Cará
Barbado os nossos indígenas cultivavam este cará que é uma das
espécies mais difundidas. A forma é variável arredondada ou alongada, com ou
sem tubérculos, mas o que é característico são as pequenas raízes que recobrem
o cará como uma espessa barba- de onde lhe vem o nome. De tamanho variado, o
seu peso é de 250grs a 1 1/2kg. O interior é branco pouco viscoso como os tubérculos
aéreos da espécie precedente. Bem preparado, é de sabor delicado, muito
agradável.
Cará Barbado |
Não requer terra boa, apenas é preciso que seja seca e fofa;
assim não dá nas baixadas e estraga facilmente com as chuvas prolongadas. Por
isso é conveniente escolher terra da encosta dos morros, onde a água não
permanece.
Planta-se como todas as outras qualidades de cará nos
meses de Agosto a Outubro e colhe-se em maio, junho e julho. Depois de
capinado, fazem-se montículos de 50 a 70 cm de diâmetro e de regular altura; aí
se plantam 3 a 4 olhos. Por espírito de economia mal entendida, generalizou-se
o uso de reservar para o plantio justamente os carás menores que dão menos
lucros no mercado. Mas estes tubérculos mal desenvolvidos também não podem
produzir plantas tão viçosas como os carás grandes, de maior vitalidade. Uma experiência
foi realizada neste sentido pelo Dr Peckolt juntamente com um cultivador de
Catagallo. Em uma roça plantaram carás miúdos segundo o uso dos cultivadores: o
resultado foi não se colher senão carás pequenos, os maiores dos quais pesavam
280grs. Em outro talhão plantaram tubérculos escolhidos de 1.400 a 1.500 grs; aí
colheram carás quase todos com 1/2kg e 1 1/2kg de peso e alguns exemplares
atingiram mesmo 1.800grs. A proporção da colheita foi de 1 para 10 com tubérculos
pequenos e de 1 para com carás escolhidos.
O cará barbado guarda-se bem por muito tempo; depois de
deixar se carà sombra, colocam-se os carás em lugar seco e arejado, tendo o
cuidado de revistar de vez em quando para separar os tubérculos grelados, os
quais contaminam os outros; assim guardam-se bem durante nove meses.
Carátinga
(branco) Espécie indígena das nossas matas que dá bem no clima do
café; em regiões mais frias ele é substituído pelo cará tinga bravo (Dr. Sinuata).
É forma dioica, sendo que a planta feminina produz tubérculos
muito maiores que a masculina. Espécimes de 16 cm de comprimento por oito cm de
diâmetro pesam 560grs. A casca é amarelada com pequenos tubérculos e pouca
barba.
O interior é branco muito viscoso.
Gosta de terra seca, fofa com um pouco de sombra; por
isto planta-se ao pé de árvores pelas quais possa subir a ramagem. Em setembro
colocam-se os gomos grelados nos montículos e quando a semente ainda está mais
ou menos verde em junho, quando a florada foi em janeiro o cará está maduro e
em tempo de ser desenterrado. Guardando os tubérculos como já foi dito para as
outras espécies, eles se conservam durante o espaço de um ano; pode-se ainda
passá-los por um fogo brando ou só pela fumaça, o que além de conservar melhor
ainda torna o sabor mais delicado
Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro para 1923
Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro para 1923
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