domingo, 17 de junho de 2012

Os Carás no Brasil


Cará da Guiné.

Ainda que um ou outro agricultor saiba da existência das diversas qualidades de carás é quase certo que a grande maioria não conhece nossa diversidade de tipos de cará. Temos no Brasil para mais de 18 espécies cultivadas desde rival das batatas e da mandioca. E digamos o cará está longe de alcançar a popularidade que bem merece como substância alimentar, quer como prato de fino sabor e aroma.
“Cará” é segundo Martius palavra tupi; assim os índios do norte do Brasil chamavam aos tubérculos das plantas da família Dioscoreae, monocotyledoneos  próximos as Amaryllidaceas, cujos gêneros são Discorea e Rajahia, Também na África e na Ásia há espécies do primeiro nestes gêneros e algumas das mesmas já foram aclimatada entre nós nos tempos coloniais.
No que diz respeito analise do valor alimentício do Cará, utilizamos do trabalho do Dr. Theodoro Peckolt (1885) onde também se encontram informações sobre a cultura deste vegetal (Cultiviert Cará-Artur Brasilens. Em Zeitschr dês allgem österr.  Ipotheker-vereines 1885, n 3)
Cará da Guiné é uma espécie importada da África no primeiro século. A planta se dá melhor em clima quente, de forma que não convém para o Brasil na sua região sul.
As batatas são grandes, pesando até 1 kilos; a casca ou película é coberta de pequenas excrescência; o interior é amarelado-alaranjado muito viscoso.
Quando estiver grelada, corta-se a batata em vários pedaços conforme buraco, em o número de olhos e plantam-se em terra boa, dois gomos em cada buraco, em distância de mais ou menos 40 centímetros. Quando começar a crescer a ramagem é preciso fincar varetas, pelas quais as plantas precisam trepar para que as batatas se desenvolvam bem. Nas Antilhas costuma plantar este cará do seguinte modo: no fundo da cova deita-se um pedaço de tronco de bananeira, depois se cobre com terra e colocam-se as batatas quase na superfície, apenas cobertas por ligeira camada de terra.
No Rio de Janeiro usam por pó de café no fundo da cova.
Colhe-se daí a nove meses. Tendo cuidado ao desenterrar, de modo a não ferir as batatas, pode-se conservá-la longo tempo, mesmo por espaço de um ano, em lugar seco e ventilado. As batatas machucadas é preciso consumir logo, porque apodrecem.

Bibliografia: Almanque Agricola Brasileiro 1923 pág 238.

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