Em 17 de outubro de 1903, com grande alarde social,
freire Aguiar, inaugurou na Rua Senador Euzébio a sua fábrica de produtos
extraídos de hulha, um dos quatro tipos de carvão mineral.
Nesta ocasião o Dr. Luis Felipe não deixou por menos e realizou
a vista dos presentes uma experiência interessante: Em um tubo de vidro, de 15
litros, colocou algumas larvas de mosquitos, derramou algumas gotas do produto
de sua fabricação o phenogeno. Imediatamente as larvas morreram, ficando
provado a grande importância do produto na desinfecção de água estagnada e
depósitos de água, onde se desenvolvem as larvas dos mosquitos, que transmitem
doenças como a febre amarela.
Hulha, minério de ferro |
Os desinfetantes obtidos da destilação de hulha, muito
auxiliaram no combate a várias epidemias principalmente a do Maranhão, em que o
Phenogeno, cujo preço era inferior ao fenol, auxiliou a debelar o surto de
peste bubônica.
Freire de Aguiar inventou e patenteou um aparelho a que
denominou de “Simplex”, para ser adaptado as caixas de descarga dos vasos
sanitários, lançando em cada descarga a dose exata de desifetentes. Também
planejou e executou dispositivos para a desinfecção de banheiros públicos e
carroça de lixo. Nem com todos estes benefícios sociais viabilizados pelos seus
produtos, deixou o Dr. Luis Felipe de ter mais uma questão judicial, e desta
vez com o inglês, Ed William Person com relação a marca de Creolina, pois o
autor da “Creolina Pearson”, entendia que nenhum outro fabricante poderia usar
o referido nome que o industrial britânico havia patenteado.
Freire de Aguiar teve de provar que o nome “Creolina” era
genérico, encontrando-se em diferentes formulários e o supremo tribunal
brasileiro, determinou que a Creolina brasileira poderia se chamar “Creolina
Freire de Aguiar”, ficando proibido aos demais fabricantes nacionais o uso
deste nome.
Freire de Aguiar foi um brasileiro dedica e empenhado
durante toda a sua vida a tornar útil varias substâncias da flora brasileira,
inclusive classificando vegetais.
Em 1888 o Barão de Ibituruna, agradeceu publicamente os
relevantes serviços prestados por Freire de Aguiar a Inspetoria Geral de
Higiene, pelas análises e correspondente parecer técnico, sobre os vinhos
portugueses com vestígios de ácido salicílico. Estas análises foram feitas no
laboratório da Faculdade de Medicina na presença de professores e alunos.
A primeira Magnésia fluida fabricada no brasil foi de
autoria de Freire de Aguiar, ao tempo em que sua única existente no mercado era
a francesa.
Suas incansáveis campanhas contra produtos estrangeiros,
provocou severa fiscalização das autoridades sanitárias, e isso fez com que
muitas destas fábricas se instalassem no Brasil. Entre estas a fabricante da
Magnésia Fluida de Murray.
A indústria farmacêutica de Freire de Aguiar foi uma das
primeiras a se interessar em fabricar extratos fluidos, principalmente de
plantas nacionais, sendo que usava com êxito comprovado suas especialidades,
que se constituíam de remédio feito com plantas da nossa flora.
Após persistente trabalho de pesquisa e com muitas
experiências, conseguiu obter um processo econômico para a refinação do sal, e
montou em Minas Gerais.
Em 1918, faleceu na cidade do Rio de Janeiro, Dona Rita de
Cássia Godoi, mulher de Freire de Aguiar. Dois anos depois, como filho, Abelardo
Freire de Aguiar, farmacêutico, assumiu suas funções frente a frente da
indústria. Freire de Aguiar comprou uma farmácia em Barbacena e se mudou para a
cidade mineira. Em Minas Gerais, exerceu suas funções de farmacêutico até
morrer.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia – 1944/45
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