Portlandia |
Nenhuma das qualidades de quina peruanas genuínas tem
coloração escura idêntica, e a C. rubra que apresenta, em alguns indivíduos
maior analogia na coloração se distingue à primeira vista pela estrutura fibrosalongitudinal,
de fratura espetada, pois que a quina do Rio de Janeiro apresenta uma
superfície compacta e finamente granulosa. O sabor da casca tem grande
semelhança com o da Coutarea regia e da Huanuco, porém é mais amarga e
resinosa. Em virtude do maior teor em resina e de maior dureza a casca estala
mais entre os dentes, e se aglutina um pouco.
No terceiro volume de Memórias da Academia de Lisboa,
encontra-se a analise química desta casca e sua comparação com três outras
espécies peruanas, cujo resultado induz Bernardino Antônio Gomes a considerá-la
pertencente as verdadeiras quinas, porque também contém cinchonina. “Este
princípio fora desenvolvido na casca após a ação do calor em certo grau,
enquanto que nas espécies peruanas já existe em liberdade, e por este motivo
seria a quina do Rio de Janeiro, especificamente ativa em decocto e menos em infusum frigide paratu; isto também
comprovei na prática, onde o emprego da casca brasileira in substancia não
fornece os resultados eficientes esperados, enquanto que o decocto nada deixou
a desejar”.
As restantes qualidades de quina, que até agora são
conhecidas no Brasil, são as seguintes: 1- Quina do Piauí, divulgada em
primeiro lugar pelo Dom Diogo de Souza. Origina-se de uma espécie ainda não
descrita de Exostema, que denominei E. Souza.
2-Quina da Serra ou do Campo; Quina de Remijo, Cinchona
ferruginea, Vellozzii e Remijana , Sit. Hil, de Minas Gerais.
3 – Quina do mato, nas selvas da serra do Mar entre o Rio
de Janeiro e a Bahia, talvez a Exostema cuspidatum, e próxima a ela a casca da
E. australe do mesmo autor.
É difícil estabelecer, que resultados tiveram as diversas
experiências clínicas, feitas em hospitais portugueses com as espécies de quina
brasileiras, e o aque deve ser atribuído a mencionada quina do Rio de Janeiro
ou das outras aqui citadas, pois as descrições das cascas são, nas próprias
divulgações do Jornal de Coimbra, onde aqueles resultados clínicos são anotados
em vários lugares, de tal modo incertas, a ponto de se não poder reconhecer as
espécies.
As experiências feitas por Comparetti, com uma casca de
quina brasileiras, e que Ferreira da Siva traduziu para o português no ano de
1801, também deixam duvidas, quando se referem a nossa quina do Rio de Janeiro.
Não devo aqui esquecer que as observações que Brera divulgou sobre uma quina
bicolorata Del Brasil, assim por ele
denominada não de vem ser atribuídas a uma quina verdadeira e sim a outra
Rubiacea (Portlandia Hexandria), que aparece ultimamente no mercado com o nome
de Cortex Pitayo.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal- Sobre algumas drogas brasileiras – Dr. Von Martius.
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