patenteou um aparelho a que denominou de “Simplex”, para ser adaptado as caixas de descarga dos vasos sanitários, lançando em cada descarga a dose exata de desifetentes. Também planejou e executou dispositivos para a desinfecção de banheiros públicos e carroça de lixo. Nem com todos estes benefícios sociais viabilizados pelos seus produtos, deixou o Dr. Luis Felipe de ter mais uma questão judicial, e desta vez com o inglês, Ed William Person com relação a marca de Creolina, pois o autor da “Creolina Pearson”, entendia que nenhum outro fabricante poderia usar o referido nome que o industrial britânico havia patenteado.
Freire de Aguiar teve de provar que o nome “Creolina” era genérico, encontrando-se em diferentes formulários e o supremo tribunal brasileiro, determinou que a Creolina brasileira poderia se chamar “Creolina Freire de Aguiar”, ficando proibido aos demais fabricantes nacionais o uso deste nome.
Freire de Aguiar foi um brasileiro dedica e empenhado durante toda a sua vida a tornar útil varias substâncias da flora brasileira, inclusive classificando vegetais.
Em 1888 o Barão de Ibituruna, agradeceu publicamente os relevantes serviços prestados por Freire de Aguiar a Inspetoria Geral de Higiene, pelas análises e correspondente parecer técnico, sobre os vinhos portugueses com vestígios de ácido salicílico. Estas análises foram feitas no laboratório da Faculdade de Medicina na presença de professores e alunos.
A primeira Magnésia fluida fabricada no brasil foi de autoria de Freire de Aguiar, ao tempo em que sua única existente no mercado era a francesa.

Suas incansáveis campanhas contra produtos estrangeiros, provocou severa fiscalização das autoridades sanitárias, e isso fez com que muitas destas fábricas se instalassem no Brasil. Entre estas a fabricante da Magnésia Fluida de Murray.
A indústria farmacêutica de Freire de Aguiar foi uma das primeiras a se interessar em fabricar extratos fluidos, principalmente de plantas nacionais, sendo que usava com êxito comprovado suas especialidades, que se constituíam de remédio feito com plantas da nossa flora.
Após persistente trabalho de pesquisa e com muitas experiências, conseguiu obter um processo econômico para a refinação do sal, e montou em Minas Gerais.
Em 1918, faleceu na cidade do Rio de Janeiro, Dona Rita de Cássia Godoi, mulher de Freire de Aguiar. Dois anos depois, como filho, Abelardo Freire de Aguiar, farmacêutico, assumiu suas funções frente a frente da indústria. Freire de Aguiar comprou uma farmácia em Barbacena e se mudou para a cidade mineira. Em Minas Gerais, exerceu suas funções de farmacêutico até morrer.

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – 1944/45


Nenhum comentário:

Postar um comentário