Cará da Guiné. |
Ainda que um ou outro agricultor saiba da existência das
diversas qualidades de carás é quase certo que a grande maioria não conhece
nossa diversidade de tipos de cará. Temos no Brasil para mais de 18 espécies
cultivadas desde rival das batatas e da mandioca. E digamos o cará está longe
de alcançar a popularidade que bem merece como substância alimentar, quer como
prato de fino sabor e aroma.
“Cará” é segundo Martius palavra tupi; assim os índios do
norte do Brasil chamavam aos tubérculos das plantas da família Dioscoreae,
monocotyledoneos próximos as
Amaryllidaceas, cujos gêneros são Discorea e Rajahia, Também na África e na Ásia
há espécies do primeiro nestes gêneros e algumas das mesmas já foram aclimatada
entre nós nos tempos coloniais.
No que diz respeito analise do valor alimentício do Cará,
utilizamos do trabalho do Dr. Theodoro Peckolt (1885) onde também se encontram
informações sobre a cultura deste vegetal (Cultiviert Cará-Artur Brasilens. Em
Zeitschr dês allgem österr. Ipotheker-vereines
1885, n 3)
Cará
da Guiné é uma espécie importada da África no primeiro século. A
planta se dá melhor em clima quente, de forma que não convém para o Brasil na
sua região sul.
As batatas são grandes, pesando até 1 kilos; a casca ou
película é coberta de pequenas excrescência; o interior é amarelado-alaranjado
muito viscoso.
Quando estiver grelada, corta-se a batata em vários
pedaços conforme buraco, em o número de olhos e plantam-se em terra boa, dois
gomos em cada buraco, em distância de mais ou menos 40 centímetros. Quando
começar a crescer a ramagem é preciso fincar varetas, pelas quais as plantas
precisam trepar para que as batatas se desenvolvam bem. Nas Antilhas costuma
plantar este cará do seguinte modo: no fundo da cova deita-se um pedaço de
tronco de bananeira, depois se cobre com terra e colocam-se as batatas quase na
superfície, apenas cobertas por ligeira camada de terra.
No Rio de Janeiro usam por pó de café no fundo da cova.
Colhe-se daí a nove meses. Tendo cuidado ao desenterrar,
de modo a não ferir as batatas, pode-se conservá-la longo tempo, mesmo por
espaço de um ano, em lugar seco e ventilado. As batatas machucadas é preciso
consumir logo, porque apodrecem.
Bibliografia: Almanque
Agricola Brasileiro 1923 pág 238.
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