domingo, 16 de setembro de 2012

Os extratos nos séculos XVI e XVII

Extrato de Sucupira

Nicolaus Roéspositus, em 1528, em seu Dispensarium, dá um capítulo especial sobre os sucos dessecados preparados espremendo as plantas, retirando o suco dessecados preparando as plantas, retirando o suco e fazendo evaporar seja ao sol, seja sobre cinzas quentes.
Menciona os extratos de alcaçuz, absinto, centáurea, etc.. No entanto, o nome extrato não existia, e tais produtos erm denominadas sucos dessecados, (de succis siccis). A designação extrato só surgiu mais tarde.
Em 1530 já havia referência a tal nome: extrato, outros, entretanto chamavam extrações e outros ainda tinturas sólidas, e a própria tintura líquida era designada pelo nome de extrações, estabelecendo por esta forma motivo de difícil compreensão. Só em 1561 foi que a distinção se tornou patente. O “Guia do Boticário”  que apareceu no ano de 1561, já fazia referência distintas entre extratos e tinturas terminando assim a confusão.
A Farmcopéia de Valerius Cordus, aparecida em 1561 não falava em extratos, mais tarde o Colégio dos Médicos, de Nuremberg, publicou uma edição oficial na qual figuravam 4 extratos simples e cinco extratos compostos.
Em 1610, Jean de Vale, publicou em Gênova uma tradução de Grande Tesouro ou Dispensário e Artidotário de J.J. Wecher, de Bale, na qual figuravam fórmulas de numerosos extratos, muitos dos quais usados em nossos dias.
Somente em 1624, é que os extratos passaram a ter uma significação bem clara. E assim que Jean Béguin, nos seus Elementos de Química trata desta questão de um modo mais desenvolvido, do que os autores que acabamos de citar. Este autor em seu trabalho de nome “Os Extratos”, assim chamados especificamente são tirados dos animais e dos vegetais, por meio de dissolventes ou mênstruos apropriados, como são: O espírito de vinho, o leite, a genebra, o hidromel vinhoso, a água de maçãs e outros, ou melhor, as águas destiladas.
As partes dos animais escolhidas para fazer os extratos, são: os músculos, o fígado, os rins, os pulmões, os testículos e semelhantes.
Em 1626, na tradução do livro denominado “Obras farmacêuticas” de Jean de Renon, publicado por Luiz Serres (Lyon, 1626, in-folio, páginas 75 e 77), há referência ao preparo dos extratos.
1640-1643, todos os tratados aparecidos nesses anos trazem processos de preparo de extratos.
Em 1649 – em sua “Farmacopéia Médico-Química, impressa em Lyon, a página, 9 Jean Schveder define extrato assim: “O extrato  é a essência de uma substância separada da parte grosseira por meio de um líquido e levado a consistência conveniente.”

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – setembro de 1941- Farm. Lucio Muniz Barreto. 

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