Nos campos baixos, argilosos, da foz do rio Xingu, existe em abundância uma Leguminosa-Papilionacea da tribu das Phaseoleas, sob o nome de Jitirana, conhecida naquela região e que o gado ali aproveita com enorme avidez para a sua alimentação e engorda, sem sofrer nenhum dano pela ingestão copiosa dessa planta espontânea em qualquer caso.
Phaseolus lunatus |
As sementes dali trazidas pelo distinto funcionário da Repartição de Veterinaria Federal, no Pará o Sr Dr. Esperidião de Queiroz, mostradas ao Museu Goeldi, foram consideradas pertencendo ao Phaseolus ovalus de Benth e que a Seção de Botânica do Museu Nacional, á vista das amostras de feno para lá remetidas, na falta de melhores elementos para um diagnostico seguro, pela opinião do Sr. Profº Cezar Diogo, propendeu em classificar como Ph Longifolius, Benth.
Estas sementes me foram oferecidas pelo Dr. Esperidião de Queiroz afim de tantar a sua plantação nos terrenos arenosos do Campo de Cultura Experimental Paraense.
Efetivamente, elas medraram, se não com o maior desenvolvimento vegetativo em todo caso, com uma tal facilidade de adaptação ecológica, a ponto de se tornarem infestantes por todos os recantos de terra do estabelecimento.
Ensaiado nos muares do serviço da repartição com as ramas verdes desta planta, de todas as vezes observei grande avidez dos animais por ela e absoluta inocuidade, fosse qual fosse a quantidade da ração posta a seu dispor.
Na escola de Veterinária do Exercito uma amostra da leguminosa resultou no seguinte laudo: ”trarta-se de uma leguminosa, bem fenada, de cor verde e ervilha, de cheiro agradável e bem recebida pelos animais., que a comeram com satisfação, 200grs dadas duas vezes ao dia, com pequeno intervalo, com fim de verificar se depois de comida a primeira porção não provocava repugnância ao animal, isso não sucedeu; estes a comiam sempre com a mesma procura e em muito maior quantidade talvez, se houvesse maior porção. Convém dizer que era comido o feno logo ao se oferecido a qualquer animal”.
Segundo a Sociedade de Agricultura pratica, conforme o laudo feito pelo Profº Dr Alfredo A. de Andrade, do Museu Nacional. “A Jitirana do Aquiqui (Phas Longifolius, Benth), em estado de feno, é uma boa forragem, de valor nutritivo elevado, sendo relativamente escassa a quantidade de celulose, mas com matéria mineral fixa avultosa, conseqüência talvez do terreno silicoso. Apesar disso não é um alimento concentrado como outras plantas da família e gênero”.
Bibliografia:
Chácaras e Quintais -Abril 1919 -pág 295.
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