domingo, 14 de outubro de 2012

Luiz Aguiar desenvolve a sua água inglesa


Quando Luiz Aguiar voltou para o Rio de Janeiro foi morar na rua General Câmara, nº 120, dedicando-se com todo o ardor aos trabalhos exaustivos de sua profissão com o maior zelo e escrupuloso cuidado de modoa poder cada vez mais firmar o seu crédito, passando mais tarde o seu estabelecimento, já mais desenvolvido, a ocupar o prédio de sua propriedade à rua Conde de Bonfin, nº 147 .
Aí, a insistentes convites de seu colega e amigo o farmacêutico Arulo Barreto, consentiu na organização da “Companhia Química Industrial da Flora Brasileira”, da qual apenas aceitou o cargo de técnico, na executiva de ver desenvolvida a sua indústria conforme lhe asseguraram os seus organizadores e sem fazer questão do “quantum” que lhe seria pago pela cessão que fazia de seu já bem montado estabelecimento industrial, recebeu em pagamento, títulos da referida Companhia, que foi liquidada dando-lhe enorme prejuízo.
Não desanimou, porém, e continuou sempre a trabalhar garantindo o seu nome e os seus produtos, e afinal obrigado a comprar em praça, em virtude da liquidação da Companhia, o que tanto tempo e dinheiro lhe custara e assim encetou de novo o seu tirocínio de lutas. Nesta época orçava por uns cem produtos o acervo da Companhia, em cujo número figuravam muitos da flora nacional e outros de matérias primas exóticas.
Freire de Aguiar combater o charlatanismo da Água Inglesa vendida no Brasil e desenvolveu um produto muito melhor que o importado. Depois de fazer estudos de vários vegetais de nossa flora, conseguiu elaborar uma fórmula honesta e cientificamente perfeita e obteve a aprovação de sua Água Inglesa modificada.
A Inspetoria Geral de Higiene, em 20 de outubro de 1888, expediu circulares aos inspetores de higiene provinciais e aos droguistas, dando conhecimento aos farmacêuticos da Inspetoria, para a devida autorização de comercialização.
Em análises realizadas nos laboratórios oficiais, e pessoalmente conseguiu provar a inocuidade de vários produtos importados do estrangeiro, entre os quais o Elixir Alimentício de Ducro, que não continha nenhuma substância alimentar. Chapoteaut, farmacêutico francês, fabricou um preparado em que devia entrar a peptona: pelo exame a que ele procedeu, na presença de médicos, farmacêuticos e jornalistas provaram que tal medicamento não possuía nem sombra de carne.

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Maio de 1945 – Farmacêutico Brandão Gomes.

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