Uma das falhas sensíveis da nossa farmacopeia é a
deficiência de dados de caracterização da maioria dos extratos fluídos e a omissão
completa para um grande número.
No entanto, julgamos da maior importância, a descrição de
todos os caracteres que podem apresentar e, de cujo conjunto, se tem certa
segurança, reconhecer a sua identidade, isto é, saber de qual planta provém.
Os caracteres gerais de identidade dos extratos fluídos
decorrem da composição química da planta ou partes vegetais que lhes deu origem
e também da composição do veículo ou menstrúo empregado em seu esgotamento.
Quando se trata de planta de composição química bem
conhecida e, encerrando princípios ativos doseáveis, o problema se simplifica
sobremaneira, pois basta uma prova de identidade do princípio ativo seguindo do
doseamento, devendo se encontrar, nos limites exigidos pela farmacopeia. É o
que acontece com os extratos fluídos de plantas alcaloídicas, glucosídicas,
cateínicas e outras cujos princípios possam ser doseados. Infelizmente, porém,
para a gande maioria das plantas, a questão se complica porque não encerram
qualquer princípio que possa dar uma indicação segura da qualidade e da
quantidade empregada no preparo do respectivo extrato fluído.
Para esses, a identidade é reconhecida por um conjunto de
propriedades físicas e organoléticas que devem corresponder aos de uma amostra
padrão obtida nas melhores condições de técnica.
Damos a seguir os vários ensaios a que submetemos os diversos
extratos fluídos obtidos no laboratório sob a nossa direção técnica: Físico =
Densidade, Resíduos seco a 100º, Doseamento do álcool, Modificação por diluição
na água. Organoléticos= Aspecto, cor, odor sabor; Quimicos= Reação de
identidade do princípio ativo, Doseamento dos princípios ativos.
A insuficiência de álcool pode dar lugar à fácil
alteração da preparação.
Dado que temos verificado ser preciso é o da verificação
do resíduo a 100º. Tomamos 5cc. Do extrato fluído rigorosamente medido em
pipeta; colocamos em uma capsula de porcelana tarada e deixamos num banho-maria
durante três horas.
Findo esse prazo, pomos a capsula num dissecador a ácido
sulfúrico durante uma hora e pesamos; a diferença de peso X por 20, nos dá o
resíduo por cento.
Para a mesma planta, temos verificado que é bastante
aproximado. Por uma série de verificações feitas, sobre o mesmo extrato fluído,
sabemos a média das oscilações que comporta.
Essa verificação, ao mesmo tempo em que dá uma indicação,
embora indireta, da planta de onde provem o extrato fluído, indica, por outro
lado, si foi empregada na quantidade normal.
O doseamento do álcool, às vezes, é interessante, para se
ter a certeza de que foi empregado na graduação conveniente, o que já é
indicada em parte pela verificação da densidade, como foi dito.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia –março de 1942
pág 197 – 198.
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