sexta-feira, 21 de julho de 2017

O uso do óleo de caju na hanseníase

Hanseníase ou lepra é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que se inicia, após uma incubação muito lenta, por pequenas manchas despigmentadas onde a pele é insensível e não transpira, e evolui para a forma tuberculosa (a mais comum), lepromatosa ou ainda intermediária; lepra.
Desde 1943 médicos cearenses começaram a experimentar o óleo de caju na Colônia de Maracanaú, Colônia Antônio Justa. A entrevistado Dr. Joaquim J
uarez Furtado.
- Quais as propriedades farmacêuticas do óleo de cajú?
- As experiências feitas em humanos revelaram que o óleo é um tônico que melhora o estado geral sem nenhuma inconveniência de intolerância. É eficaz em corrigir as metaplasias, principalmente as causas pelo basilos de Hansen nos fenômenos de oxidação e redução que se processam, normalmente, no sangue do homem.
- Antes de fazer, com o óleo de caju, as preparações que o Dr, Manoel Odorico de Morais, já fazia na Colônia Antônio Justa o senhor já conhecia os efeitos do óleo de caju?
- Sim devido aos índices físicos e nos ditos químicos revelados pela análises que efetuamos em amostras de óleo que nos forneceu o Sr Carlos Moreira. As prorpiedads químicas devem-se as condições em que se encontram, na molécula, dispostos os átomos que muitos chamamos de grupamentos funcionais por isto não são, de efeitp, pois são de propriedades químicas comuns a uma dada família de compostos.
Quando o poder oxidante ou o dito redutor de um dado composto é muito enérgico o corpo poderá, se introduzido num organismo vivo, perturbar o biofísico desse organismo. Se assim, o corpo deverá ser reputado, por isso tóxico. A toxidez, as propriedades farmacêuticas ou alimentícias de uma substância, depende da maneira como a substância age no organismo. A atuação dessa substância dentro do organismo será fatalmente, função de estrutura química da substância em referência. Depois da análise do óleo de caju, examinamos os índices físicos e químicos; pois eles são indicadores da estrutura dos componentes do óleo; o óleo de caju não é tóxico porque nele não se encontra nenhum grupamento toxico.  Após a conclusão inicial, fizemos as seguintes ponderações: o óleo de caju assemelha-se aos óleos animai porque no insaponificável dele, se acham os esteróis que tem extrema, nímia parecença com os do insaponificável dos óleos dos animais, por isso que o índice de Bolton Williams (índice de iodo e o insaponificável) indica a presença dos mesmos radicais encontrados no insaponificável dos óleos animais.
Apesar de negativas a reação de Carr Price, resolvemos fazer experimentações fisiológicas em animais e estas revelaram primeiro ( em coelhos e cobaias), que o óleo é inocente e, sobre ser inocente, é tônico; segundo ( em ratos) que o óleo corrige as metaplasias que ocorrem nos ratos ( especialmente as que se processam nos olhos). Observamos, que depois de injetarmos seis centímetros cúbicos do óleo em questão, em ratos com menos de cinquenta gramas e com vinte e poucos dias de nascidos, todos os sintomas de avitaminose A por nós provocada e traduzida nos olhos, por Keratomalacia e fotofobia desapareceram. Bem ponderado, o bacilo de Hansen produz, por seu alto poder oxidante, destruição parcial das vitaminas e, por último, da vitamina A tanto assim, que as metaplasias que se observam nos organismos dos leprosos se assemelham às ditas devidas à avitaminose A. Feitas estas ponderações, passamos a estudar o assunto com toda atenção. Depois de fazer uma preparação capaz de ser injetada, solicitamos o auxílio do preparador técnico do laboratório Eduardo Bezerra.
O Dr Odorico aceitou experimentar o nosso preparado em leprosos da colônia Antônio Justa. Um dos pacientes escolhido para experimentar o preparado foi uma mulher, forma lepromatosa avançada encontrava-se com intensa fotofobia, processo de keratite e dito de irite; outro homem, forma mista, portador de nevrite intensa e com as matrizes das unhas quase que inteiramente destruídas. Depois do uso de óleo de caju a fotofobia da mulher melhorou a ponto de permitir a saída doente do seu quarto o que havia muito tempo não acontecia; a irite estava também muito melhorada. No homem verificou, após tratamento a reconstituição lenta mas segura da matriz das unhas.

Bibliografia: Revista brasileira de Farmácia – fevereiro de 1945.

Para saber mais: http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodao/publicacoes/trabalhos_cba4/065.pdf

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