Hanseníase ou lepra é uma doença
infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que se inicia, após uma incubação muito lenta, por pequenas
manchas despigmentadas onde a pele é insensível e não transpira, e evolui para
a forma tuberculosa (a mais comum), lepromatosa ou ainda intermediária; lepra.
Desde 1943 médicos
cearenses começaram a experimentar o óleo de caju na Colônia de Maracanaú,
Colônia Antônio Justa. A entrevistado Dr. Joaquim J
uarez Furtado.
- Quais as propriedades farmacêuticas
do óleo de cajú?
- As experiências feitas
em humanos revelaram que o óleo é um tônico que melhora o estado geral sem
nenhuma inconveniência de intolerância. É eficaz em corrigir as metaplasias,
principalmente as causas pelo basilos de Hansen nos fenômenos de oxidação e
redução que se processam, normalmente, no sangue do homem.
- Antes de fazer, com o
óleo de caju, as preparações que o Dr, Manoel Odorico de Morais, já fazia na
Colônia Antônio Justa o senhor já conhecia os efeitos do óleo de caju?
- Sim devido aos índices
físicos e nos ditos químicos revelados pela análises que efetuamos em amostras
de óleo que nos forneceu o Sr Carlos Moreira. As prorpiedads químicas devem-se
as condições em que se encontram, na molécula, dispostos os átomos que muitos
chamamos de grupamentos funcionais por isto não são, de efeitp, pois são de
propriedades químicas comuns a uma dada família de compostos.
Quando o poder oxidante ou
o dito redutor de um dado composto é muito enérgico o corpo poderá, se
introduzido num organismo vivo, perturbar o biofísico desse organismo. Se
assim, o corpo deverá ser reputado, por isso tóxico. A toxidez, as propriedades
farmacêuticas ou alimentícias de uma substância, depende da maneira como a
substância age no organismo. A atuação dessa substância dentro do organismo será
fatalmente, função de estrutura química da substância em referência. Depois da
análise do óleo de caju, examinamos os índices físicos e químicos; pois eles
são indicadores da estrutura dos componentes do óleo; o óleo de caju não é
tóxico porque nele não se encontra nenhum grupamento toxico. Após a conclusão inicial, fizemos as
seguintes ponderações: o óleo de caju assemelha-se aos óleos animai porque no
insaponificável dele, se acham os esteróis que tem extrema, nímia parecença com
os do insaponificável dos óleos dos animais, por isso que o índice de Bolton Williams
(índice de iodo e o insaponificável) indica a presença dos mesmos radicais
encontrados no insaponificável dos óleos animais.
Apesar de negativas a
reação de Carr Price, resolvemos fazer experimentações fisiológicas em animais
e estas revelaram primeiro ( em coelhos e cobaias), que o óleo é inocente e,
sobre ser inocente, é tônico; segundo ( em ratos) que o óleo corrige as
metaplasias que ocorrem nos ratos ( especialmente as que se processam nos
olhos). Observamos, que depois de injetarmos seis centímetros cúbicos do óleo
em questão, em ratos com menos de cinquenta gramas e com vinte e poucos dias de
nascidos, todos os sintomas de avitaminose A por nós provocada e traduzida nos
olhos, por Keratomalacia e fotofobia desapareceram. Bem ponderado, o bacilo de
Hansen produz, por seu alto poder oxidante, destruição parcial das vitaminas e,
por último, da vitamina A tanto assim, que as metaplasias que se observam nos
organismos dos leprosos se assemelham às ditas devidas à avitaminose A. Feitas
estas ponderações, passamos a estudar o assunto com toda atenção. Depois de
fazer uma preparação capaz de ser injetada, solicitamos o auxílio do preparador
técnico do laboratório Eduardo Bezerra.
O Dr Odorico aceitou
experimentar o nosso preparado em leprosos da colônia Antônio Justa. Um dos
pacientes escolhido para experimentar o preparado foi uma mulher, forma
lepromatosa avançada encontrava-se com intensa fotofobia, processo de keratite
e dito de irite; outro homem, forma mista, portador de nevrite intensa e com as
matrizes das unhas quase que inteiramente destruídas. Depois do uso de óleo de caju
a fotofobia da mulher melhorou a ponto de permitir a saída doente do seu quarto
o que havia muito tempo não acontecia; a irite estava também muito melhorada.
No homem verificou, após tratamento a reconstituição lenta mas segura da matriz
das unhas.
Bibliografia:
Revista brasileira de Farmácia – fevereiro de 1945.
Para
saber mais: http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodao/publicacoes/trabalhos_cba4/065.pdf
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